Gostei bastante do primeiro episódio de “Apenas Porque!”, e olha que não sou muito chegado a animes de ritmo lento focados na vida escolar, mas se esse não me cativou por seus personagens – que não foram ruins, mas ainda não mostraram grande carisma ou personalidades interessantes – conseguiu me pegar pelo clima que criou, fazendo com que a história que ele queria contar se tornasse mais e mais agradável de se ver com o passar dos minutos até o final de seu começo.

O anime conta a história de um garoto que está se transferindo para uma nova escola em uma nova cidade no último semestre do ano e, enquanto vemos um pouco do dia a dia dos alunos da sala na qual ele deve entrar, o acompanhamos conhecendo o local em que vai estudar, presenciando uma briga pela sobrevivência de um clube e reencontrando um antigo amigo com o qual perdeu o contato – algo que não foi jogado na história de surpresa, vale dizer.

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No que tece aos quesitos técnicos (animação, trilha sonora, dublagem, etc) o anime foi bom, não mostrando nada de espetacular e nem nada de deslocado ou feio, tendo como pontos positivos o design dos personagens (nada impressionante, mas belo e consistente) e o trecho em que alguns alunos tocam seus instrumentos, o som ajuda a encorpar a cena do home run.

Intercalar duas cenas distintas para dar um upgrade no momento de maior destaque do episódio e, ainda assim, mostrar outra cena interessante logo em seguida foi uma boa sacada que atuou como a cereja do bolo; bolo esse preparado com delicadeza e paciência para que pudesse sair no ponto.

Um exemplo de cena que não é excelente, mas passa longe de ser ruim também!

Outro ponto forte desse episódio foi seu roteiro, pois ele não apelou muito para a comédia e nem para o drama, apenas nos mostrou os acontecimentos de forma natural, sem destacar demais alguma característica de um personagem específico, mas sim intercalando passagens que iam trabalhando devagarzinho cada um dos personagens que aparentemente protagonizarão a história.

Aliás, foi bom ver as preocupações de alguns deles – uma com os estudos, o outro com os esportes, a outra com o clube, etc – sendo mostradas, pois mesmo que ainda de forma rasa elas ajudam a ir construindo esses personagens, vão mostrando quem é maduro, quem é sonhador, quem é tímido, quem é mais despojado. Enfim, desenvolver esses personagens para o público em meio a situações cotidianas funcionou nesse episódio e espero que funcione nos próximos.

Não poderia deixar de citar o ótimo trecho em que o protagonista fala de forma bastante honesta sobre a amizade que se perdeu com o Haruto, o que convenhamos, já deve ter acontecido com muitos de nós em algum momento das nossas vidas. Quem não tem amigos que eram bem próximos na época da escola e com o tempo perderam esse contato pelos mais diversos motivos? São coisas que rolam mesmo na juventude e faz sentido que sejam retratadas em um anime com esse público-alvo.

Confesso que não lembrava, ou não sabia, que existia esse tipo de trem.

A ideia de enfatizar as mensagens de celular na tela também foi legal porque se conectou facilmente aos jovens de hoje em dia. Que adolescente, ou jovem adulto, não fica um bom tempo grudado no celular trocando mensagens? Confesso que faço isso o tempo todo e não duvido que muitos de vocês também tenham se identificado um pouquinho que seja com os personagens por conta disso.

Um jovem que nunca fez isso ou não conhece alguém que fez que atire a primeira pedra!

Outra coisa que me chamou atenção foi a sensação de verossimilhança que o anime me passou o tempo todo. Não sei como as escolas japonesas são de verdade, mas acredito que esse anime nesse episódio tenha sido um relato quase que fiel do que é o cotidiano de uma, o que foi ótimo, pois pode significar que a obra tenderá a uma abordagem realista da vida escolar e do romance nessa época. Isso seria bem bacana porque a diferenciaria um pouco de tantos animes clichês que abordam os mesmos assuntos. Não que o clichê seja sempre ruim, mas novidade às vezes também é muito bom.

O final do episódio teve um bom gancho para o próximo já que a partir de agora a relação dos três personagens aparentemente centrais deve ser melhor explorada com traços de drama e comédia, suponho eu, e o desenvolvimento de um provável triângulo amoroso. Só não entendi porque o Haruto foi chamar a Natsume quando podia ter mandado uma mensagem. Talvez para prepará-la para se reencontrar com o Eita? Não duvido, e se for por isso dá para supor mesmo que há algo mal resolvido entre os dois, talvez uma paixão ou algum ressentimento? Eu vou pagar para ver!

Eu realmente gostei bastante do design de personagens desse anime.

