No começo dessa longa aventura, Subaru tinha acabado de perder tudo que lhe era importante, embora ele próprio não tivesse uma forte consciência disso. Depois de encontrar Haru, seu mundo foi totalmente transformado e agora ele vive coisas que sequer cogitou que desfrutaria, então como reagir quando a possibilidade de perder essa figura importante se apresenta?

Doukyonin wa Hiza nos traz, em seu momento final, a beleza e a pureza de uma relação em que o forte desejo de proteger e cuidar um do outro, reina absoluto, colocando uma medalha de ouro nessa brilhante história que ganhou a mim – e certamente a muitos outros – em várias modalidades.

Nosso protagonista nunca entendeu Haru claramente e certamente pelo que pudemos ver, assim vai continuar sendo por algum tempo, mas o convívio aberto com ela e as demais pessoas que se relacionou, o permitia notar coisas que antes passariam despercebidas por ele – como o fato de que Haru poderia se incomodar com a ausência dele, já que tinha um horário “definido” com ela.

Como eu imaginei e não era muita surpresa, Hiroto foi o responsável pela preocupação do dia, involuntariamente. O temporal de fato estava bem forte e ele acabou se descuidando com a porta, resultando na fuga da gata.

Eu sempre falei muito em todos os artigos que tanto Subaru quanto Haru tinham similaridades muito grandes, tanto nos hábitos, quanto na lógica e principalmente nas experiências de vida – mesmo que em circunstâncias distintas -, pois bem, isso mais uma vez veio a tona com o desagradável imprevisto.

Observando o temporal, ela previu o medo nele, a necessidade de proteção, assim como nos seus irmãos pequenos dos quais acabou separada e que tanto precisavam dela. Já ele se sente angustiado, imaginando passar pela mesma experiência anterior de perder alguém do qual ele se distanciou de algum modo – ambos temendo o sofrimento do ente querido e o encontro com a solidão novamente.

O desespero do escritor se torna crível porque é fruto de toda uma evolução e ligação. Se talvez essa situação se desse no começo de sua convivência com ela, certamente não seria essa sua reação, mas Haru agora faz parte de sua família, faz parte de quem é esse novo Mikazuki Subaru – sendo em nome dessa consciência e dos arrependimentos que carrega, a sua luta para encontrá-la.

Um fator interessante no episódio é que mesmo debaixo de toda sua preocupação, o protagonista não conta apenas com a bênção da conveniência, ele mantém sua cabeça no lugar, raciocina bem as ações a serem tomadas e chega onde precisa chegar contando também com a ajuda dos amigos.

Quando encontra Haru, Subaru mostra para sua gatinha o quanto ela é especial e como tudo se torna agradável quando um está próximo do outro – inclusive com a adição da mudança de tempo, enfatizando esse clima que os dois criam. Os amigos então voltam ao lar e desfrutam juntos o seu momento “em família”.

Falando em amizade, acho que esse é um dos pontos fortes do episódio e da série em si, a construção dos personagens de apoio. As pessoas que convivem com Subaru são pessoas legitimamente boas, que zelam pelo seu bem estar e o incentivam a crescer.

Os amigos estão sempre ensinando algo a ele mesmo que indiretamente, fazendo tudo o que está ao seu alcance – até mesmo criando vínculos entre si por conta dele, como vemos acontecer com Kawada e Hiroto -, mesmo aquele amigo bem ocupado, ou o que devia apenas manter a relação profissional, exercem um papel pessoal importante na vida do escritor e isso é muito bacana.

O que Haru e Subaru aprenderam com toda essa jornada? Que uma simples novidade pode mudar um mundo, basta estar aberto e aceitar positivamente. Agora eles têm uma nova família, cercada de carinho e cuidado, em que aquele que tem medo pode achar refúgio e um abraço caloroso no companheiro e assim viver o melhor de cada momento – a cena final nos brinda com essa boa sensação.

Doukyonin wa Hiza nos deixa uma bela mensagem sobre o valor da família e dos sentimentos, certamente tudo o que eu tinha contra gatos a Haru apagou com o seu jeitinho único e “irmãzona” de ser. Subaru por sua vez inspira muitos a valorizar aquilo que se tem, assim como dar espaço para a mudança, seja ela qual for, porque muitas vezes o inesperado pode nos surpreender de uma forma maravilhosa.

Aos que embarcaram comigo nessa viagem – que vai deixar muitas saudades – e permaneceram até o fim, deixo o meu muito obrigado e nos vemos na próxima!

