Um encontro inusitado, uma despedida dolorosa e um desenrolar imprevisível – ao menos era antes do encontro inusitado. Diavolo se revela e chegamos ao clímax! É hora de Vento Aureo no Anime21!

Ninguém sabe ao certo, mas é exatamente essa a graça de Jojo.

Evitar que o Bucciarati fosse morto pelo Doppio era uma jogada de roteiro fácil para o mestre Araki, mas levar o Doppio/Diavolo até o Polnareff e daí provocar uma reviravolta, não exatamente. E o que o criador da obra inventou foi bem mirabolante.

Mas vamos lá, o Bruno só ganhou sobrevida devido ao poder do Giorno e como a essa altura essa vida parece perto de seu final, aproveitando todo esse “misticismo”, para não dizer forçação do roteiro, que tem entorno de Jojo, dá para engolir que o que Bruno veja agora seja apenas a forma da alma dos seres vivos e que esta tenha cheiro, apesar de ser mais uma desculpa conveniente que o autor inventou para fazer o Doppio se aproximar do Polnareff.

Piririn, piririn, piririn. Alguém ligou pra mim. Quem é? Sou eu, chefe Diavolo. Bucciarati é pra matar. Vai ser dentro do Coliseu. Que a rebelião vou acabar. Vai cortar fora a cabeça? Não, não, vou só socar.

Não vou mentir que já esperava por isso por ter recebido spoilers do que acontece e, honestamente, achei uma boa forma de prosseguir com a trama. Jojo é isso, reviravolta em cima de reviravolta, com o trecho final da parte 5 não seria diferente.

O que me incomodou mesmo é a Trish sentir a presença de um pai que ela nunca viu na vida, se pensarmos que ela estava desacordada na presença dele, e a garota ter um Stand, mas isso nunca ter sido explicado. E ainda pior, o Abbacchio deu sua vida para o grupo descobrir a face do chefe, mas olhando em retrospecto, de que isso adiantou?

Absolutamente nada! A forma como essa caçada ao chefe, ou caçada do chefe a eles, se desenrolou nem foi objetiva, nem fez sentido em boa parte do que aconteceu na história – pelo menos as lutas foram de arrepiar!

Eu não sei se rio, choro ou faço os dois ao mesmo tempo.

A cena que se prossegue, do Polnareff interrogando o Doppio e o Bruno, podia entrar para a galeria da obra por conta de uma ou duas pérolas proferidas e por ser uma situação bem inusitada mesmo, mas o que importou de verdade foi o momento em que um percebeu quem era o outro, e o trecho que se segue e explica porque o Polnareff acabou se envolvendo com a máfia italiana.

Diferente da parte 3 o Brojo não podia contar mais com aliados, então diante de outro inimigo que podia controlar o tempo sua desvantagem era clara. Mas aí há um furo, algo que não bate: por que o Diavolo não se certificou da morte do PolPol? Isso não condiz com sua personalidade. Além disso, como o Francês sobreviveu?

Só acho que essa memória tá um pouquinho distorcida, só acho…

De novo o Araki não se importa em pelo menos pincelar esse detalhe, apenas segue a história para o que sim, denotava mais tempo de tela e esforços, mas isso não justifica as escolhas questionáveis da animação – não duvido nada que no mangá não seja muito diferente.

Aproveitando que o Bruno não interferiria, o Doppio se afasta do zíper man e vai atrás de matar o cadeirante da justiça! Ele devia ter limites em sua maldade, mas não tem. Também não há limites para o quanto o Araki consegue fazer os personagens mudarem de aparência drasticamente do completo nada.

Qual é o problema que o Polnareff tem com escadarias, hein?

Diavolo retoma seu corpo de Doppio e basta tirar a camisa e se esconder atrás de um pilar, como se desse para fazer um make e ganhar uns músculos em um passe de mágica.

Mas vamos lá, isso é o de menos, o cômico é que só de trocar a personalidade parece literalmente outro personagem e não alguém de design sem graça como a silhueta do chefe dava a entender desde o fim da primeira fase do anime, mas, alguém com o visual tão escandaloso, e este faz o time Bucciarati parecer comportado.

Diavolo possui um visual tão selvagem para um personagem caracterizado como cauteloso que me pergunto se faz sentido ele ser assim.

Ele não é só um vilão, mas também uma Drag Queen!

Enfim, o importante mesmo é a rápida luta entre ele e Polnareff.

Não me prenderei a detalhes e nem me renderei a especulações, as únicas coisas que ficaram claras no embate foram que o Brojo se preparou de quase todos os meios possíveis para lidar com o chefe, o lance das gotas de sangue é algo que reflete isso, mas não pensou em um plano para caso fosse surpreendido. Usando a flecha, e com isso deixando claro como ela deverá ajudar.

A flecha deve ser usada no Stand, e causa nele uma transformação. Foi um último recurso, uma saída achada no desespero e que no final não o salvou, e ele nem sabia se salvaria a Itália das mãos do chefe da máfia, mas que vai ajudar para isso, é certeza!

A flecha que indicará o imprevisível caminho para a vitória.

Por fim, Silver Chariot se torna um Stand autônomo e passa por uma transformação, então a flecha é capaz de fortalecer o Stand, isso fica claro, mas como essa informação chegará até os heróis? E como Giorno fará uso da flecha?

A abertura dá a entender que ele vai pegá-la e usá-la para derrotar o vilão, então não tenho como não considerar isso um forte indício do que vai acontecer. A chave é manter a qualidade das lutas dessa parte, e eu acredito na capacidade do roteiro e do estúdio para isso.

Já não acredito na forma abrupta como Polnareff nos deixou, ou acredito, mas não queria, pois foi tão triste. Além de ter sido tudo muito rápido e ele ter lembrado da aventura que viveu ao viajar para o Egito, e que selou seu destino, já que passou a investigar o paradeiro das flechas por causa disso.

Um destino cruel é o que aguardava nosso amado PolPol… 😭

PolPol é um dos personagens mais carismáticos do universo de Jojo e é uma pena que tenha morrido assim, e nas mãos do mesmo personagem que deu cabo da vida de outro personagem marcante, Bruno Bucciarati – afinal, ele já está morto, o que tem é uma sobrevida prestes a acabar.

Não vou me apegar a remota possibilidade do Giorno curá-lo a tempo ou algo assim, mas sei que o Silver Chariot ter “evoluído” faz com que algo de imprevisível deva acontecer no próximo episódio e dali em diante.

O réquiem é uma música que remete a morte e com tantas mortes já concretizadas, ou podendo ocorrer, eu entendo a analogia feita. Mas será que é alguma terminologia que remete a “evolução” de um Stand?

Descanse em paz Crusader, sua morte não será em vão!

Veremos. Muita coisa deve ser respondida a partir do episódio seguinte.

Por ora, lamento as perdas, mas, devo reconhecer os caminhos interessantes que Vento Aureo está tomando. Ainda que muito “tortuosos”. E quanto ao Diavolo eu até gostei do que eu vi, mas vou esperar um pouco mais para falar sobre esse personagem, nessa sua forma verdadeira, mais profundamente.

Que o time Bucciarati vença no final!

Até mais!

E um réquiem toca silenciosamente…

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