Bom dia!

Decidimos reunir o maior time de especialistas em animes que pudéssemos e perguntar a cada um deles: Qual foi o melhor anime de 2018? E se não for abusar muito, poderia dizer quais os melhores em cada um dos seguintes gêneros: AçãoEsporteComédiaDramaSlice of lifeRomance, e Horror/Suspense?

Ninguém tão importante assim quis nos atender, então decidimos fazer uma coisa mais caseira. Os membros da equipe do Anime21 se reuniram em conclave para decidir quais os melhores animes de 2018!

Nesse artigo publicamos os 5 melhores animes de Drama de 2018.

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Imagem de capa: A Morte de Júlio César, Vincenzo Camuccini, 1806.

 

Qual foi o melhor anime de drama de 2018?

Esse é um gênero bastante complicado. O que é drama? Em seu significado original, simplificando um pouco, drama é teatro (e outras artes performáticas narrativas, como ópera e balé), e é isso aí. É uma classificação do meio usado para contar uma história, não de gênero de história. Por extensão, cinema e TV são “drama” também.

Mas antes do cinema e da TV, “drama” já havia começado a ser usado noutro significado: ainda no teatro, para se referir às peças que não eram nem comédias e nem tragédias. Esse é basicamente o significado contemporâneo do termo, que agora é um gênero e pode ser estendido para outras mídias também.

Especificamente em animes, e nesse blog em particular, usamos o termo “drama” para denotar histórias que não são comédias (mas podem ser tragédias) e nem são melhores classificadas em outros gêneros mais específicos, como romance, por exemplo. Podem ter um forte componente romântico (ou qualquer outro que costuma ser o DNA de outro gênero), mas a história em si não é sobre o romance.

Foi bastante sofrido, mas conseguimos aqui no Anime21 chegar a um consenso sobre qual o melhor anime de drama de 2018. Veja abaixo, logo após os contestantes que tragicamente não conseguiram conquistar o primeiro lugar:

 

5. Violet Evergarden

Violet Evergarden

Drama com a melhor qualidade de animação que o Kyoto Animation é capaz de entregar.

Violet cresceu em um mundo convulsionado pela guerra, e ela própria foi uma criança-soldado e não conheceu nada além de matar ou morrer. Quase nada: seu superior no exército, Gilbert, não podia evitar se sentir movido pela situação daquela menina. Como não tinha poder para livrá-la do serviço militar, fez a segunda melhor coisa que poderia: a protegeu e a deu todo o carinho possível naquelas circunstâncias. Eles eventualmente desenvolvem uma paixão platônica. A guerra acaba. Gilbert morreu. Começa o anime.

Aquela garota que cresceu sem saber o que eram sentimentos agora tem que se adaptar à vida em sociedade. Uma sociedade em que muitas pessoas ainda estão lambendo suas feridas provocadas pela mesma guerra que tirou a infância de Violet e lhe deu Gilbert, apenas para arrancar-lhe também isso. A primeira coisa sufocante que Violet precisa fazer é tomar uma decisão por contra própria, algo que na rígida hierarquia militar ela nunca precisou fazer. Para aprender o que são sentimentos, para tentar entender o que ela própria sente, Violet escolhe ser uma “boneca”: uma mulher que escreve cartas para os outros.

Com honestidade e curiosidade quase infantis, Violet vai arrancar os verdadeiros sentimentos dos peitos de seus clientes, e aos poucos irá conseguir abrir seu próprio coração para que de dentro dele transbordem seus sentimentos.

Leia a resenha de Violet Evergarden.

 

4. Irozuku Sekai no Ashita kara

Irozuku Sekai no Ashita kara

A magia da adolescência.

Hitomi é de uma família com poderes mágicos, mas ela própria não gosta de magia e não é muito boa nisso. Ela também é incapaz de enxergar cores e sente uma melancolia profunda que não parece ser capaz de explicar da onde vem. Para ajudá-la, sua avó, Kohaku, a envia 60 anos para o passado, quando ela própria ainda tinha a idade da Hitomi.

