Grimms Notes The Animation – ep 9 – A escolha de Reina
De longe esse foi o episódio mais tenso até aqui. Como sempre novas explicações acerca dos personagens e da mecânica das histórias nos foram dadas, no entanto nem tudo foram flores para a família Tao – principalmente para Reina.
Com muito cansaço pela longa jornada, a equipe vai a uma zona onde se deparam com Aladdin e são saqueados pelo maluco que estava tentando arrumar meios de consertar a sua história bagunçada. De começo ele se mostra um zero à esquerda e bem inconveniente, mas ele acabou gostando da imponência da Princesa e passou a vê-la como a sua alma gêmea destinada.
Infelizmente, com o protagonista em apuros, aquela zona estava bem comprometida já que estava num processo de colapso sério. Durante a tentativa de ajudar Aladdin e resolver todo o problema a equipe cede ao frio e ao desgaste físico, e Reina foi mais uma vez a primeira a tombar. Existe algo interessante sobre a Reina que fica muito bem esclarecido nesse episódio, esse fator é a força interna que ela possui.
No começo da história apontei minhas teorias sobre ela com base no que observei pela abertura do anime e as demonstrações de rancor que ela dava a Loki. Pois bem, eu estava certo.
Reina era uma princesa de uma zona – mesmo possuindo um livro em branco, logo não sendo a protagonista – e teve sua família exterminada por Chaos Tellers sob o comando de Loki. Analisando um pouco a fundo, me parece que eles de fato não tinham conexão como eu imaginei que eventualmente poderia ser, mas o que ocorre é que existe um buraco na história que não foi preenchido.
Primeiro, o que Loki ganharia indo diretamente à zona, onde Reina vivia, quando existem milhões delas por aí? Segundo, se Reina não era a protagonista da história e não tinha ainda noção de sua missão, o que Loki ganharia destruindo aquele lugar e despertando ela pra o seu dever como sacerdotisa da afinação?
Sinceramente não consigo pensar em benefícios dessa ação inicial dele. Pode ser que talvez o intuito real fosse matá-la, mas no final acabou que ela foi uma sobrevivente e opositora não calculada nos planos dele – enfim, são apenas teorias que quem sabe nesses últimos episódios se esclareçam.
Shane e Tao não sabem todos os detalhes sobre a vida da Princesa, a não ser esse pequeno trecho que ela revelou e eles passaram pra Aladdin e Ex – informação suficiente pra justificar o ódio que ela possui por Loki. Mesmo consumida, Reina inconsciente ainda pensa no seu dever e que não deve parar de modo algum.
Admirando a garota que está ao seu lado e que vislumbra como seu futuro, Aladdin se determina a apoiar aquela que estava se dispondo a ajudá-lo – mesmo que o foco dela fosse de fato cumprir sua missão e não uma caridade para com ele.
Sem dar descanso pra os heróis, os Chaos Tellers fazem sua emboscada e atacam os heróis. Aladdin tenta proteger Reina e o seu ato move a princesa que o protege mesmo sem condições – mais uma vez ressaltando o senso de dever que ela própria tem.
Infelizmente, como nem tudo dá certo, num ataque do monstro remanescente Aladdin acaba mortalmente ferido na tentativa de proteger Reina, que já estava sem poderes. A Princesa tenta utilizar sua magia pra reanimar o amigo, sem sucesso, e aqui o anime nos apresenta a limitação dos poderes dela.
Embora possua magias curativas, a extensão das suas habilidades apenas permitem que ela trate feridos e não que ressuscite mortos – já mostrando que o perigo para eles é real, apenas ainda não tinha sido visto.
Não obstante, a afinação que pode realizar não permite que a zona volte a um estado onde vidas sejam recuperadas. Ela apenas devolve o rumo da história, e caso alguém tenha sido perdido, um novo “ator” ocupa o lugar do personagem eliminado.
Parece cruel, mas essa é a realidade na qual os nossos protagonistas estão inseridos e eles têm ciência clara do peso que carregam com essa missão, mesmo sabendo o que está em jogo para todos.
