Bom dia!

Refletindo sobre a história desse episódio e sobre o rumo que o anime está tomando, me peguei pensando “oh, isso parece com uma segunda temporada!”. Não na aparência, lógico, falo da história.

A aparência é aquela coisa… se em um artigo qualquer eu não reclamar que preferia o character design antigo, é porque me esqueci ou achei que já estava chato reclamar de novo.

Pelo menos enquanto elas estiverem realizando tarefas sozinhas não será problema nenhum o fato de terem ficado muito parecidas com esse character design. Ajuda ainda mais que suas tarefas sejam tão diferentes. O que elas perderam de identificação automática, vindo diretamente de suas aparências, estão ganhando em personalidade. Não quero dizer que elas já não tivessem personalidades diferentes antes, mas essas estão sendo mais desenvolvidas agora e começando a se parecer mais com profundidade de personagem e menos com maneirismos e clichês simples só para diferenciá-las. E isso tem a ver com o fato de, bem, ser essa tal segunda temporada.

Wake Up, Girls! começou com um filme. Um filme muito bom, mas um filme é um filme, a duração para desenvolver sete personagens diferentes é muito curta. Basicamente a única que saiu dali multi-dimensional foi a Mayu. Então veio a primeira temporada, que se dedicou mais a desenvolver o tema e o cenário do que as garotas em si, e faz sentido que tenha sido assim. Elas foram mais uma vez reintroduzidas e tiveram um pouco mais de exposição para que as entendêssemos um pouco melhor, mas ainda não dava para dizer que fossem personagens profundas. A catarse da primeira temporada foi a conquista coletiva delas, o estabelecimento definitivo das Wake Up, Girls! como um grupo idol profissional conhecido e reconhecido, mesmo que ainda pequeno e inexperiente.

Nanami e Miyu estavam terrivelmente nervosas e sua participação foi cortada na edição do programa de tão desastrosa que foi

E essas duas características (grupo pequenoinexperiente) voltou para lhes morder os calcanhares nessa segunda temporada, em meio a uma crise que aparentemente afeta todo o setor. Já seria difícil em tempos de vacas gordas, mas quando até mesmo as nacionalmente famosas e ultra-profissionais do I-1 Club estão sob pressão, o que há de ser das pobres WUG? A presidente do Green Leaves tem a solução, que na verdade é uma aposta: uma turnê nacional, terminando com um grande show em um estádio! Mas as sete garotas vão conseguir um feito desse tamanho, sendo tão pouco populares? Mais uma vez Junko tem a resposta: basta elas fazerem trabalhos paralelos individuais para ganhar popularidade. E aí começa outro problema para o qual, finalmente, apenas as próprias garotas podem encontrar a solução.

Por que elas deveriam ser populares em primeiro lugar? Digo, por que alguém deveria gostar delas individualmente, e não apenas curtir o grupo como um todo? Até aqui, conseguiram conquistar plateias em seus shows com sua técnica competente, que adquiriram rápido e com muito esforço. Mas agora elas estão tendo que lidar com outros tipos de trabalhos, e sozinhas – ou, no máximo, em duplas. Programas de variedades, culinária ou noticiários na TV, sessões fotográficas, tudo é muito novo para elas e não têm para quem pedir ajuda. Seus anfitriões e colegas de trabalho nessas novas empreitadas não conseguem evitar a frustração quando esperam idols e se deparam apenas com jovens mulheres tímidas, que não sabem o que fazer direito ou como se comportar naquela situação. Junko não pode resolver isso para elas, mas dá uma dica: não se esforçar para parecer uma idol, mas apenas ser quem é, expressar sua individualidade.

E é precisamente aí que o anime começa a desenvolvê-las, mesmo que devagar, mesmo que ainda seja algo meio raso, mesmo que elas sejam tantas. No filme o grupo se formou, na primeira temporada ele se consolidou, e agora para ele continuar crescendo cada uma das WUG precisa brilhar por si mesma. Assim, elas deixarão de ser apenas o grupo das “shichi-nin no idol” (sete idols) para ser o grupo da Airi, da Kaya, da Mayu, da Minami, da Miyu, da Nanami e da Yoshino.

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