O que esperar de um anime baseado em um mangá shounen clichê até o talo? Algo ruim? Algo sem personalidade? Talvez, mas por esse primeiro episódio de Black Clover é difícil acusar que o anime será algo assim, como também é difícil acusar que não será. O fato é que ele tem sim potencial para ser ao menos um divertimento momentâneo satisfatório, e o que me levou a pensar isso vocês saberão agora nesse artigo de primeiras impressões sobre mais essa estreia da nova temporada.

O episódio começa nos apresentado Asta, o protagonista animado que não tem afinidade com magia – mas em compensação treina bastante a parte física –, em contraposição a Yuno, que tem uma boa afinidade com magia e é mais quieto. Ambos têm o desejo de se tornarem o “Mago Imperador” – ou “Rei Mago” como ficou a tradução oficial da CR –, que seria algo como o chefe militar daquele país, o qual é defendido por um exército de magos empunhando seus Grimórios.

Ele pode ser estereotipado, mas tem potencial para ser carismático, admitam!

A ideia de ter um protagonista sem poder e delimitado pela sociedade como alguém inútil, e que jamais será capaz de se tornar um grande mago – afinal, ele não tem magia alguma – é uma sacada fácil e clichê que estruturalmente já vai demonstrando uma simplicidade e comodidade criativa da obra. Isso é algo ruim? Sim e não, pois não é porque uma história se sustenta em conceitos similares aos de tantas outras que ela vai ser ruim, depende mais da sua execução e de ela conseguir fazer com que seu público se interesse por aquele universo e/ou pelos seus personagens e veja carisma neles.

Ainda é cedo para falar se isso rolará com Black Clover, o que deve ser determinante para a sobrevivência do anime e talvez até do mangá a longo prazo, pois esse episódio não mostrou nada demais acerca das motivações dos personagens principais, nem teve um drama mais pungente ou uma cena de ação emocionante. Ele foi simples, apresentou Asta e Yuno, o conceito daquele mundo e alguns de seus elementos, e fechou com algo que ao mesmo tempo em que foi bom foi ruim.

O tipico rival que é o total oposto. Isso é algo ruim? Pagarei para ver!

Na situação de aperto em que seu amigo está refém do mago ladrão e ele mesmo não tem como enfrentá-lo surgir um Grimório com um demônio dentro dele quando o episódio todo não deu nenhuma pista de que isso poderia acontecer tem uma bela cara de Deux ex machina. Dá para relevar isso, é verdade, mas se ao menos tivessem dado alguma pista antes, teriam aproveitado melhor a cena que em si foi até boa e chegou a empolgar um pouco.

Além disso, só me incomodou o Asta gritando – falando ele até vai bem, agora ele não sabe gritar, por incrível que pareça até para gritar o seiyuu tem que saber fazer direito kkk – e a falta de profundidade de tudo ali. Contudo, se pensarmos que se trata apenas de um primeiro episódio dá sim para ter um pouco mais de paciência e esperar um melhor desenvolvimento de personagens e de mundo nos seguintes.

Uma pena não terem adaptado o primeiro capítulo todo, pois teria a luta e um momento marcante

Um ponto forte foi a animação, que entregou fluidez e belo acabamento nos momentos necessários, traindo um pouco as expectativas de alguns por ser um anime do estúdio Pierrot. Porém, foi só um primeiro episódio – que costuma ser mais bem animado mesmo –, ainda é muito cedo para se “animar” quanto a isso. Os personagens secundários e os cenários não foram ruins, mas não causaram uma forte impressão também, tornando o potencial para a ação o que houve de mais atrativo nessa estreia – afinal, esse episódio em si não teve quase nada disso, mas o próximo promete ter –, além claro do clima de aventura que a obra deve ter já que agora que o protagonista tem um Grimório ele deve tentar entrar no exército junto de seu rival.

No geral foi um episódio razoável que apresentou uma parte técnica boa, uma premissa com um certo potencial – ainda que bem batida – e um universo minimamente interessante – muito por conta do exército de magos, vale frisar. Ele pecou por não ter apresentado um diferencial marcante para já tentar conquistar o telespectador logo de cara, mas acredito que isso não tenha sido de todo ruim e que se você fizer a regra dos três episódios com esse anime pode acabar se deparando com uma história prazerosa de se acompanhar, mesmo que sem grandes pretensões.

Com certeza indico para quem gosta de obras do tipo, para quem não gosta indico que tentem ao menos ver um pouco mais desses personagens e desse mundo para ver se a magia dele também é compartilhada com sua história.

