Após o episódio inicial do novo arco tivemos uma verdadeira introdução sobre a personagem em si, Tomoe. Ela, assim como Mai, também possui uma característica oposta em relação à Sakuta e que rege sua síndrome. São casos que de certa forma se parecem mas que no fim, tem seus efeitos manifestados de formas diferentes, é claro. As decisões de Sakuta até parecem a melhor opção mas sempre devemos lembrar que a chance de dar algo errado nunca desaparece e talvez suas decisões e atitudes tenham dado uma brecha que poderia e deveria ser evitada.

Ainda que seja um pormenor de uma relação que sequer começou, ter a aprovação da Mai e esclarecer o ocorrido é importante para Sakuta continuar seu relacionamento e para a própria história. Simplesmente tudo o que aconteceu devia acontecer dessa mesma exata forma e sim, isso parece óbvio mas quando você percebe entende o quão interessante isso é. Mai irá aceitar a confissão de Sakuta, mas o problema é que ela não só deixou de receber por conta dos acontecimentos como também nunca revelou seus sentimentos, ou seja, há brechas que podem e devem ser usadas contra os dois. E mesmo não estando ciente da toda a situação que seu provável namorado se encontra, uma coisa é certa: há uma preocupação em relação ao resultado de tal ajuda, afinal, há uma linha tênue entre gostar e ter gratidão em alguns casos.

Já sobre o problema da Tomoe com o Yousuke é algo mais simples, que acaba tendo sua importância mais para frente. Ele não ser uma boa pessoa por conta de suas atitudes é algo conveniente ao roteiro e que talvez nem importe tanto, não até o momento em que a paciência de Sakuta sai do controle. Seu ataque e sua vitória são importantes pois aliviam a carga que Tomoe estava começando a sentir, afinal, o medo dela estava se tornando realidade e com seu herói aparecendo tudo termina bem. E claro, o fato dele ter atitudes baixas e covardes com as garotas e de alguma forma querer prejudicar a Tomoe foi um motivo simplista mas eficiente de justificar a perda das estribeiras de Sakuta.

Mas o grande ponto do episódio ficou no encontro. Como já havia mencionado, Tomoe é o completo oposto de Sakuta e similar a Mai. Sakuta não se importa com a visão que as pessoas possuem dele e nem da importância para o que falam dele, afinal, de que adianta ter várias amizades vazias se você pode ter uma verdadeira? E com essa filosofia ele mostra que talvez a forma como Tomoe vive não seja a ideal pois ela acaba se esforçando para apenas fazer parte de um círculo, um amontoado de pessoas superficiais que se acham mais do que deveriam e que em seu primeiro deslize de abandonam como se fosse nada. E ainda que ela acabe indo longe nessa reflexão ao ponto de questionar sua versão atual, Sakuta não deixa de lembrá-la que o importa é sua felicidade, independente de suas amizades, afinal, independente de qualquer coisa, se ela sente-se feliz com seu eu atual, mudanças não são exatamente necessárias.

E eu não consigo deixar de pensar que Sakuta está subestimando a situação como um todo. Veja, a síndrome em si ainda existe e Tomoe não foi curada com uma solução assim como Mai e por isso acredito que apesar de seus esforços, Sakuta está falhando em sua missão. Tomoe possuía um problema com o senpai e isso foi resolvido mas quem garante que eles não vão mais acontecer? Isso tudo ainda mais agora que ela parece ter algum tipo de sentimento (seja ele real ou não) pelo Sakuta e podendo resetar tudo, ela pode no fim conseguir o que deseja, afinal, há um obstáculo em seu caminho e infelizmente ela não sabe ultrapassá-lo.

No fim, nesse arco da garota que não vive sem seu celular e do garoto que vive sem um celular, temos um problema a vista. Sakuta de certa forma parece ter subestimado uma situação que sequer foi resolvida, Tomoe ainda precisa aprender certas coisas sobre a vida antes que cometa algum grande erro que pode lhe prejudicar e Mai deveria ficar de olho (numa situação ideal, algo difícil visto que a mesma está trabalhando), afinal, a chance de aparecer uma situação que ponha em risco sua relação é grande. Enfim, resta saber se o demônio permanecerá falso ou se tornará verdadeiro no decorrer dos próximos eventos.

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