Ter uma vida adolescente normal, amigos, se divertir com eles, tudo isso são coisas que a Hitomi não tinha em seu tempo. Como a magia, ela parecia ter desistido. Como as cores, isso lhe fazia falta. Uma história sobre como superar suas dores, mesmo as mais profundas, e como o amor, carinho e compreensão daqueles ao seu redor é importante para isso.

Leia a resenha de Irozuku Sekai no Ashita kara.

 

3. Koi wa Ameagari no You ni

Koi wa Ameagari no You ni

Como Hitomi, Tachibana também perdeu algo muito importante para si.

Ao contrário da protagonista de Irozuku, porém, Tachibana não tem nenhum poder mágico. Desde criança ela corria, e ela era boa nisso. Até um dia em que teve uma lesão séria e ficou afastada das pistas, sem saber se poderia voltar a correr de novo. E mesmo se puder, será que é mesmo isso o que ela quer? Por que ela corria em primeiro lugar?

Nessa tempestade de pensamentos, uma gentileza. Na escuridão do desespero, um truque bobo e bem intencionado. Quando o gerente Kondou tentou animar aquela adolescente taciturna em seu restaurante ele jamais poderia imaginar a revolução que provocaria na vida da garota. O amor impossível de uma adolescente machucada por um homem de meia idade perdido na vida.

Colocadas as coisas dessa forma parece que Tachibana pulou da frigideira para o fogo, mas esse amor, mesmo que sendo só dela, é o que vai dar forças para ela voltar a sorrir. E, quem sabe, um dia o sol possa nascer de novo e a menina consiga seguir em frente na vida.

Leia a resenha de Koi wa Ameagari no You ni.

 

2. Mahou Tsukai no Yome

Mahou Tsukai no Yome

Mais uma garota mágica!

Mahou Tsukai no Yome é a história de Chise, uma garota que cresceu na fronteira entre dois mundos, o mundo humano e o mundo sobrenatural. O primeiro não a entende, e o segundo está cheio de criaturas que adorariam devorá-la por todo o seu poder mágico que a condenou a essa vida em primeiro lugar.

É também a história de Elias, uma criatura sobrenatural que, como tal, não pode viver entre os humanos, que o temem, e é desprezado pelas demais criaturas sobrenaturais. Quis o destino que os dois se unissem, no que é a última chance para Chise conseguir ter uma vida feliz de verdade, e pode vir a ser a última chance para Elias entender como os humanos se sentem.

Em Mahou Tsukai no Yome, o elemento sobrenatural funciona como uma metáfora para aqueles que vivem à margem da sociedade ou espremidos entre duas sociedades diferentes, sem conseguir se encaixar em nenhuma delas, bem como para o tipo de dificuldades e perigos que pessoas assim tem que enfrentar, e em como, no final das contas, talvez só possam contar com outros como eles para sobreviver e prosperar.

Leia a resenha de Mahou Tsukai no Yome.

 

E o título de Melhor Anime de Drama de 2018 vai para:

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1. Sangatsu no Lion 2

Sangatsu no Lion 2

A vida como ela é.

Três animes dessa lista usam a fantasia como forma de representar dificuldades bem reais que pessoas de verdade podem viver, sendo que dois deles usam magia. Sangatsu no Lion é real até não mais poder.

Uma história sobre um garoto que quer encontrar o seu lugar no mundo. Desde criança, Rei sofre bullying de seus meio-irmãos e colegas de classe, e se agarra na oportunidade que tem de ser um jogador de shogi profissional para escapar disso tudo. Mesmo assim, ele sempre se pergunta se deveria seguir esse caminho para se sustentar, ou se deveria arranjar algo a mais, e por isso voltou para o colégio. Mas a vida dele não é apenas formada de incertezas, pois as irmãs Kuwamoto o ajudam no que podem, e, como uma família amorosa que ele nunca teve, o fazem ter uma nova perspectiva sobre a vida.

