Como quase sempre em SAO, nesse episódio há um punhado de coisas a se problematizar, reclamar dos personagens e das situações apresentadas; assim como questionar a necessidade de avançar na hierarquia da espada para se chegar ao que em tese seria o objetivo: descobrir o paradeiro da Alice. Não foi um episódio exatamente ruim, mas longe de ser ótimo também. É hora de SAO no Anime21!

Vi muita gente que leu a light novel reclamar porque cortaram o torneio da espada no qual entraram o protagonista e seu brother a tiracolo, mas olha, era realmente necessário gastar tempo de tela com um torneio cujo resultado final era mais do que óbvio e que, muito provavelmente, em nada agregou a trama? Cortar certas partes para adaptar o que é relevante para o plot é um preço justo a ser pago!

Enfim, depois do Eugeo fazer a função de narrador, porque a maior parte da verba é gasta com cenas de espada, a personagem feminina de destaque desse momento da trama aparece.

É a Liena-senpai, aquela que me faz questionar o porquê do Kirito sempre fica perto das moças bonitas – mesmo tendo a sua namorada/esposa –, enquanto quem está ao lado dele fica com um rapagão forte e musculoso?

Eu já comentei do pseudo-harém do Kirito, né? Então, essa atração inerente dele por garotas fofas é tudo e mais isso. Mas até aí tudo bem, não podemos esquecer que a garota tem que ser apresentada para que se possa vender uma figure dela no futuro.

Até quando o maldito do Kirito dá azar ele tem uma baita duma sorte, hein…

Na verdade, o que me incomoda é ele não sentir saudades da Asuna – ou se sente não demonstra –, pois faz anos que ele está preso no jogo – tendo a consciência disso – e parece mais habituado a vida lá que buscando formas de sair.

Tudo bem que ele prometeu ajudar o amigo, e deve lembrar da diferença de tempo entre o mundo real e o virtual, mas será que ele não se preocupa com o estado dele no mundo real e com as pessoas? A curiosidade é 0?

Esse beldade tem um uniforme, uma espada e um chicote. Eu preciso dizer mais alguma coisa?

Enfim, há o trecho em que o Kirito fala que os pontos não importam se a pessoa se esforça e usa seu poder da amizade ou sua força de vontade, e nem vou problematizar isso, pois, já que se trata de um mundo muito semelhante ao real, não é incoerente mascarar um artifício de roteiro desse modo bem “discreto”. Na verdade, é o mínimo que eu espero de SAO se há a chance de não forçar tanto a barra.

O Kirito tem a sua senpai e quer presenteá-la com flores, mas ao mesmo tempo quer mostrar o ápice do seu manejo de espada – poxa, se decide Kirito! –, mas até aí tudo bem, ele pode mostrar gratidão de diferentes formas.

O problema é o quão conveniente isso foi, provocando um avanço inesperado quanto ao desenvolvimento do seu poder. Aliás, que desenvolvimento? Ele só vinha escondendo a sua força!

Kirito é tão apelão que quer virar cavaleiro de ouro, olha a audácia desse moleque…

Duvido que ele vá perder para o número um, mas, ainda que perca, o estrago já estará feito. O status dele na academia deve mudar, e ficará ainda mais claro o quanto ele é o tal. Não que não faça sentido o Kirito ser forte, mas do jeito que a obra trabalha isso não me faz achar que há “dificuldade” real ali.

Como isso vai ajudar a “resgatar” a Alice? Há várias formas de fazer isso, e quanto a isso nem tenho o que reclamar. O que me incomoda é eles não demonstrarem urgência alguma para fazer isso. Cadê a preocupação com a menina? O Kirito contou que ela disse que estava esperando eles para o chá das cinco?

Não tem uma sede dessa igreja na cidade em que eles estão? Eu quase esqueci quem era Alice, porque ela ficou completamente alheia a esse momento da trama. Custava passar um trecho em que alguém explicasse porque entrar na academia para brincar de espadinha é vantajoso para resgatá-la?

Só eu acho que ele merecia um design melhor ou só o Kirito e os dele que podem ser os bonitões?

É até leviano eles partirem em uma jornada por ela, mas não demonstrarem o mínimo avanço nessa busca. Se não houve mesmo, isso também é um problema. O quão incompetentes esses garotos são?

No final das contas, achei esse episódio muito meia-boca. O Kirito continua sendo um deus grego e o Eugeo o tem como seu sol, como aquele cuja mera existência é responsável por ele ser 300% melhor do que ele jamais imaginaria que fosse.

As fujoushis piram nesse relacionamento marcado a inerente dependência – qualquer um com o senso crítico menos seletivo deveria pirar, de incômodo, também.

Já estou sentindo falta do mundo real… Episódio que vem espero ao menos uma ótima luta para dar uma compensada nesse anime mediano. Se isso é o “ápice” de SAO, é hora de voltar e fazer de novo!

Mê dê a mão pra entrar nesse sofrível anime de ação…

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