Na continuação do arco das fadas, tivemos explanadas algumas curiosidades que ficaram no ar, e o encerramento de mais uma passagem na aventura de Yuu e Merc.

Uma vez ouvi de um senhor de idade, que o real sentido da compaixão não estava na ideia de se apiedar de uma pessoa em determinado problema, e nisso tentar fazer algo se guiando pela sua noção de estar ajudando, mas sim ter consideração e compartilhar com o alvo esse problema, imaginando o que a pessoa gostaria que você fizesse por ela, por vezes agindo diretamente, e em outros momentos nem tanto. Em qualquer caso possível, o importante é que a “ação” tomada dê espaço pra se refletir, encontrar uma saída e recomeçar, e vi um reflexo dessa afirmação aqui.

No episódio anterior Merc, Yuu e os companheiros do país das fadas embarcaram numa odisseia pra selar um mal que pairava há muito tempo ali e agora estava liberto. Em meio a esse objetivo final, haviam algumas pontas que precisavam ser aparadas, como a evolução pessoal da princesa como futura rainha, a peleja entre os Sugaroru e os Garandol e por fim as dissensões entre as fadas da floresta negra (que não podiam voar) e as fadas comuns (aladas).

A primeira ponta que vemos ser ajustada é a questão dos Garandol e Sugaroru, embora as diferenças entre eles tenham continuado sem uma explicação plausível, a honradez de Paristos se arriscando indo salvar o que era precioso pra colega, e a compaixão de Meneraia com a situação e auxiliando o seu rival, fez que eles pusessem de lado toda a bobagem da competição, e levassem a princesa adiante, preservando a todos e reescrevendo sua própria história.

O amadurecimento dos guerreiros se dá de forma rápida, só que quando se considera a posição que ocupam, a própria experiência deles e os obstáculos que enfrentaram ao longo do caminho, isso embasa de forma prática a mudança no comportamento deles.

Teorias a parte, também nos foi explicado o que de fato rege a relação entre as diferentes fadas, a lenda sobre a fada que irrompeu com as demais e trouxe desgraça as suas descendentes, história essa que de certa forma justifica a inimizade que existe. Não deu pra saber se todas tinham noção disso, mas a explicação da fada Zephyrodai (que de fato conhecia a rainha, como eu pensei) meio que induz a pensar que a “punição” da lenda não é a responsável exclusiva pelo mal, o permanecer dessas fadas na floresta e próximas a névoa escura, seria de fato o que as impede de verem a primavera e voarem.

A princesa por sua vez se viu forçada a crescer quando se deparou com a realidade. As declarações de Zephyrodai sobre o reino das fadas e a lenda do dragão, a fizeram sair de sua posição de conforto criando um incômodo dentro dela, e o estopim na sua transformação de uma pupa imatura em uma borboleta evoluída, vem com o sacrifício de seu mordomo. A cena da oração mostrou a beleza e nobreza interior do ancião, quando ele abre mão de suas asas por amor a princesa e para a proteger.

Não dá pra dizer que é uma verdade universal mas, na maioria dos casos, sempre que fazemos uma obra e em seguida elaboramos outra, os erros cometidos na primeira eventualmente são corrigidos e até aperfeiçoados, dando espaço a algo melhor, e assim também funciona com as pessoas.

A quebra de Salodeah se dispondo a mudar, seguir adiante e usar de um sentimento caloroso para com o próximo, faz com que ela reavalie toda a situação. Ela tomar a frente sozinha, desafiando a sua própria sombra pra salvar a si mesma, as demais fadas e o dragão, consolidam o amadurecimento da pequena regente, já que por natureza ela pensaria em selar o monstro como seus ancestrais e assim dar por encerrada a situação, mas por compaixão a situação dele, ela conseguiu entender o seu sofrimento e encontrar junto a ele uma segunda solução.

O episódio amarrou toda a história e finaliza esse mini arco de forma satisfatória, e como foi mostrado, a primavera veio pra todos com a possibilidade de um caminho pacífico, como em todo lugar por onde Yuu e Merc (e Jamo-san) passam. Acho que a direção acertou na exposição geral do país e no desenrolar dos personagens, executaram bem as transições de cada um, mesmo no pouco tempo de tela, e a explanação dos fatos foi cuidadosa, não prometeu muito, criou excessos ou sequer tornou chato. Vejamos agora qual tipo de aventura nos aguarda na próxima parada.

*Extras*

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