Just Because! não foi exatamente surpreendente, nem exatamente ótimo, mas teve uma essência de slice of life bem leve e agradável que fluiu bem para mim e me fez sentir prazer ao assistir, mesmo sem dar uma grande gargalhada ou me deleitar com algum momento específico. Espero que ele explore bem os pequenos dramas de cada personagem (desde passar nos exames de admissão a ganhar um prêmio para salvar seu clube ou saber lidar com a frustração de ter que sair de um, etc), que arrume conflitos que dialoguem bem com seu público-alvo e que consiga ser prazeroso de assistir como slice of lide, como romance, como drama, ou como todas as opções anteriores.

Se procura um anime que parece devagar quase parando, mas na verdade aproveita muito bem o tempo que tem, esse anime é para você! Porém, se não gosta de algo que pode demorar a germinar e dar frutos talvez essa não seja a melhor opção para você nessa temporada. De toda forma, indico que façam ao menos a regra dos três episódios para esse, pois acredito que ele pode fisgar seus corações nesse meio-tempo.

Eu quando acabou, “Cadê, tem mais não?”

  1. E aí peoples!!!! O que vcs tão achando de JB!? Eu de minha parte já veio uma comparação com “Tsuki ga Kirei”no começo já vem um persongagem melancólico e meio taciturno, fechadão…O Eita…Bem contido deu a impressão que devido a profissão do pai tem de se mudar muito e isso o afeta, não estava lá muito contente de tudo o que acontecia ao seu redor. Ele é um pouquinho diferente do Kotaru Azumi em TgK com seu mentor, o escritor (de estetica dark de Osamu Dazai e folk rock do Happy End – se tiver a oportunidade de ouvir dessa banda “Sorairo no Crayon” não perca!). No quesito melancolia os dois estão pau a pau. Gostava e muito das citações do Dazai na cabeça do Kotaru e sua paixão pela dança livros e musica

    Bem o episodio foi aquele de “posicionamento dos personagens na história” que pelo que entendi foi assim:

    O Haruto (que era amigo de longa data mas que se distanciaram no meio do caminho e nada como um joguinho de 野球 para por as conversas mais ou menos em dia. Ele não irá adiante na carreira de estudos e já procura emprego mediano parece que ele mora com um avô que precisa de cuidados, mas está bem conformado com isso. A felicidade dele quando fez o home-run é tocante pois lhe parece que esses momentos estão para se rarefazer com o passar do tempo e ele tem consciencia disso.

    A Natsume focada nos estudos , mas irritada com essa carga de responsabilidade não deu muito a historia apesar de seu “screening time”. Se sente sempre pressionada

    A Morikawa tambem sem entusiasmo e muito timida, mas acho que ela tem um crush pelo Saruwatari

    E a Komiya vulcanica explosiva inconformada com o que ocorre ao Clube. Ela é meio independente e ama o seu hobby. Parece que faz de tudo para mante-lo e já apelou a tatica de fotografa guerrilheira já para avisar a Natsume que “crush”(será?) voltou a Nakaji.

    Dito isto vamos a parte tecnica:
    A Animação é boa (beeeemm melhor que TgK) movimentos dos personagens em segundo plano até que caprichado (o que era péssimo em TgK) mas não vou dar nota por enquanto, vou esperar um pouco mais.
    Trilha sonora ponto altissimo do anime inserções perfeitas e melódicas sem melodramatizar em excesso, extremamente elegante e deu aquele plus nas cenas quase a perfeição.
    Fundos & Cenários muito bons também, as cores e as perspectivas mantiveram a realidade do cenário e o design bem realista (nada daqueles cenários com cores muito brilhantes e um bom uso de sombras).

    No mais acho que vai ser um história bem interessante de pessoas comuns assim como eu e você que estão no zenite da vida jovem. Eles estão perto de grandes acontecimentos em suas vidas e estão se perguntando “o que serei depois de que tudo isso se acabar? Vou me realizar de alguma forma vou encontrar meu amor vou sair daqui como?” Não sei quem disse isso, mas a felicidade de melhor qualidade as vezes se encontra na melancolia e essa é inesquecivel.

    Por isso JB! vai merecer minha atenção.

    E muito grato pela resenha estamos por aí!

  2. Fico feliz que tenha gostado! Achei ainda cedo para falar mais sobre os personagens por esse episódio ter sido mais uma apresentação geral deles e do que deve tratar a história, mas espero que ao longo dos próximos possa falar um pouco mais sobre cada um, gravar o nome deles e me deleitar com belos momentos melancólicos, ou não, que exaltam a juventude de forma bela e verossímil. Confesso que gostei mais do começo de Just do que de Tsuki, mas ele vai ter que se esforçar para apresentar um roteiro melhor ou tão bom quanto e vou pagar para ver isso acontecendo “apenas porque” gostei muito do anime ^^!

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