YU-NO – ep 11 – Tudo fica bem quando se tem a correção do caos
Esse episódio até que foi legal, mas teve algumas coisas que me incomodaram e tentaram dramatizar uma morte que será revertida facilmente no seguinte, ao menos segundo o ponto de vista do Takuya – que é o que nós telespectadores acompanhamos.
A abordagem “equivocada” de certos elementos, importantes para alavancar a qualidade da trama, tem minado o potencial do anime, mas, ainda com isso, a trama está interessante – mesmo que mediana como o Takuya. É hora de YU-NO no Anime21!
Que alguma hora ele revelaria a alguém que ele tem um dispositivo que salta entre mundos paralelos já era de se esperar, felizmente ele fez isso em um momento que fazia sentido e revelou para alguém digno de confiança.
Até aí tudo certo. Sobre o sonho, ele certamente não foi só sonho, a mãe dele foi até a cachoeira de alguma forma, ou foi até dentro da mente do filho mesmo, e guiou indiretamente, deve ter recebido uma dica do pai que conhece melhor o garoto, suas ações. Como ela fez isso ponho na conta de que ela vive em um mundo paralelo e em uma civilização que parece tecnologicamente à frente da do filho.
Entretanto, minhas suposições não param aí! Como ela sabe que ele ama a Mio? O pai que contou? Ou ela estava observando a conversa dos dois e pulou para essa conclusão? Tenho a suspeita do seguinte, a mãe que apareceu no sonho dele nada mais era que uma reação da mente do Takuya ao entrar em contato com aquele lugar naquela situação, algo como ocorre com o pai dele na correção do caos.
E pode ser uma soma dos dois, a ocorrência do fenômeno faz o contato consciente entre pessoas em dimensões diferentes ser possível. A segunda suposição justificaria a veracidade da primeira ou a primeira se dá por outro meio? Ou a segunda que está certa? Não sei, mas é por aí que a linha de raciocínio faz mais sentido.
Enfim, a Hatano aparece e se ela deixa claro que sabe demais e não quer explicar o motivo, ao menos ajuda o Takuya e a Mio, assim como os trabalhadores da obra, fazendo o mínimo que eu espero de uma personagem que faz o papel de “princesa aprisionada”; é o que a trama dá a entender que ela é.
Não duvido nada que o próximo arco seja o dela, afinal, a Mio é a bola da vez, a madrasta já foi, a repórter e a Mitsuki já apareceram muito nos últimos episódios e a YU-NO deve ficar só para o final. Se não inventarem um arco com a professora, só sobre ela mesmo; e saber mais dela deve complementar o que foi revelado até então na trama.
Voltando ao Rei Arthur, o Takuya, a Excalibur de araque só serviu mesmo para abrir a passagem, pois nada poderia fazer contra uma pessoa armada e, tirando não terem explicado como ela chegou ali, o papel da Mitsuki como um fantoche do Ryuzoji nem foi ruim ou mal executado, já o que se sucedeu sim.
Ela se matar entendo, a pedra gigante cair em cima dela foi bobo, forçado, muito desnecessário. E não reclamo da reação dos dois – não era para ser emotiva demais, mas engulo o Takuya mais engolir em seco que ficar chocado e a Mio chorar, pois nunca tinha passado por algo do tipo.
As revelações sobre o dispositivo gigante e o fato da saída do Monte parar na casa do Ryuzoji meio que só transcrevem o mostrado na tapeçaria, mas não é como se eu tivesse suposto que seria exatamente assim antes, então são informações que encaixaram mais coisas e são algo que o Takuya explorará no mundo para o qual voltou.
Os mistérios que ficam são a verdadeira natureza do Ryuzoji, quem está dentro de seu corpo, e o papel da Hatano nisso tudo. Não é possível que o garoto ignore isso, né.
Além disso, o problema em torno da Mio será resolvido de uma forma bem mais prática, é o que o caso da Ayumi nos leva a pensar, e apesar de ser o esperado acho uma pena, pois o Takuya e a garota não devem se aproximar tanto como fizeram na rota que em teoria é a dela.
Talvez até esqueçam de explicar melhor a relação dele com a Mitsuki. Eu acharia uma pena, já que desfazer esse muito provável mal-entendido ajudaria a aproximar os dois e aí veríamos o protagonista ser mais transparente quanto ao que ele sente. Até agora ele amar a Mio é mais dito por outros do que mostrado por ele, mas já que nunca negou, algum sentimento deve ter pela garota.
Como último adendo, o Takuya caiu de uma grande altura e foi parar em um lago, daí os adolescentes apaixonados, ele e a Mio, descobrem um caminho e acabam indo parar no dispositivo e lá descobrem uma passagem para outro lugar que dá na casa do Ryuzoji.
Não há um probleminha de geografia aí não, além de parecer extremamente conveniente a saída que arranjaram? Alguma coisa não bate, mas não bate por muito. Espero que o fato do local ser uma interseção entre dois mundos seja o suficiente para explicar essa geografia que não faz sentido algum já que dão a entender que o pilar que produz raios, mais um sistema de defesa natural que qualquer outra coisa, está no topo do monte.
Por fim, a correção do caos me parece bem conveniente, né? Ela sempre age quando apenas volta para o save point não parece o suficiente para resolver o problema, mas por ser uma correção de algo que parece pré-determinado a ser de uma forma – ou de um número de formas limitado –, é até compreensível que só aconteça quando o Takuya foi muito além em mexer com a “estrutura” do mundo paralelo no qual aportou.
Porque o pai do garoto dá a entender que ele deve fazer pequenos ajustes e apenas isso, a fim de fazer com que o mundo continue próspero – ao menos sob o ponto de vista dele –, mas a gente sabe que em alguma hora a coisa vai desandar e uma mudança radical deve acontecer.
Takuya vai parar no mundo alternativo das loiras de orelhas pontiagudas – o formato das orelhas da mãe dele foi escondido pelo cabelo de propósito, será? –, e lá terminar seu trabalho como garoto de recados do pai ou vai acontecer algo tão “grande” quanto?
A única certeza que tenho é de que o anime deve ter um happy end e que a fofa da Mio merece um final feliz. O resto não ligo muito como vai acabar porque YU-NO nem é ruim, mas não me cativou tanto pelos personagens ou enredo; tirando a Mio, mas ela mesma está aquém do que poderia ser uma das principais heroínas desse tipo de obra.
Mesmo sem Excalibur o Takuya salvará o dia? É o que nós veremos!
Até o próximo episódio!