Uma Musume é de longe a minha maior surpresa dessa temporada e isso não se deve ao anime ser inovador ou inusitado, mas a conseguir entender a sua proposta e não se limitar a ela de uma forma negativa, extraindo muitas coisas boas de uma história simples e muito cativante. O episódio da vez veio para fazer o público gostar das corridas com garotas-cavalo, e ele conseguiu? É o que veremos!

É oficial, a Gold Ship é a minha garota-cavalo favorita! Não só no começo do episódio, mas ao longo dele o seu jeitão excêntrico me fez dar boas risadas e acho que a sua personalidade já a tornou uma personagem bem mais interessante de se ver em tela que as aparentes rivais Daiwa Scarlet e Vodka – que não são personagens ruins, só estão um pouco apagadas. Sua interação com a Mejiro McQueen – a já aguardada sétima Spica girl – foi bem boba e engraçada e falarei disso mais à frente no artigo.

“Gold Ship não é a best girl“, o que além de ser besteira é uma completa mentira!

As três corredoras mais cotadas para vencer o Derby japonês não dividem só a capa de uma revista, mas também a mesa do café da manhã, sorrisos e superstições; reforçando uma qualidade que eu já havia elogiado, o bom discernimento entre rivalidade e inimizade e uma noção apropriada de como trabalhar isso. Pode parecer chover no molhado falar isso de novo, mas o final do episódio coroou o que estão tentando dizer no anime até aqui: vencer é incrível, mas, no final, não é só o que importa.

Agora tudo faz (ainda mais) sentido!

Uma coisa da qual senti falta nesses últimos episódios foi de um pouco mais de tempo de tela para as outras garotas do time Spica, pois tudo estava girando muito em torno da Spe-chan e aproveitar esse momento para devidamente apresentar a Mejiro McQueen e introduzir ela ao time foi positivo nesse sentido, pois, assim como aconteceu com a Tokai Teio, o laço que ela começou a formar com o grupo não só teve um papel simbólico para o que era o foco no episódio – ela ter encontrado o trevo faz que ela também se sinta um pouquinho parte do resultado da Spe-chan, né –, como também para a história como um todo. No Spica ela terá uma rival, uma amiga(?), pessoas unidas que se esforçam umas pelas outras e um ótimo ambiente para se desenvolver como corredora e se divertir correndo.

A mensagem que Uma Musume almeja passar me parece bem clara: aproveitar o que de melhor o esporte tem a oferecer ao dar tudo de si para alcançar seus objetivos sem deixar de respeitar seus adversários e a prática esportiva em si, e vejo que o anime está conseguindo transmitir isso aqueles que o assistem. Acho isso muito bacana de se ver em um anime que tinha tudo para ser apenas um moe medíocre apelativo, mas não, é um moe que tem história e a desenvolve de forma consistente, sabendo ser clichê nas horas em que pode ser e mostrando personalidade nas horas mais propicias.

Quando o seu time é uma família de verdade com a qual você sempre pode contar ❤!

E eis que temos a corrida em si, uma corrida longa em que as características das principais garotas – incluamos a King Halo nesse grupo – ficam bem evidentes de acordo com a progressão da prova e proporcionam momentos divertidos e de apreensão caso você já se sinta fazendo parte da torcida de alguma delas – meu caso. Uma coisa boa de antes da corrida foi terem mostrado como as corredoras lidam com o nervosismo e a ansiedade, e como durante ela o lado emocional delas influencia em seus desempenhos, assim como na forma que elas se enxergam enquanto estão dentro da disputa.

Seja tentando tomar a frente logo no começo da corrida ou vir de trás durante ela, seja observando as adversárias de longe para ter a melhor noção de quando brigar pela ponta ou assumir o primeiro lugar e tentar protegê-lo logo de cara. As ações e reflexões delas ao longo do trajeto foram o que ditaram o ritmo desse trecho e resultaram em um momento empolgante que acho difícil não ter feito qualquer um que assistiu gostar um pouco mais das corridas de garotas-cavalo, assim também entendendo melhor como funcionam e o que elas podem entregar enquanto momento climático.

