Como tinha dito antes, Ballroom ainda não tinha final para esse arco no mangá e por isso ele vai ter no anime um final adiantado pela autora, final esse que deve divergir em alguns pontos do que terá no original. De toda forma, acho que as diferenças serão mínimas, mas é mais um motivo pelo qual indico que leiam o mangá, desde o começo, após o fim do anime. Agora vamos a décima nona dança!

Nessa primeira parte do episódio vimos que mais uma vez o par principal teve notas máximas, que, por incrível que pareça, o Kugimiya sabe ser simpático e que a Chi-chan não se contém em provocar a Akira quando pode. Daí tivemos a deixa para o que seria mostrado na segunda metade desse episódio e que era necessário para entendermos a conturbada relação que a Akira e a Chinatsu têm.

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Em seguida há o momento em que o Tatara e a sua “égua indomável” avaliam as danças dos outros, algo comum em uma competição de turnos e que ajuda também a demonstrar a evolução do protagonista, que com a sua experiência e o contato com ótimos dançarinos sabe reconhecer o que é dança boa de verdade. Esse momento também é interessante porque vemos que o fim da linha para a Akira e o Mine está próximo e que, por isso, há uma urgência em trabalhar os dramas e sentimentos da personagem, algo que também é importante para conhecermos melhor a Chinatsu.

Uma ótima analogia, sejamos honestos!

Se há uma coisa que fica bem clara para o telespectador é o fato de que a Akira não dança por paixão a prática, mas sim por alguma outra coisa, o que pelo final da primeira parte e por tudo o que foi trabalhado até aqui e é dito na segunda comprova que é por ela ter sentimentos pela Chinatsu. E não, não se trata de um amor de irmã ou amiga, mas de um amor “completo”, e que por conta dele a faz sempre querer estar perto dela, sempre querer ser vista e notada pela Chinatsu. O que mais a magoa me parece ser ela não ter a atenção da “amiga”. Se tem uma música que combinaria bem com essas duas personagens seria With or Without You do U2. Que relação complicada a delas, hein!

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Aliás, antes do anime começar vi muita gente pensando que teria romance na obra e bem, imagino que quem esperava isso tenha se decepcionado, pois o mais próximo de uma relação claramente romântica entre os personagens é exatamente esse amor não correspondido, ou não compreendido, da Chinatsu pela Akira. Passados os intervalos comerciais, na TV japonesa, vemos o passado das duas, que se não faz o público morrer de amores pela Akira constrói bem ambas as personagens.

E por que esse longo flashback faz isso bem feito? Porque vemos quem e como elas duas eram como crianças, como se conheceram, por que se aproximaram, quem elas eram como pessoas, pois se por um lado faltava confiança e coragem na Akira pelo outro isso era tudo o que a Chinatsu mais tinha e foi por isso que uma se apegou tanto a outra, pois via nela aquilo que ela não era e que a completaria, a Akira via na Chinatsu alguém que ela precisava, da qual ela gostava e pela qual desejava ser reconhecida e admirada também.

O que, colocando em termos de dança de salão, seria reconhecê-la não só como parceira, mas também como uma rival. Lá no começo do episódio a Chinatsu ter dito que o Tatara que era seu rival e que não teria tempo para prestar atenção na dança da Akira a magoou tanto por conta disso, porque lá no fundo era tudo o que ela menos queria ouvir.

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Na verdade, talvez em algum momento futuro da história esse caráter “romântico” unilateral da relação das duas seja desmentido, mas por ora dá sim para achar que uma ama a outra e que não é correspondida ou não é compreendida. Acho que isso em parte é um problema de comunicação, pois se a Akira dissesse o que sentia para a Chinatsu talvez as duas se dessem melhor, mesmo sem dançarem juntas.

A verdade é que toda a rispidez e ousadia dela parece mais uma máscara de proteção, uma forma de reagir às frustrações que ela tem com relação àquela que era sua amiga, e que talvez ainda podemos considerar que seja. O mais legal dessa parte foi ver que a Chinatsu, de certa forma, também tem “culpa no cartório” quanto a situação entre as duas.

Isso pode ser clichê em obras do tipo, mas é eficiente mostrar a arrogância da Chinatsu em não pedir esforço da amiga para exemplificar a sua negligencia dentro da relação, pois se ela esperasse mais dela, se ela se abrisse para ser também dependente da Akira talvez a relação entre as duas não teria se complicado tanto. A verdade é que ambas cometeram erros e não souberam conciliar o que desejavam para se manterem unidas.

Acredito que cada pequena situação da infância delas serviu bem ao seu propósito de mostrar para o público o motivo para as duas serem tão ríspidas uma com a outra e acho que essa construção é um ponto forte desse arco e da história. Ambas são seres humanos suscetíveis a qualidades e defeitos, não é porque a Chinatsu é a co-protagonista que ela não pode ter esses defeitos, é até um contraponto com o Tatara, que é um personagem mais linear e menos “problemático”, e nem por isso que ela não merecerá ganhar a competição. É no que eu acredito e espero que agora o Kugimiya, que é o único que falta ter mais destaque até por ser o último rival na disputa, seja trabalhado para equilibrar as coisas. Depois de conhecermos esses quatro personagens e o que almejam é que vê-los, mesmo que sejam só três deles, se digladiando será mais significativo e gratificante.

Queria emoldurar essa imagem e colocá-la na parede do meu quarto de tanto que a amo! ❤

Para finalizar, só gostaria de dizer que achei esse um ótimo episódio não só pela situação da competição ou pelo reforço da evolução do protagonista, mas também porque ele soube dar profundidade a personagens e as suas relações, soube criar empatia do público por personagens secundários ao mesmo tempo em que encorpava a caracterização dos protagonistas. Na verdade, desde o princípio Ballroom tem se mostrado uma via de mão dupla onde a história de um personagem dialoga diretamente com a do outro e o conflito, nesse caso a competição, faz com que ambos evoluam. Não existe tempo perdido nessa história, não existem ideias desperdiçadas!

Não posso deixar de comentar a reflexão do Tatara sobre as características da Chinatsu e a mudança na forma que ele a vê, já que é algo que vem sendo construído para não ser só belo, mas útil e creio que pode ser recompensado com ele conseguindo fazer tanta beleza transbordar completamente.

Vou ficando por aqui e espero que o próximo episódio seja tão bom quanto esse foi. Falta só mais cinco episódios para o final de Ballroom e é um final que eu desconheço que está por vir. Quem está animado? Eu estou animado! Espero que vocês também estejam e nos vemos no próximo artigo!

Eu teria colocado a Akira aqui se ela estivesse na disputa para ser a musa do anime!

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