Continuando os altos e baixos do anime, agora chegou a vez de Radiant nos apresentar um episódio tão fraco que está mais para um filler do que qualquer outra coisa. É aquele típico exemplo de história que não faz diferença caso você não assista.

Quando um anime com centenas de episódios apresenta alguns que fogem da trama principal e evoluem sua narrativa em absolutamente nada, é até possível entender, afinal, não é sempre que eles entregam um excelente trabalho toda semana. Porém, acho péssimo quando isso ocorre com um shounen de 21 episódios. Basicamente, ele está apenas enrolando sua trama, que não consegue se sustentar em sua adaptação. Neste caso, é bem mais válido trazer uma temporada mais coesa e densa.

Nesta semana, o episódio de Radiant nos apresentou uma corrida de vassouras mágicas. Ela aconteceu em um festival criado por Majesty, que teve essa ideia genial apenas para ganhar dinheiro dos estrangeiros. Foi nela que conhecemos Nick, um garoto riquinho genérico com dois puxa-sacos. Porém, o desafio entre ele e Seth não faz o menor sentido, pois nosso protagonista vencer ou não a corrida não justifica que Alma seja realmente fraca ou não. Não seria mais fácil ele ter insultado a vassoura de Seth, que coincidentemente era da Alma?

E por falar nisso, foi por causa desse gancho que tivemos o primeiro flashback do episódio, repetindo frame a frame a despedida de Seth e Alma do episódio 3. O pior é que isso foi usado apenas para encher linguiça, pois aconteceu há poucos episódios atrás, mas fizeram questão de repetir a cena na íntegra. Este recurso ainda foi utilizado pelo menos mais duas vezes, em flashbacks de episódios passados ainda mais recentes, como o que Seth aprendeu a usar o Meteor Drops. Mas a questão que fica é: Qual a necessidade disso?

O anime teve apenas 10 episódios até agora e Seth evoluiu quase nada – pra não dizer nada. Não enfrentou vilões fortes, aprendeu apenas um golpe que nem usa e estamos há muito tempo em Artemis tomando café. Não é como se o nosso protagonista tenha passado por muitas provações e obstáculos para ficarmos nos lembrando, então esses flashbacks não contribuíram na narrativa em nada.

Outra coisa que acho totalmente desnecessário é gastar um episódio inteiro dos 21 apenas para mostrar uma corrida de vassouras que teve peso nenhum na trama. A grande lição que tivemos é que Seth salvou dois dos seus adversários ao invés de correr até o fim, mas essa é uma resolução tão clichê que nem causa mais impacto. Além disso, já vimos Seth ajudar seus adversários em outros momentos, como o próprio Bravery Quartet no episódio das Cuecas Mágicas, então o que mais o anime quis mostrar sobre nosso protagonista?

Mais um furo de roteiro que podemos notar é o fato do Seth estar morando com Mélie há tanto tempo, mas ele ainda não ter falado sobre Alma com ela. Se a feiticeira é tão importante na vida dele, Mélie não deveria pelo menos saber quem é ela? Ou será que foi apenas uma desculpa para usar o flashback?

Durante a corrida de vassouras em si ainda tivemos muitos outros clichês, como o protagonista que está usando o veículo mais ultrapassado, enquanto seu adversário usa o mais moderno. Além do clássico poder do amor que vence qualquer inimigo. No fim, seu único prejuízo foi perder mais dinheiro para Artemis, mas neste ponto, quem é que liga para isso? Daqui a pouco nem mesmo Doc vai tocar nesse assunto. Aliás, se eles estão com tanta dívida, de onde ainda tiram dinheiro para coisas tão desnecessárias como participar de uma corrida de vassouras? E por fim, se antes Seth estava tão obstinado a defender Alma, por que não se importou por ter perdido a corrida?

Nos últimos segundos tivemos mais uma aparição do vilão misterioso, que agora descobrimos que se trata de um Grimm. Eu espero, de coração, que ele realmente apareça no próximo episódio, porque está ficando difícil acompanhar o anime. Ele está desde o episódio passado falando de Rumble Town e nossos protagonistas vão para esta cidade, então esse encontro tem que acontecer. Será que finalmente iremos para um arco mais sombrio? Sinceramente, acho que não, mas a esperança é a última que morre.