Um anime de esporte bem peculiar que não deve nada a nenhum outro do mesmo gênero!

Não que as corridas anteriores não tenham servido para isso, mas essa com certeza englobou melhor todos os aspectos do que são as corridas dessas garotas, contando até com algo que é imprescindível para quem quiser vencer: uma motivação. E não só a motivação para alcançar um objetivo maior que se encontra no futuro, mas uma motivação para alcançar um objetivo que só pode ser agarrado ao se ultrapassar a linha de chegada. Nesse caso, se tratou das boas amigas e companheiras de time da Spe-chan que, como frisei mais acima, criaram um ambiente de convivência saudável que incentiva o trabalho duro sem esquecer do divertimento, do prazer que é para essas garotas correrem no páreo.

As duas derrotas consecutivas da protagonista Special Week não aconteceram por acaso e o que ela aprendeu com elas pôs em pratica correndo e se esforçando no máximo de suas forças para poder se sagrar vitoriosa no final. Vitória que veio? Veio. Foi merecida? Sem sombra de dúvidas, pois não foi por acaso que ela a conquistou. Um resultado que nem foi assim tão previsível – vitória ou derrota.

Imagino que casos de empate em corridas de cavalo – e de garotas-cavalo também – sejam raros e um empate entre as duas favoritas deve compensar um pouco as baixas chances de isso acontecer – até porque a Seiun Sky e a King Halo tomaram a frente muito cedo e a forma como correram meio que facilitou a derrota para ambas –, mas mesmo que isso não seja levado em conta, a corrida em si foi trabalhada para ser emocionante e muito acirrada e, mesmo que sutilmente, o clima criado em torno da El Condor Pasa também era muito acolhedor a sua vitória e vê-la a dividindo com a novata Special Week não foi ruim e nem forçado apenas para promover uma quebra de expectativa. Aliás, o momento em que ela agradece por ter tido uma corrida divertida faz com que seja ainda mais fácil ficar feliz pelas duas e como eu disse lá em cima, coroa o ótimo trabalho que foi feito em cima disso.

Vencer é muito importante, sem sombra de dúvidas, mas se você se esforça ao máximo – o caso da Spe-chan e da El Condor – não fica com arrependimentos e pode aproveitar a corrida sem culpa, se divertindo com responsabilidade e respeito aos adversários e ao público. Uma Musume: Pretty Derby está ótimo para aquilo que se propõe e esse episódio foi um trevo de quatro folhas para todos nós!

Para nós também! Um empate com um gosto doce de vitória ❤!

  1. Estou gostando muito de Uma Musume também. O treinador escondendo o tempo da Special Week durante o treino pra que ela não ficasse satisfeita foi um detalhe que achei legal (ele não parece muito bom como técnico às vezes, mas trabalha a motivação do time muito bem). E da metade do episódio pra frente eu estava tenso, e foi engraçado ver que até a El Condor estava, o que me deixou mais ansioso xD. É mesmo muito bom ver um anime de esporte que não esquece do espírito esportivo.

    Outra coisa divertida são as reviews dos episódios que vocês fazem ^^. Sempre leves mas bem escritas, e dando importância ao fator diversão. Comecei a acompanhar o Anime21 depois de encontrar as reviews de Girls Last Tour, que gostei bastante e fui lendo conforme assistia. Enfim, obrigado e continuem!

    • Que bom que também está gostando do anime. Verdade, aquela cena foi um reflexo da cena no poço em que ela estava chorando e percebeu a própria arrogância, e seu técnico sabendo disso preferiu não dar a ela algo que poderia provocar acomodação, o que faria a Spe-chan achar que poderia vencer do jeito que estava. Uma atitude sensata, já que assim ela não teve certeza se poderia ou não, teria que descobrir correndo. Uma Musume está muito divertido, muito bom e se mostrando um anime de bastante personalidade, nada “avacalhado” como poderia se pensar pela proposta. Agradeço o comentário, fico feliz por você continuar acompanhando tanto o anime quanto os artigos e que venham mais episódios bons como esse!

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