Esse anime em comemoração aos 40 anos da relação Japão-Índia é uma adaptação da história mítica indiana do príncipe Rama, sétima encarnação do deus Vishnu. É um símbolo do homem perfeito, que aceitou de bom grado o exílio de 14 anos imposto pelo seu próprio pai. É um exemplo por seguir e aceitar o dharma (algo como o Caminho para a Verdade Superior, que envolve ser uma pessoa de paz e aceitar os desígnios do destino).

 

 

É sempre muito interessante conhecer outras filosofias de vida, formas diferentes de entender o universo, de se relacionar com o outro, de dar sentido à existência.

Meu conhecimento sobre a cultura indiana é baseado na novela Caminho das Índias (com certeza é uma excelente fonte de informação, cheia de credibilidade), então, já fica claro que meu saber sobre ela beira o zero.

Esse movie funcionou bem para me mostrar mais elementos dela, para ensinar sobre o hinduísmo e sua forma de ver a vida. Creio que esse tenha sido o objetivo principal do movie: apresentar a cultura indiana, mais precisamente a religião, o hinduísmo. Já por isso que foi escolhido realizar a adaptação da saga de Rama, uma das maiores histórias dessa cultura.

 

 

Rama é o Príncipe de um dos reinos que compõem a Índia e seria o próximo rei. Uma velha aleatória coloca caraminholas na cabeça de uma das esposas de seu pai (que não era mãe dele). Ela cobra do Rei que realize sua promessa de conceder dois desejos: 1 – exilar Rama por 14 anos; e 2 – fazer com que seu filho seja o próximo Rei. Apesar de não querer e ficar destruído com os pedidos, ele acaba cedendo para honrar sua palavra.

Nesse ponto que surge o primeiro choque com a diferença cultural: Rama aceita a ordem do pai sem ódio, reclamação ou ira. O pai mandou, ele faz, de bom grado, respeitando a ordem e ficando feliz em fazer isso.

Rama já tinha matado um demônio e libertado uma floresta aos 15 anos. Já era casado com Sita, que o acompanhou no exílio, junto com um irmão de Rama. Em seu exílio, o demônio Ravana, que é o mais terrível do mundo, se encanta com Sita e quer tomá-la de Rama. Ele faz uma emboscada e a sequestra. Daí começa a saga do Príncipe para resgatar sua esposa.

 

 

A história não perde para as epopeias gregas. Combates, guerras, raptos, alianças, traições, demônios, monstros, deuses. É uma saga épica bem interessante. A diferença fica por conta da filosofia. Sempre se busca a paz, a aceitação, o respeito. O ódio, a ira, a violência, são sentimentos combatidos mesmo em situações extremas.

É bem emblemática a cena onde, após Ravana sequestrar Sita, Rama fica furioso e quer vingança, mas seu irmão logo fala que o ódio não leva a nada. Rama volta a si e pede para que o irmão comande as buscas, já que ele não estava em condições de fazer isso sem sede de vingança.

 

 

A animação e o traço não são ruins mas, quando assisti, jurava que esse movie era da década de 80, porque o estilo é bem antigo. E, para minha surpresa, ele é bem recente, foi lançado em 1992. A OST é bem interessante, com o uso de músicas indianas. Deixo o destaque para a primeira música cantada, que embalou muito bem as belas cenas que passavam.

 

 

Ramayana foi um trabalho em conjunto de profissionais japoneses e indianos, o que faz tudo ainda mais interessante.

Outra curiosidade é que ele foi lançado no Brasil, dublado, em VHS, contando com vozes conhecidas, como a de Gilberto Baroli.

 

 

Eu sempre busco assistir coisas diferentes, que possam ampliar os horizontes, ensinar coisas novas e mostrar outras faces de um mundo tão vasto. Ramayana se enquadra perfeitamente em tudo isso. No mínimo, você vai ter uma experiência única com um anime indo-japonês.

Sayonara. Bye, bye o/

 

(〜 ̄▽ ̄)〜 Só na dancinha… Are baba!

 

 

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