Leia a resenha de Sangatsu no Lion 2.

 

  1. Não acredito que de todos desta lista o único que não vi é Sangatsu no Lion, bom, esse primeiro lugar é uma chance que vou dar pois até agora não me desapontei com nenhum top de vocês, todos são muito bem embasados.

    Aliás eu achei que iria ver yagate por aqui hehe, mas acho que apesar de ter um ótimo drama a categoria dele é romance, então estou aguardando ansiosa 🙂

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Olá Hayssa, tudo certinho?

      É o único que eu não assisti também! 😂

      Está no meu backlog, um dia assisto. Mas não faço ideia de quando, tenho algumas dezenas de animes na fila … bom, pelo menos terminei Mob Psycho e Flip Flappers essa semana, agora a temporada vai engrenar de verdade e terei ainda menos tempo para esses animes.

      Obrigado pela visita e pelo comentário!

  2. A staff do blog está de parabéns, mais um top onde não consigo discordar de nada.
    Vi todos os animes da lista e concordo bastante pela ordem em que que aparecem, sendo que Violet de todos eles, acho que não foi muito bem aproveitado (só teve um episódio que me tocou de verdade, o episódio 10 valeu todos os elogios possíveis, até teve direito a um artigo magnifico pelas mãos do mestre Mexicano).
    Irozuku Sekai no Ashita kara também não me convenceu muito, o estúdio PA Works já fez melhor, mas não digo que ver este anime tenha sido perda de tempo,longe disso.
    Koi wa Ameagari no You ni, para mim foi muito bom, desde da sua direcção boa, arte boa e acima de tudo os seus personagens, posso estar a exagerar, Koi Wa pode ser um dos melhores trabalhos do estúdio WIT.
    Já Mahou Tsukai, este podia ter sido muito melhor, mas não reclamo em exagero do trabalho que o estúdio WIT fez nele. Em contraponto, amei a história e personagens de Mahou Tsukai (ainda não me esqueci do dragão Nevin).
    Por fim, Sangatsu no Lion 2 foi supremo, um dos animes que compõe a minha trindade de melhores animes do ano passado (junto de Sora Yori e Golden Kamuy), o trabalho que o estúdio Shaft fez na segunda temporada de Sangatsu no Lion não dá para elogiar o suficiente. O arco da Hinata considero-o uma obra-prima, a demonstração das consequências do bullying foi feita de forma muito realista (teve momentos onde não consegui conter as lágrimas, a Hinata e a sua amiga Chio não mereciam passar por tal situação). O arco do Shimada, um dos personagens que mais gosto na obra foi muito bom também. O arco do Presidente da Associação de Shogi teve uma direcção e arte de primeira qualidade, nem parecia que estava a ver algo feito pelo estúdio Shaft. E o Rei, ele foi a engrenagem desta segunda temporada, deu para sentir o crescimento dele (o apoio que ele deu à Hinata só aumentou o meu respeito pela personagem).

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Olá Kondou, tudo certinho?

      Nem me fale do episódio 10 de Violet, se eu penso demais sobre ele a qualquer hora e em qualquer lugar as lágrimas me vêm. Rever trechos do anime um ano depois para escrever a resenha e, finalmente, esse top, foi bom para eu entender no que Violet Evergarden é realmente bom. Violet Evergarden é muito bom. É uma pena que o cenário force a existência dos arcos de ação, que deixam muito a desejar em relação ao resto do anime.

      Eu acho que Irozuku foi sim muito bom para o que se propôs. No final ficou parecendo um pouco fácil demais, mas não é como se tudo precise ser terrivelmente difícil na vida de um adolescente. A Hitomi tinha os problemas dela, que eram sérios, e teve as pequenas dificuldades e dilemas dela, próprios da idade. O forte em Irozuku, como em quase todo anime do PA Works, são seus personagens. Todos eles recebem alguma atenção, algum desenvolvimento, todos são humanos e nenhum deles pode ser reduzido a um clichê padrão da indústria. Só por isso já é gostoso acompanhar o dia a dia deles, com seus pequenos e seus grandes problemas.