    • Olá James, olha que eu estava igual a você, gostaria de um romancinho entre o Subaru e a Nana (afinal um love básico nunca é demais kkkkk), quem sabe mais a frente no mangá isso não venha a acontecer?
      Bom, só posso dizer que a história foi incrível e que valeu cada minutinho gasto, tanto vendo, como escrevendo. Espero que essa nova temporada me traga outras novidades que possam preencher o oco que esse anime vai me deixar.

      Obrigado pelo comentário e volte sempre!

  1. Olá! Acompanhei as análises deste anime maravilhoso: já curto gatos em animes, achei que depois do simpático e fofo “Koneko no Chi”, que me trouxe o Kocchi, achei que não ia amar outro gato e eis que a Haru entrou nesta, fácil, fácil; me vi muito nas situações do Subaru e da Haru, de conviver com as pessoas ao seu redor e corresponder, um passo de cada vez e notar o quão importante é estar ao lado dos que o amam e experimentar o que a vida nos reserva.
    Este último episódio catapultou toda a jornada que nosso escritor e a gatinha passaram, juntos e vou sentir falta do anime. Merece toda a atenção que teve neste período. Continue com o bom trabalho e até mais!!!

    • Oi Escritora! Eu estou como coloquei no artigo antes, completamente simpático aos gatos depois da Haru – ela é 10/10.
      As situações que o anime ia mostrando sobre o Subaru me eram bem familiares, mas por conta de uma amiga minha que é muito igual a ele (a diferença é que ela não mudou até hoje kkkkk), inclusive me identifiquei um pouco com o Hiroto e o Kawada nessa questão.
      O último episódio de fato foi incrível e fechou bem o crescimento gradual que o Subaru vinha tendo a cada dia, vou sentir muita falta mesmo.

      P.S.: Agora eu queria que você me desse um parecer sobre Koneko no Chi, porque eu fui assistir uns 7 episódios da versão mais recente pra TV (aquela em CG) e fiquei nervoso com aquela gata, ela só aprontava com os donos e ficava por aquilo mesmo, perdi a paciência e desisti. Vale a pena fazer uma segunda tentativa? Me conte.

      Muito obrigado pela visita, por comentar e acompanhar nosso trabalho!

  2. Sobre “Koneko no Chi”, aquilo é o comportamento da Chi, típica de uma criança pequena, não é pra levar as traquinagens dela a sério, apenas curtir o seu dia-a-dia, a coisa fica melhor com a entrada do Kocchi, onde viram amiguinhos e vivem suas aventuras; o que me encantou nesta releitura das séries 2D dela foi o foco maior do redor da personagem, pois nas animações antigas, era muito focado na relação da família em cuidar dela. Caso queira dar uma segunda chance, vá sem grandes expectativas e assista aos poucos, pois a duração de 12 minutos pode incomodar,mas, dá pra acostumar. Caso veja que não dá, experimente as animações 2D dela, “Chi’s Sweet Home” e “Chi’s New Address”, que tem 3 minutos por episódio e são focados na relação da Chi com os Yamada, em tratar de uma gatinha de estimação. De toda forma, amo as duas versões e a Chi foi uma das primeiras paixões quanto a gatos em animes.

    • Vou dar uma segunda chance sim, até porque pelo que você me falou, pode ser que tenha sido mesmo as impressões iniciais e de repente com essa crescente maior de elementos e acontecimentos eu enxergue com outros olhos o conjunto. Acho que começarei pelos antigos que contam o começo mesmo da história e veremos onde vai dar.
      A propósito não sei se já conhece, mas existe um anime bacana chamado Mikan Enikki, que também é sobre um gato e suas aventuras com a nova família (Mikan inclusive consegue se comunicar com os donos e a relação deles é uma comédia). Eu creio que só vá encontrar legendado em inglês no Youtube mesmo, mas se conseguir vencer a barreira linguística vale a tentativa, já que ama gatos.

      Obrigado pela explicação e depois te dou um review do que achei reassistindo Chi.

    • Oi Isa! Somos dois então, porque quando acabou a ending eu já fiquei mal no automático kkkkkkk.
      Hora da gente exercitar nossa fé e pedir que essa segunda temporada venha, até explorando um pouquinho mais os outros animais como Roku, Hachi e aquele doce de cão que pertence a senhorinha, todos juntos bagunçando com a Haru.

      Obrigado pela visita e comente sempre!

  3. Assiste a primeira versão de Chi sweet home que foi animado pelo Madhouse. É anime de 3 minutos e tem duas temporadas. Você vai amar Chi sweet home assim como eu me apaixonei pela a Chi e até li o mangá até onde tem traduzido em português

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