O Fim do Mundo é tão fascinante quanto assustador. Será que o mundo irá acabar? Como irá acabar? O que virá depois disso?
Ao invés de alta filosofia, o que os animes dessa lista oferecem é um ponto de vista privilegiado e seguro para olharmos para o Abismo através dos olhos de garotinhas adolescentes.
O ser humano é um bicho complicado. O que você gostaria de fazer da sua vida? Uma profissão? Maternidade/paternidade? Escrever um livro? Ser famoso? Ser rico? Ser um ermitão nas montanhas? Consegue se imaginar em vários cenários diferentes, e você estaria feliz e realizado em todos eles?
Aliás, muito provavelmente a sua vida já é composta de muitos cenários diferentes. Você é uma pessoa em casa, outra na escola, outra no trabalho, e por aí vai. Todos eles são “você”. E você talvez ainda seja várias outras coisas, várias possibilidades que você gostaria de ser mas que não é, por um motivo ou outro. Talvez tenha motivos legítimos para isso, ou talvez esteja só se limitando, fazendo escolhas.
Às vezes, fazer essas escolhas dói. Deixa sequelas. E às vezes nem era preciso escolher em primeiro lugar, mas quando a pessoa percebe já é tarde demais. Já escolheu ser uma coisa e não ser outra coisa.
Em Akanesasu Shoujo as cinco garotas vivem assim, divididas entre quem elas são e quem elas poderiam ser, gostariam de ser, ou têm medo de que se tornem. Todas elas vão descobrir ao longo do curso do anime que não precisavam escolher: para serem de verdade, para serem felizes, para serem elas mesmas, elas têm que ser tudo o que podem ser. Inteiras. A harmonia na contradição.
Obrigado a todos que atravessaram esse crepúsculo comigo até o fim. Que anime, hein? Não, não é um “nota dez”, nem concorre a “melhor do ano”, mas é muito bom em sua proposta, e tem um final impressionante.
Garotas com problemas é a premissa, e todas elas têm problemas que não são só coisa de adolescente, mas podem ser sentidas de forma diferente por adolescentes. Libido, força versus feminilidade, solidão, sexualidade. E no caso da protagonista, que valeria um anime por si só, o luto.
Me sinto um pouco inadequado para escrever sobre esse impressionante episódio. Que o anime trata de preocupações de adolescentes à beira da vida adulta eu já saquei desde o começo, mas nesse episódio o tema pareceu ainda mais específico.
É sobre preocupações que garotas adolescentes passam, e que podem continuar durante parte ou toda suas vidas adultas. E daí que eu tentei, nesse artigo, descrever isso da forma que eu melhor entendo, mas ainda acho que uma garota ou uma mulher entenderia bem melhor do que eu.
Não sei também se as resoluções são as melhores possíveis, do ponto de vista de uma mensagem, de um exemplo para as garotas que estão assistindo. Mas o episódio em si foi potente, não foi?
Eu já especulei um pouco em um artigo ou outro, já acertei e já errei, mas agora entrando no arco final e depois de um episódio em que efetivamente aconteceu pouca coisa vou especular bastante.
Se eu não tivesse atrasado e esse artigo fosse apenas do episódio 8, talvez ele se chamasse “A calmaria antes da tempestade”. Mas da forma como foi, tenho que tratar tanto da calmaria do episódio 8 quanto da tempestade do episódio 9, não é?
Eu achei que esse fosse ser o arco da Yuu, antes de encerrar com o arco da Asuka, mas parece que daqui até o fim vai ser tudo uma coisa só. Talvez tenhamos alguma surpresa antes do fim então. Não seria nada mal uma boa surpresa.
Um anime que usa toca-fitas como dispositivo de transformação e que tem um clube de rádios analógicos só podia mesmo ser ludita. Estava demorando para se assumir. Enfim, mais sobre isso no miolo do artigo
Estou brincando, ok? Um pouco, pelo menos, não leve totalmente a sério o parágrafo acima.
Mas sobre uma coisa eu tenho que reclamar não ironicamente: como é feia a transformação da Chloe!
Não sei como me sinto a respeito desse episódio. Foi um bom episódio, um novo mundo instigante, um desenvolvimento que foi se revelando cada vez mais sinistro, mas não sei se entendi para onde Akanesasu Shoujo vai ou o que ele quer dizer.
Esse é o arco da Chloe. O “problema” dela, aparentemente, é que ela gosta de ficar sozinha às vezes.
Eu não disse que a juíza era um clutter? Quero dizer, estava na cara. Mas havia dois clutters dessa vez! Poxa, como eu poderia saber que isso é possível?
Para dizer que “acertei” que a Mia ia conseguir se transformar contudo eu teria que ser convencido demais, porque isso era mais do que óbvio, esse é o arco dela afinal. E eu errei quando chutei que talvez a Asuka-do-outro-mundo não iria aparecer, afinal já tinha a Nana para lutar.
Mia, a amiga mais tímida da Asuka, é fã de faroeste! Aparentemente, não por causa da estética ou dos tiroteios típicos, mas porque gosta de justiça e se identifica com o conceito de justiça dos filmes de faroeste que assiste.
Bom, não vou poder julgá-la porque sei muito pouco sobre o gênero, mas afirmo sem medo de errar que é perfeitamente possível gostar de um gênero em particular por algum detalhe que na verdade é pouco relevante para ele, ou até mesmo gostar sem saber o que ele realmente significa – o que poderia ser descrito como “gostar pelo motivo errado”.
Isso na verdade é bastante comum. Então independente de filmes de bangue-bangue oferecerem ou não (eu não sei) bons modelos de justiça, a Mia enxerga isso neles e é por isso que ela gosta. Ela não precisa estar “certa” para gostar. Ela apenas gosta, e é isso o que importa.