Lost Song – Primeiras impressões
Esse anime me lembrou musicais da Disney, nos quais há um bom número de músicas letradas, o que não é algo ruim e se adequada a sua proposta de contar a história de garotas que conseguem cantar canções “mágicas” em um mundo de fantasia basicão. Só espero que a música que ambas cantam não seja repetida à exaustão e que o anime mostre algum diferencial além de ter uma boa produção.
A história é bem simples, ela segue Rin e Al no que deve ser uma jornada para fugir de perseguidores que desejam se apossar da voz mágica da garota, sendo que primeiro é introduzido o cenário em que ela vive, assim como a sua família e o seu desejo de ir cantar no que me parece ser a capital do Reino em que eles moram. Lá há outra cantora com a mesma voz mágica de Rin, Finis, e que pelo início do episódio deve em algum momento se encontrar com a co-protagonista para que dividam os palcos.
O desejo da menina de sair do que seria o interior para ir até a capital, o mistério escondido pelo avô envolvendo a habilidade dela, a presença de um cavaleiro honrado e bondoso que deve se apaixonar pela outra cantora, um príncipe com cara de vilão e uma guerra para começar; tudo isso não deve ter um desenrolar incomum, não devendo fugir dos clichês de histórias de fantasia. A garota uma hora vai chegar à capital, o que o vô escondia era que a habilidade dela era perigosa e que deve ter uma canção ainda mais poderosa que a garota pode cantar; a outra cantora deve acabar se apaixonando pelo cavaleiro, o príncipe já mostrou que parece não se importar com seu povo e por isso vai fazer besteira e perder a nobreza. Enfim, por mais que uma ou outra coisa não aconteça de uma forma tão previsível, esse primeiro episódio não deu nenhum indício de que nada pode ser assim tão diferente.
Mas ser previsível é algo ruim? Não exatamente, pois a história é relativamente genérica dentro do gênero de fantasia, mas teve uma boa produção, tanto em animação quanto em trilha sonora – algo que é essencial para esse tipo de anime – e se entregar cenas ainda melhores envolvendo a música cantada pelas duas protagonistas deve cumprir bem a sua intenção, de ser algo prazeroso de se assistir mesmo não sendo tão profundo ao ponto de causar uma reflexão sobre temas mais sérios.
Uma coisa da qual gostei foi a interação entre a Rin e sua família, pois mesmo que a personagem em si seja caracterizada de forma bem genérica, a visão norteada por um pensamento científico do Al – isso em mundo que a música da irmã de criação dele tem magia – e o carinho aconchegante da Mel tornaram agradáveis os momentos que eles compartilhavam – tendo na morte dela certo peso para desenvolver os dois personagens. O avô é rabugento e não foi tão bem aproveitado, tanto por ter havido pouco tempo quanto pelo personagem em si não ter apresentado nada de interessante. Só espero que ainda voltem a falar dele no anime e expliquem o porquê da neta ter essa “habilidade”.
No geral, foi uma estreia razoável de uma obra que por ora pode cativar mais pela música que pelos personagens e pela trama em si. Espero que melhore, pois se não, não é nada de novo dentro do gênero de fantasia. Ao menos parece ter base para entregar algo decente e que seja agradável de se assistir.