      Koi wa Ameagari não me assenta muito bem por causa do tabu envolvido, mas quem sou eu, né? A história é muito boa, a arte é incrível e mesmo que eu discorde das escolhas da Tachibana, eu consigo entendê-la. Posso dizer isso sobre todos os demais personagens também, e isso é algo muito importante.

      Mahou Tsukai no Yome é ainda mais problemático no quesito tabus, mas é uma história de fantasia cativante cheia de personagens interessantes (os bons e os maus) e um mundo que cresce a cada arco, não tem como não gostar.

      Sangatsu no Lion … é o único anime desses que não assisti 😂 Mas só li e ouvi falar coisas boas sobre o anime, e de gente de quem absolutamente não tenho porque duvidar. O arco da Hina parece ter sido mesmo um dos pontos altos do anime (de todos os animes) no ano inteiro.

      Obrigado pela visita e pelo comentário!

  3. K-San prazer imenso em encontra-lo!!! E sim Sangatsu é o campeão, drama bom é aquele que vc quer ver uma vez só…A não ser que vc compre uma caixa de lenços maior (recomendo as de tamanho jumbo)…Só pela “En fermant les yeux” do ep 1 já tinha me conquistado….A maturidade feita a ferro e fogo do personagem principal é de cair o queixo…E que mesmo o mundo se desabe sempre se tem um porto seguro: a familia…
    Bem de Koi wa Ameagari…Como não se simpatizar com o Sr. Kondo e sua melancolia extraordinariamente construida, sem melodrama…E que mesmo o mundo se desabe sempre se tem um porto seguro: a literatura…

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Olá James, tudo certinho?

      Eu não assisti Sangatsu no Lion ainda 😐

      Sobre o Kondou (o de Koi wa Ameagari, não o nosso amigo aqui!), eu não sou tão simpático a ele não. Ela é ainda quase uma criança, acredito que ele tenha o dever moral de ser mais assertivo com ela, essa não é uma relação que possa ser boa para nenhum deles, mas muito menos para ela. É irresponsável.

      Porém, contudo, entretanto, falar é fácil, né? Será que eu conseguiria agir de acordo com minhas palavras se um dia eu estivesse no lugar dele? Então acho sim que é um personagem muito bem trabalhado (não tanto quanto a própria Tachibana, mas muito bem mesmo assim), e boa escrita deve ser reconhecida mesmo que os personagens não nos agradem.

      Obrigado pela visita e pelo comentário! 😃

  4. O queee? Não viu Sangatsu…Vá logo no mercado, na conveniência ou na farmácia comprar uma caixa de lenços. Por favor, não assista despreperado!!! KKKKKKK
    E quanto ao Kondo san, está certo ele deveria sim ser mais assertivo…E o que se espera de uma pessoa mais madura, mas como bem percebido em seu comentário o tempo, as ilusões perdidas, os cabelos brancos, os tombos que levamos na vida…Os nossos discursos para nós mesmos mudam…Também me irritava o comportamento de Kondo san “de ficar tranquilinho no seu cantinho sem aborrecimentos” ou seja se transformar num “pinguim de geladeira” uma peça decorativa no mundo, mas me jubilava que esses pensamentos o incomodavam e ele tinha de por isso em termos. E daí veio minha admiração pelo personagem.
    Prezado, eu tenho cá comigo a teoria que anime (nem todos) não é mais entretenimento é tratamento psicoanalítico coletivo. Um grande divã…E isso vale para Koi (para uma legião de tiozões -como eu – e os futuros tiozões também…) e Sangatsu (para protocolo de administração de tragédias pessoais e essa vale para todos).
    Um grande abraço!

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