Como esperado do Kirito, ele superou os obstáculos postos à sua frente e salvou o dia mais uma vez! Isso é o normal para o herói de qualquer história, sem dúvidas, então não vou reclamar disso, mesmo tendo achado que os personagens secundários poderiam ter sido melhor utilizados. O importante foi que essa primeira fase acabou bem, ainda que com certas ressalvas. É hora de SAO aqui no Anime21!

Seguindo a cartilha do Goblin Slayer, e não a do Rimuru, o Kirito entrou em um combate mortal com o Hobgoblin que chefiava o bando saqueador.

Isso já era esperado, assim como o resultado da luta e o envolvimento do Eugeo nela. Um dos pontos fortes desse clímax logo na primeira parte do episódio foi a animação que apresentou altíssima qualidade na coreografia de luta e consistência de design.

A única ressalva que faço é que o CG usado nos goblins poderia ter sido melhor, mas longe de ser como o de Overlord ou de um anime com pouco recurso. SAO sempre mantém o mínimo de qualidade aceitável.

Contudo, nem tudo foram flores e, apesar do Kirito ter hesitado e demonstrado medo quando sentiu a dor lancinante do golpe, a recuperação dele me pareceu heroica demais – ainda que em um mundo que comporte magia –, o que destoou um pouco do viés realista da sua própria dor e do que ele via vendo no dia a dia dentro do mundo virtual.

E não é só isso, ele tinha mesmo poder para derrotá-lo? Isso deve ser rotineiro da mecânica desse tipo de jogo, e eu que jogo pouco, achei estranho por isso.

O Eugeo teve um momento bom de reação à situação que se apresentava a sua frente, mas que não me fez ver tanta evolução no personagem, porque a situação era diferente e ele em si já estava mais maduro fisicamente e mentalmente para agir em uma situação de desespero.

A Alice não seria morta na frente dele, mas o Kirito sim; então só o restava intervir. Além disso, o “Geass” dele não apareceu.

O problema foi que até isso me pareceu muito conveniente para realçar o status de protagonista que é imbatível – cuja fraqueza demonstrada serve apenas para que não possam acusá-lo de ser um deus ex machina perfeito –, pois o arroubo, e o fracasso, do Eugeo só serviu para deixar o Kirito enfurecido ao ponto de ser capaz de derrotar o goblin sobre a justificativa de suas emoções terem o fortalecido.

Tudo muito conveniente, é verdade, e isso me incomoda, mas não é como se SAO fosse ser diferente, não é como se eu esperasse algo tão melhor, mas acho que todo esse trecho poderia ter sido menos focado no Kirito para ter feito o público ver os outros personagens brilharem.

A Selka só reafirma isso que comentei, pois até a magia que ela usa dependeu das forças do Kirito. Claro que emprestar mana foi algo lógico de se fazer, assim como pegar um pouco dos dois que ainda tinham restante, mas será que não teria sido melhor dar a ela essa cena de destaque? Não podiam ter feito isso de outro jeito?

As cenas de ação foram excelentes, mas o resto foi bastante questionável, hein…

No final das contas, acaba que SAO me parece refém demais do seu personagem principal. Com ele, o Eugeo pode fazer qualquer coisa, com o apoio dele, a Selka conseguiu se reconciliar consigo mesma, a própria Alice vai até o Kirito pedir para ser resgatada.

Tudo bem que ele estava desmaiado na hora e aquilo só deve ter acontecido devido à pouca mana que o Kirito possuía, mas incomoda, porque até isso – e olha que quem gosta da Alice é o Eugeo – gira demais em torno dele. Nada em SAO funciona sem o Kirito, nada dá certo de verdade. Essa foi a impressão que esse episódio acabou por reafirmar.

Ela é mesmo uma donzela em perigo? Na abertura não parece… Então seria uma armadilha?

Ainda teve a árvore que derrubaram, o que ao menos dessa vez eles fizeram juntos, e depois daquela batalha é aceitável o aumento de força do protagonista.

A árvore demoníaca era o grande empecilho para o verdadeiro propósito de vida do Eugeo naquele momento – reencontrar sua amiga de infância e paixão da sua vida, além de levá-la sã e salva para casa –, então tendo sido derrubada, um propósito se cumpre – o que ele não escolheu –, dando lugar a um propósito novo – esse sendo de sua escolha.

Apologia ao desmatamento a gente vê por aqui…

Na sociedade desse mundo fica claro que o conceito de “aposentadoria” não existe, ao menos não se a pessoa ainda tem vitalidade para ser útil em outra função, pois, mesmo que não se possa acumular propósitos, há sempre a obrigação de ter um.

Na verdade, o que não existe nela são NEETs. Seria isso uma crítica ao número elevado de NEETs no Japão, e não só nele, mas no mundo todo? Quem sabe…

A existência da Yui seria uma mensagem subliminar para que os jovens façam filhos? Não acho que isso faça muito sentido, porque a garota não foi feita do modo convencional e não tem um corpo físico.

Mas se no futuro ela possuir um? Se a Alice e o Eugeo quiserem ser mais que meros Fluctlights Artificiais isso só deve ser possível assim, afinal, eles não são jogadores humanos como é o Kirito, né.

As fujoushis piram nessas frases sem contexto… Na verdade, dá pra pirar até com contexto…

Enfim, a Selka conversa com o Kirito, o Eugeo conversa com a Selka; e no final parece tudo bem entre os dois. Daí os dois melhores amigos das últimas semanas partem como heróis para a Cidade Central na qual a Alice já deixou claro que aguarda por eles.

O Eugeo sem dúvidas amadureceu ao menos um pouco com tudo isso, mas não creio ter sido o suficiente para uma “evolução” do personagem; e esse herói que acompanhamos desde Aincrad – que se tornou o estilo de espada do Kirito meio por acaso – me parece continuar o mesmo de sempre.

Mais cascudo devido à experiência adquirida, mas esses seus momentos de fraqueza a fim de humanizá-lo não me convencem nem um pouco, porque no fim o Kirito continua sempre vencendo e vencendo, como se ganhasse muito mais do que jamais perdeu.

Pode não ter parecido, mas eu gostei desse episódio, só que o achei no máximo bom devido a todas as ressalvas que fiz. Acho até que SAO não deve entregar muito mais que isso. Até o próximo artigo!

Não duvido que voltem, mas muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte…

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