Com uma irmã dessas, com direito a pintinha charmosa e tudo, eu viro até siscon. Não, pera…

P.S.: vou deixar a indicação que fiz do mangá na Mangá21. Sim, eu leio a obra, admito que gosto bastante e devo continuar comentando-a semanalmente aqui para vocês!

  1. Diferente do artigo, eu achei uma estreia bem ruim.
    EU não me importaria se o protagonista fosse 100% generico, mas passar o episodio inteiro gritando(ele levando fora da Irmãs, mas continuar insistindo foi horrivel) é irritante demais.
    A parte tecnica estava boa, mas aquelas correntes em CG foram horriveis(Oi, Hand Shakers).
    O protagonista é atacado por corrente afiadas, mas em vez de morrer, ele só fica um pouco arranhado.
    O irmão com pinta de Sasuke não fede nem cheira.
    Gostei da ideia de ser um Grimoire diferente pra cada pessoa(eu rir do nerd que ficou com um livrinho).
    Eu quase rir da cena em que o protagonista não ganhou o livro, mas a voz do dublador é tão irritante que eu não conseguir rir desse fracasso.
    No final descobrimos que ele não tem magia, mas perto da morte(e depois de gritar muuuito) ele ganha(do nada) um misterioso livro que ironicamente é um dos mais poderoso(ou o mais) e fim.
    De resto uma cópia safada e sem inspiração da premissa “garoto esforçado é excluído pelo mundo e não tem poderes (para as crianças ficarem com pena dele), mas por não desistir ele ganha super poderes fantásticos logo depois…”.
    2/5

    • Eu achei uma estreia mediana por ter deixado coisas em aberto que se melhor explicadas podem gerar uma impressão melhor sobre a obra (a relação entre os garotos, o que é o Grimório do trevo de cinco folhas, etc), mas realmente me incomodou bastante a dublagem do protagonista e sei que esse anime demonstrou carecer bastante de criatividade por se espelhar demais em fórmulas já batidas. A longo prazo se a obra apresentar boas cenas de ação e for divertida acho que isso pode compensar um pouco esse clichê todo, mas claro que isso depende muito dela melhorar nos próximos episódios. Tenta fazer ao menos a regra dos três episódios para essa, mas claro que só se os clichês não te desagradarem tanto.

  2. Este anime só pode ser descrito como shounen trash. Eu vi o ova que saiu antes, e esta já era má, mas este primeiro episódio da versão tv de Black Clover, ainda foi pior. Não bastava a obra usar, os mais variadíssimos clichés dos shounen modernos, como os executa mal. A velha história do protagonista que nasceu fraco, ser um revoltado da vida podia ser suportável, se neste primeiro episódio o Asta não tivesse passado 90% das suas falas a gritar e nem nisto o dublador dele presta para fazer. Quanto ao resto, a animação é razoável (se bem que na parte final do episódio, aquelas correntes em computação gráfica do ex-cavaleiro mágico malfeitor, ficaram bem toscas), a dublagem é fraca, parece até que a staff dos dubladores é tudo iniciantes e em termos de osts, para empolgar durante as reviravoltas do protagonista, foram inexistentes.
    Black Clover, tem tudo o que eu mais desprezo e odeio em um shounen (desde da sua falta de inovação na fórmula já gasta usada em shounen, como a falta de personagens que fogem dos clichés). , Verei mais uns episódios, mas duvido muito que o anime vá melhorar.
    Excelente artigo de primeiras impressões de Black Clover Kakeru (foste muito generoso na nota, este episódio, sem dúvida merecia nota negativa).

  3. Ele foi dentro do que eu esperava, infelizmente não podemos dizer que a sinopse, os trailers e os comentários gerais de quem lê o mangá não indicassem que seria tão clichê, Porém, confesso que poderia ter recebido ao menos umas três estrelas e meia se tivesse adaptado todo o primeiro capítulo do mangá, esse considerei ter sido o seu maior erro. Ademais a parte técnica com certeza influenciou em uma impressão melhor do episódio como um todo e o fato de que, tirando a dublagem problemática do protagonista, não houveram muitas coisas que me incomodaram. No final, esse episódio só fará sentido com o próximo (mais ou menos o que ocorreu com Boku no Hero que dividiu o primeiro capítulo do mangá em dois episódios), pois acredito que ao menos metade dele deve ser o que faltou adaptar do primeiro capítulo. No geral até que fui mesmo generoso porque não vi grandes problemas dentro do que já esperava, algo clichê e um tanto quanto raso, mas nos próximos episódios o anime tem que melhorar mesmo, se não a tendência é ir recebendo notas piores, afinal, algo que não se mostra interessante satura bem rápido.

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