Cioccolata foi parar no lixo que era seu lugar e Secco não ficou atrás, no que considerei uma maneira até cômica de encerrar a participação da dupla nessa parte 5 e abriu caminho para o arco do Coliseu, o derradeiro.

Esse episódio foi legal mais porque era o Bucciarati lutando do que pela luta em si, e se não posso dizer que encheu linguiça, sei que não foi dos mais interessantes. Enfim, vamos ao Coliseu!

Ao perceber que seu mestre pereceu a reação de Secco foi meio inusitada, mas, sinceramente, ele se porta de uma forma bizarra e age de maneira ainda mais bizarra, sendo cão leal de um louco, porque é “cômodo”, então é o tipo de personagem do qual dá para esperar tudo e qualquer coisa.

O mais “engraçado” é que os dois acabaram na mesma caçamba de lixo. Quanto amor! ❤️

No final, é até legal ver o Secco reagir dessa forma e seguir em frente por sua própria vontade, a submissão dele era apenas mais um traço de sua personalidade, não o prendia a ideia de que era inútil sem mestre.

E vamos combinar, viver em função de alguém insano como Cioccolata, mesmo após sua morte, seria a formais mais tosca de aproveitar um personagem que ainda poderia render uma luta digna ao Bruno.

Porque o personagem pronto para dar adeus a qualquer momento é ele e ele é o carisma dessa parte 5.

Queria ser o Bucciarati pra me esquivar assim dos problemas da vida.

O Giorno que me perdoe, mas a luta dele com o Cioccolata só foi tão bacana devido a quem estava levando porrada e a cena de Muda insana, pois ele em si vence muito na base da inteligência e é uma inteligência conveniente, que sempre cobre tudo que acontece, que na verdade não sofre um revés e com o Bruno não poderia ser mais diferente.

Bruno soa a camisa, tem que rebolar, para vencer e isso que gratifica o resultado de suas lutas.

Como escrevi antes, o que rolou na luta nem foi tão bom, mas a situação cada vez mais comprometida do herói, igual uma corrida contra o tempo, e sua dificuldade para explorar a habilidade inimiga e assim vencer foram o que tornaram o episódio ao menos “bom”, pois praticamente nada mais aconteceu.

Fazem altos memes com o Kakyoin quando é o Bruno quem atrai perdurações…

O Polnareff falou um pouco, né, mas nem acrescentou nada de interessante com isso. Deu para entender que ele está obcecado com a ideia de que um dos cinco, agora quatro e logo apenas três, conseguirá se beneficiar da flecha para derrotar o big boss e só isso!

O que é uma forma muito limitada de ver as coisas?

Não exatamente, o Polnareff nunca foi o homem mais inteligente dessa obra e nem o mais corajoso, ainda mais depois de perder as pernas, então não o julgo por temer tanto o Diavolo e nem por estar vidrado em uma única possibilidade bem arriscada que a gente sabe que vai dar certo mesmo que não dê.

Ela pode nem dar certo, mas algo relacionado vai dar, certeza.

O Polnareff não tá parecendo um músico de banda de metal alternativo dos anos 90?

Enfim, chegamos a segunda metade do episódio e da luta da Maman com o rockeiro de Manchester que se veste de jeito estranho. A ideia do Bruno de dar uma de Secco ao se aproximar do Coliseu e usar o efeito da habilidade do inimigo ao seu favor foi algo bom, porque não foge ao que é o personagem: alguém que faz muito com o que parece nada.

Sempre explorando as desvantagens, sempre tem uma, que se apresentam. Ele rala a camisa e descobre como vencer lutando, não é como o Giorno que deduz o poder do inimigo rapidinho, e pensa em contramedidas complexas como quem respira.

Resumindo, as lutas do Bruno parecem algo mais natural, ou que condiz mais com o gangster que é apresentado em tela. Ele possui o jogo de cintura do Joseph e do Josuke, Giorno é o Jotaro que apela com a inteligência ao invés da porrada, mas a “apelação é a mesma”.

Quando os produtos Ivone perdem a eficácia até os mortos revividos por eles perdem a vida.

Enfim, Secco fica surdo, e mudo não, infelizmente, e a cena do refém é de novo uma maldade sem fim do Araki. Creio que nem na parte 4 o Kira passa tão perto de morrer tantas vezes.

O que nem é exatamente ruim, mas passa a sensação de que tudo já poderia ter sido resolvido e de uma maneira muito mais simples, bem antes, quando esse arco já levou quase metade do grupo embora.

Apesar de que, a jornada é o que gratifica a experiência de acompanhar a história e com ela as baixas que ocorrem, elas dão casca a essa trama de mafiosos italianos. Só não acho que precisava ficar sacando essas situações.

Faz parecer que tudo, de bom e de ruim, que ocorre depois de uma delas é apenas a vontade do autor de dificultar tudo. Já sem isso o público não tem porque achar que dava para ser de outra forma, que foi em vão como foi.

Não existe homem mais desenrolado que o Bruno, tirando o Joseph, claro.

A pose do Secco com o Doppio até foi legal, mas o importante é que o Bruno devolveu a porrada que recebera e o levou a morte, só que ele passou longe acertar quem deveria ter acertado.

Isso é que eu acho crueldade, não bastasse dar mais uma oportunidade de matar o chefe – sei que eles não sabem que é o chefe, mas, por exemplo, podiam descobrir na hora, né –, ainda tem que ser com o Bruno no estado deplorável pelo qual ele está passando.

Foi dada ao vilão a oportunidade de terminar o que o próprio vilão começou, ainda que com sua outra personalidade, e isso eu não posso configurar senão como crueldade do Araki.

Porém, não é como se isso fosse um erro também, é apenas uma escolha e eu não gosto dela, mas ela em si não é furo na história.

Aquela pose nada a ver que sempre acontece do nada em Jojo.

Por fim, o episódio acaba assim, com Bruno já nas portas da morte, Doppio tranquilo, mesmo tendo perdido mais subordinados, e uma corrida para chegar ao Coliseu por uma razão que não deveria ser tomada como uma certeza tão grande, e que já foi revelada – nem para fazerem um suspensezinho mequetrefes, né.

Observando bem, o arco final é até interessante sim, mas não tanto, só que confio na capacidade de Jojo de render uma luta nota 10 mesmo para um personagem de qualidade bem questionável como Giorno – Jotaro tem as melhores lutas de sua parte, então você tira por aí –, o que nos faz esperar pelo final emocionante – ainda que ele seja forçado e objetivamente ruim – que uma parte de Jojo deve ter.

Fique tranquilo sobre isso e triste pelo Bruno, o melhor personagem da parte 5. Aquele que carrega as melhores qualidades que um Jojo deve ter, ou quase todas, mas em Vento Aureo ele é o mais próximo que há disso.

Até mais!

Duvido o Bruno morrer aí, vai ter uma reviravolta, quer apostar quanto?

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