Mais um daqueles animês de adulto da década de 1990: traço realista, ação, mulheres peladas, sangue. É o tipo de animê que se aproxima muito dos filmes live action da época e, por isso, deveria ter feito mais sucesso no ocidente, a única diferença é que ele é desenhado e não gravado com atores reais. Contudo, não foi o que aconteceu.

 

 

Bio Hunter já começa mostrando a que veio, com uma cena de sexo (nada que inicia com sékissu pode ser ruim). Já apresenta também o fator sangue, com leve tendência ao gore, quando o peito da mulher vira uma boca com dentes afiados e arranca o braço do homem.

Logo somos levados a uma faculdade, onde conhecemos os dois protagonistas: professores de biologia. Isso é um diferencial, já que, aparentemente, ambos são bem normais. Geralmente, os personagens principais desses animês fazem parte de alguma organização, seja polícia, exército, agencia de detetive.

Os professores investigam casos que envolvam o vírus demoníaco (na verdade, eles acabam caindo de paraquedas neles), que é uma forma de possessão, onde a pessoa precisa comer fígados humanos para continuar sobrevivendo. E um dos personagens principais está infectado, mas, por ter um sistema imunológico muito forte, consegue controlar o capiroto que está dentro de si.

 

 

Bio Hunter é da Madhouse, que fez um trabalho muito bom na animação. Bem fluída e com um balanço orçamentário muito bem trabalhado para deixar a maior parte das verbas para as cenas de ação. O destaque fica por conta do uso de luz e sombra, com sequências belíssimas que traduzem bem o clima tenso e sombrio que permeia o animê.

 

 

Algo que incomoda é a queda de ritmo do OVA. A parte investigativa, quando eles precisam encontrar um véio feiticeiro, quebra a sequência do thriller. É muito lenta e sem dinâmica. É um OVA que começa bem, aí tem essa descendente no meio e, indo para o final, pega um bom ritmo novamente.

 

 

Um ponto bem legal em Bio Hunter são os veículos. Existe um cuidado em escolher o carro para cada momento. Aparece Mercedes-Benz, BMW, Rolls-Royce. E todos com bastante detalhes, bem animados e, inclusive, com as marcas, o que não é tão comum visto o problema com direitos autorais. A sequência em que os mocinhos estão atravessando a montanha e são perseguidos pelo caminhão dos vilões é muito boa, desde a sensação de velocidade, passando pelo traço dos veículos, a destruição do carro.

Madhouse teve um cuidado muito grande com a parte técnica desse OVA, principalmente no tocante a animação.

 

 

Um problema que talvez incomode alguns é que o OVA não dá uma solução, nem indicativo de solução, para a questão do vírus demoníaco. Ele vai continuar possuindo as pessoas. E aí? Os professores continuarão a combatê-lo? Esse vírus vai se espalhar pelo mundo? Quem poderá nos salvar? A impressão é que esse OVA faz parte de uma série e ele é apenas um episódio de “o caso do dia”.

Os personagens também não são bem explorados, o foco é no andamento da história e eles estão ali apenas para executá-la.

Essas questões não me incomodaram porque encarei Bio Hunter como um animê de ação, onde o foco é… a ação (a vá!). Não que esses problemas são permitidos em obras desse tipo, mas, ao menos, são mais aceitáveis.

 

 

A história é bem linear e o desfecho não é surpreendente. Segue bem a cartilha desse estilo de animê. Mas é o tipo de produção que seu pai vai gostar, uma pena que exista certo bloqueio pelo fato de ser desenho, mesmo que ele não deixe a desejar em nada para os filmes de ação da década de 1990.

 

Sayonara. Bye, bye o/

 

(〜 ̄▽ ̄)〜 Cuidado com os mamilos.

 

 

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