É sempre muito prazeroso quando um anime do qual você gosta muito tem dois ótimos episódios em sequência. Dessa vez tivemos o desfecho da história entre pai e filho e um foco no amigo desse filho e em como ele foi capaz de domar a sua ira a fim de proteger aqueles que ele ama. Nem sempre os pecados são uma condenação, muitas vezes os males podem se tornar força para fazer o bem e é a partir disso que vemos nossos heróis, os Pecados Capitais, tomando as rédeas da sua própria história.

Imagens com todos os vilões reunidos nunca são demais, né.

King pode ter seus defeitos e ainda ter muitas coisas em que pode evoluir, mas ele não é bobo e pôr o Meliodas contra a parede nesse momento era o melhor que ele poderia fazer com o intuito de proteger seus companheiros – já que serem liderados por alguém com um passado duvidoso pode muito bem levar o grupo a ruína –, mas aceitando que certas revelações não podem vir à tona ainda e que o Capitão merece um voto de confiança por tudo o que já fez por eles, ele retrocede por hora e promete observá-lo de perto – o certo, final, com um amigo demônio quem precisa de inimigo, né.

Ao menos ele já juntou dois mais dois e sacou que o Meliodas é do Clã dos Demônios e não qualquer demônio entre eles, afinal, ele se refere a Zeldris como seu irmão e conhece bem os Mandamentos, como se ele mesmo um dia já tivesse feito parte daquele grupo – o que só assim justificaria todo o seu envolvimento com eles. Quanto ao trecho intercalado com o do Ban, só tenho um comentário a acrescentar, que a magia característica de cada Pecado é um claro indicativo de sua personalidade e isso não deve servir só para os heróis como também para os vilões, o que é uma condição que, dependendo da situação, pode mudar completamente o cenário de uma luta; podendo fazer o fraco virar forte, e o forte virar fraco. Isso se torna essencial quando os heróis da história têm uma enorme desvantagem – mas agora inspirados pelo poderio do Meliodas eles devem procurar se fortalecer.

O fim do reencontro entre pai e filho foi muito bonito e excelente por tanto trabalhar quem é o Ban enquanto personagem quanto por nos mostrar o que ele é para as pessoas a sua volta e o que elas são para ele. Por baixo de um sorriso malandro há um ser humano que tem suas fragilidades, que tem seus temores e que questiona suas atitudes por compreender que não pode se aproveitar da gentileza alheia, que não pode ser injusto com quem sempre o estendeu a mão e o ajudou quando ele mais precisava, sendo o Meliodas ou seu pai de criação, Zhivago. A verdade é que o Ban precisava se acertar com o seu passado para ser capaz de dar um passo à frente a fim de se acertar com o seu presente, pois só assim é que ele será capaz de ter um futuro em que possa fazer jus as pessoas que tem ao seu lado. Ele não se dá bem com humanos por toda a difícil história de vida que ele teve, mas encontrou um lugar em um grupo cheio de seres não humanos ou de humanos muito “peculiares”, além de ter uma mulher que ama, um amigo que ele admira e que o aceita, e agora uma “irmãzinha” que por muito lembrar a sua – é sério, eu não lembrava que ele tinha uma irmã, mas isso reponde o porquê dele ser tão receptivo a Jericho – se tornou alguém com quem ele pode se relacionar sem problemas – mesmo sendo humana. O Ban é um personagem simples com uma história de vida que facilita a empatia do público justamente por ele ser aprofundado na medida certa e ter um porque em suas atitudes, ter um porque para sua personalidade e para quem ele é e precisa ser na história.

Tenho o Ban como meu personagem favorito em Nanatsu no Taizai e a prévia dá a entender que próximo episódio sua jornada para reviver a sua amada Elaine vai ter um clímax, o que me deixa bastante animado para esse momento, que acredito que irá concluir bem o primeiro cour e abrir caminho para que os Mandamentos botem os seus planos em ação de forma mais contundente.

Algo importante que eu não poderia esquecer de comentar foi o ótimo momento em que o Meliodas põe em prática a “evolução” que teve após a provação pela qual passou para recuperar seu poder usando justamente esse poder para dar um aviso aos Dez Mandamentos de que os Sete Pecados não deixarão eles fazerem o que bem entendem, além de reforçar para nós que ele é inevitavelmente um ser cheio de ira, contudo, não mais de uma ira capaz de machucar a tudo e a todos e sim de uma ira capaz de engolir tudo, capaz de lidar com tudo em prol de seu objetivo de proteger aqueles que ele ama. Foi um momento bastante cool em que pela primeira vez os Sete Pecados foram capazes de fazer frente aos Dez Mandamentos e no qual o uso do clichê nada incomodou, pelo contrário, pois protagonistas de battle shounen que tem como traço de personalidade um fervor quando se trata de proteger seus amigos, pessoas inocentes ou a pessoa amada; nada incomodam quando esse sentimento é explorado na medida certa e no momento certo, como é o caso com o Meliodas, que na maior parte do tempo mantém a cabeça fria e é bem irreverente, mas quando seus amigos estão em perigo leva as coisas a sério e assume a responsabilidade que lhe cabe como grande protagonista.

Quem já não estava sentindo falta desse Meliodas badass, hein?

Antes de terminar a minha analise só gostaria de comentar mais um ponto, que é o efeito do treinamento na caverna, pois, segundo o que foi dito, treinar lá ajudaria a despertar os poderes latentes da pessoa. Sendo assim, o Meliodas conseguir canalizar o poder de seu “espectro” talvez tenha sido um sinal disso, porém, foi o breve momento em que o King sentiu uma leve pontada em suas costas o que não só confirma isso, mas também indica que as suas asas devem crescer em um futuro não tão distante, assim o levando a se tornar um Rei que faça jus aos seus antecessores. No fim das contas, o episódio serviu para ir plantando a semente quanto ao desenvolvimento desses personagens, algo que deve dar frutos no futuro de acordo com como a história for evoluindo.

Sem dúvidas esse foi outro ótimo episódio que me deixou animado para a conclusão desse primeiro cour e o que deve acontecer no segundo, no qual eu não estarei mais à frente das análises e sim um novato promissor que gosta muito do anime e tenho certeza que comentará bem ele – o mesmo que escreveu as resenhas de B: The Beginning e Parasyte. Tal arranjo não se deve a um desanimo meu com o anime, pois adoro ver e comentar ele, e sim a uma decisão editorial a fim de que mais animes possam ser comentados no blog – o novo redator de Nanatsu não costuma ver tantos animes, já eu vejo até demais e não devo ter problemas em encontrar um novo para comentar. Tenho certeza de que o segundo cour da segunda temporada de Nanatsu estará em boas mãos e que o anime tem tudo para melhorar, nos mostrando que muitas vezes um pecado é, na verdade, uma bela virtude!

Terá sido esse o despertar de um verdadeiro Rei?

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