Não aceitando a derrota por completo a equipe decide reaver a lâmpada com o objetivo de utilizar os poderes ilimitados do gênio pra trazer Aladdin de volta à vida. No caminho eles encontram Loki, que além de confirmar as informações dadas mais cedo, levanta uma pequena dúvida sobre o trabalho que Reina realiza junto aos companheiros.
Loki destruiu a família de Reina, como consequência ela passou a odiá-lo e assumiu seu papel de sacerdotisa da afinação, batendo de frente com ele, ponto. Então se Reina começou tudo em nome do ódio, seria essa a força motora de toda a sua dedicação? Ela realmente seria tão desalmada e egoísta a ponto de apenas pensar em sua vingança e não nas vidas as quais ela interfere quando põe tudo em ordem? Depois da batalha temos a nossa resposta.
Ainda que estivessem com a vitória na mão os heróis não podiam comemorar pois não puderam utilizar a lâmpada que tinha sido destruída por mau uso do Sultão. Isso só levava a um único caminho: a afinação dentro das condições atuais.
Todos sabem o que acontecerá a Aladdin quando se fizer a afinação sem ele vivo. Mais do que ninguém, Reina sabe do seu dever, como também sabe o que acontecerá com a sua decisão. Por mais que quisesse fazer diferente infelizmente ela não tinha poderes para tal e seu grupo tinha consciência disso – menos Ex que ainda ficou insistindo um pouco até ver o choro da amiga.
Se esperassem pra fazer o bem por Aladdin, a zona inteira entraria em colapso total e milhões de vidas seriam perdidas, juntamente com eles. Por outro lado, afinar salvaria milhões e perderia apenas um, que seria sumariamente reposto em seguida.
Aladdin tinha feito a sua escolha e mesmo que tragicamente ele tomou as rédeas do seu destino e traçou um caminho pelo seu desejo, protegendo aquela que ele desejava ver viva – mais uma alteração que não teve sucesso, assim como foi com Tao e Momotaro.
Levando em consideração tudo isso, será que era tão difícil chegar numa conclusão centrada e de fato pensada num bem estar comum? Tentar novamente salvar Aladdin sinceramente parece egoísta quando se analisa o conjunto, e como era esperado Reina faz a sua escolha de Sofia, selando a decisão com a afinação.
Confesso que Reina me surpreendeu, logo de cara ela parecia apenas alguém superficial e que estava cumprindo uma missão sem muito pensamento, sendo que é o oposto disso. A Princesa aprendeu uma grande lição com Aladdin, entendendo que um grande poder precisa saber ser bem utilizado.
Ela é alguém forte, determinada, que sabe o que precisa fazer, mas também analisa os melhores caminhos que pode tomar dentro das suas possibilidades em nome de sua consciência – mesmo que no fim ela e seu grupo não possam realizar grandes mudanças. Agora ela carrega mais uma perda nos ombros e mais um motivo pra usar suas habilidades para o bem.
Curly e Loki também já se encaminham pro plano final, que não era surpresa alguma se não a tomada da condição de “roteirista” das histórias. A postura deles não parece certa, principalmente quando pensamos que eles de fato atropelam inocentes em nome de seu desejo pessoal.
O Story Teller líder é cruel? Certamente. Que tipo de ser supremo expõe suas criações a um ciclo de destruição e infortúnio? Só ele. Mas o que acontece é que os dois antagonistas não são tão diferentes.
Curly altera as histórias favorecendo outros que não são aqueles que saem beneficiados de todo o enredo, mas aí lasca com os protagonistas. Onde está a igualdade e o direito ao final feliz que todos merecem e que ela tanto fala?
Acho que ela e Loki apenas se contradizem, porque até aqui as ações deles não foram tão melhores do que as do Story Teller e nem parecem ser. Tudo soa mais como um tipo de inveja e desejo de ser o líder supremo daquele mundo, mais nada.
Esse episódio foi bem interessante, as coisas agora já pegaram o rumo final e os vilões estão vindo com tudo. Qual será esse plano maligno deles? A família Tao segue sua missão contra o mal, mas também estão cansados das injustiças que as zonas sofrem. Onde tudo isso vai dar?
Vamos aguardar a continuação dessa saga. Até o próximo artigo!