Rokka no Yuusha – ep 10 – “Eu te amo!”
[sc:review nota=5]
Episódio de emoções intensas! Sentimentos à flor da pele, e vários ataques tentando arrancar a pele do Adlet também. A essa altura não deve mais restar muita dúvida (resta alguma?) sobre quem é o sétimo, a menos que ocorra uma grande reviravolta na história. Hans não pode fazer nada, Adlet está por conta própria e quando achou que tinha conseguido se safar pelo menos por enquanto, chegou a única pessoa que absolutamente não podia ter chegado. É difícil fazer planos cercado de pessoas imprevisíveis!
Apesar do conselho do Hans, Adlet está determinado a conversar com Flamie e trazê-la para o seu lado. Mas por que a Flamie? Só porque ele tem certeza que ela é inocente? Porque ele a conhece? Porque ele confia nela? Por que ele confia nela…? A própria Flamie o enche com esse tipo de pergunta. Por que ela? Tendo que responder pergunta atrás de pergunta, encontrar o motivo por trás de cada motivo, acredito que Adlet só percebeu naquele momento: ele está apaixonado pela Flamie. Como assim, romance no meu mistério? É um pouco súbito realmente, mas não acho que seja um exagero. Com certeza há quem ache que Adlet esteja blefando para conquistar uma aliada, mas se você pensa assim você ainda não entendeu o Adlet. Embora ele siga o arquétipo do ladino, do malandro, ele é honesto. Honesto talvez até demais para seu próprio bem. Ele não mentiria. O canalha ali, quem seria capaz de mentir, é o Hans, mas o Hans inclusive por causa disso é muito mais competente em entender outras pessoas, e o que ele entendeu da Flamie o mantém longe dela. Hans jamais tentaria enganar a Flamie, e esconderia verdades perigosas também – e foi exatamente isso que ele aconselhou o Adlet a fazer. Adlet não concordou, talvez nem tenha entendido direito o que o Hans quis dizer, e no meio de uma situação de conflito com risco de vida não vacilou um instante só antes de declarar seus sentimentos pela ex-assassina de heróis. Foi para Flamie tão chocante quanto foi para mim, a naturalidade, a quase indiferença – que indiferença não era por detalhes sutis. Ela não podia senão acreditar. Mas como Adlet se apaixonou tão rápido em primeiro lugar? Bom, é muito conveniente pro roteiro, e eles são adolescentes, esse tipo de coisa acontece mesmo ué, principalmente nesse tipo de situação estressante na qual eles se encontram.
Mas ai quando a Nachetanya descobrir! Porque ela também parece, se não se apaixonada, pelo menos razoavelmente afeiçoada pelo Homem Mais Forte do Mundo. Ela até mesmo enquadrou de forma constrangedora seu amigo de infância. Ela sabe há tempos que o Goldov gosta dela, mas que fazer? Por causa do Adlet ela não viu outra escolha senão ter aquela conversa chata com o grandão: “Olha, eu sei que você gosta de mim, mas te vejo só como um amigo, ok?”. Eu congelei mais nessa cena do episódio retrasado do que na declaração de amor do Adlet para a Flamie nesse episódio. A coelhinha sabe ser assustadora às vezes. Assim foi pouca a surpresa quando a Maura (ah Maura, nem está mais disfarçando, né?) mentiu descaradamente que o Hans teria sido gravemente ferido pelo Adlet e que isso, mais uma vez, provaria ser ele o sétimo, e tanto Flamie quanto Nachetanya enlouqueceram. As duas se sentiram traídas, enganadas. Não sei o que isso representa para a Nachetanya, mas ser enganado nunca é gostoso. Some a isso o ciúme que ela vinha acumulando desde que reencontrou o Adlet e ele começou a defender a Flamie e o peso na consciência por ter sido dura com o Goldov. A princesa, que sempre pareceu meio desequilibrada, saiu totalmente de controle.
Mas não tanto quanto a Flamie. Ela, como o Hans acertadamente adivinhou, vive em uma escuridão muito profunda, muito sombria. A traição que sofreu criou cicatrizes profundas nela. Sua enorme raiva só é superada pela sua enorme tristeza. E ali estava ela, confiando mais do que nunca em Adlet. Ele até mesmo disse a amar! E tudo o que ele disse era mentira? Ele também estava apenas a traindo? De novo? Bom, assim é o mundo em que Flamie vive. Ela só precisa se vingar dele também. Ela já estava tentando matá-lo de todo modo, pois não podia aceitar o sentimento egoísta do Adlet e não podia permitir que sentimento semelhante surgisse em seu próprio coração. E uma vez dentro desse redemoinho de raiva e tristeza sem fim ela perde a capacidade de raciocinar. Adlet diz “encontre o Hans e verá que ele está bem e confirmará tudo o que eu digo!”, mas ela responde “e daí?”. Como assim e daí? Isso provaria que ele não é o sétimo, e ela sabe que depois que ele morrer virão atrás dela! Então se o que o Adlet diz for verdade ela está apenas cavando a própria cova … mas já não é mais assim que ela pensa naquele momento. Se ele mentiu ou disse a verdade não importa, o que importa é que está doendo muito, está doendo de novo, ela está sofrendo por ter acreditado por um instante que fosse. Adlet apenas se esquivava mas sem fugir, mas quando Maura chegou a coisa complicou: ela sim atacaria para matar e seria impossível conversar com alguém que provavelmente estava mentindo.
Incapaz de fugir, ele se rendeu, e uma pequenina centelha de esperança no coração de Flamie fê-la impedir que Maura o matasse: ele se rendia, afinal. A Santa da Montanha concordou, mas garantiu que ele não sairia vivo. Adlet tinha plena consciência disso, e já tendo aceitado seu provável destino passou a se preocupar apenas com a Flamie. Usando um instrumento mágico de seu mestre provou que a Flamie não poderia ter mexido no altar e portanto não era a sétima. Se não podia salvar sua própria vida, pelo menos fez o possível para salvar a vida da Flamie. Encurralada, Maura desiste de levar Adlet de volta vivo e decide matá-lo ali mesmo – e é impedida por Flamie, que ajuda Adlet a fugir, ainda confusa com seus sentimentos conflitantes mas incapaz de negá-los. É nesse momento que Nachetanya chega com sua poderosa fúria. Adlet e Flamie estão cercados por Maura, atrás, Nachetanya e Goldov, pela frente. Hans está sendo mantido cativo pela Chamot. Com a Flamie o Adlet conseguiu usar com sucesso a carta do sentimento, mas ele não tem nada capaz de aplacar a ira de Nachetanya.