Nunca diga adeus… É com tais dizeres que inicio minha análise do episódio 35 de Jojo’s Vento Aureo!

Esse episódio me pegou de surpresa, e como não pegar dado tudo o que aconteceu? Bruno se reuniu aos seus companheiros e o Silver Chariot Réquiem não pôde ser parado ainda, mas, mais importante, não que derrotar o chefe da máfia não seja, é como Jojo me emociona com acontecimentos como foi o dessa semana. Mais inesperado que o time de corpos trocados, e tão incrível como Jojo sempre foi!

Um Stand é um reflexo da alma, da vontade, de seu usuário e, assim sendo, dá para entender o Silver Chariot computar a forma mais primitiva do desejo de seu antigo mestre e usar todos os meios que a flecha o proporcionou para protegê-lo.

A situação de fortalecer os Stand, mas torná-los manipuláveis ao se aproximarem da flecha, foi algo bem interessante, como um efeito colateral. O que novamente contribuiu para o prosseguimento dessa parte 5. Um que parece menos apenas a vontade do Deus, o Araki-sensei, por trás da história.

Contudo, é claro que não ficaria apenas nisso. Seria ilógico presumir que o Stand do chefe também poderia ficar mais forte? Não. Mas supor que ele aumentaria o rato de atuação eu acho que sim, afinal, isso não aconteceu com nenhum dos cinco usuários presentes, coisa que acho que, isso somado a Trish não sentir a presença do pai, justificou o relaxamento do Narancia e a sua consequente guarda baixa.

Não preciso pressionar nada para dedicar meu respeito a você, Narancia!

Um erro fatal. Um erro que não poderia ser cometido na situação, mas como julgar o garoto que só queria ir à escola e provar uma pizza com o gosto da sua terra natal, a qual não via faz tempo?

Narancia já estava cansado de ser sempre um alvo e quando pensou que o final estava próximo, e seu futuro garantido, foi que mais uma vez o Deus de sua história infligiu uma reviravolta a ele e seus parceiros.

Ainda não era o fim da linha, mas Narancia desceria nesse ponto. A morte dele foi abrupta e, ao que tudo indica, pelas mãos do chefe, igualzinho a do Abbacchio, mas dá para distingui-las ainda assim. Abbacchio teve um trecho póstumo em que pôde apaziguar o coração, já Narancia morreu justamente após ter o coração apaziguado. Como se tivesse feito tudo que podia!

E ele fez, creio que ele tenha feito. A dor de sua perda foi diferente do ocorrido com o Abbacchio, ele estava ao lado de todos em um momento e no seguinte não estava mais, além de que, é só olharmos a personalidade de ambos para perceber cuja presença seria mais sentida.

Apesar de que eles sequer têm tempo para lamentar a morte do companheiro, pois precisam seguir em frente e tomar posse da flecha. Mas isso não quer dizer que um momento emotivo, dramático, extremamente pungente, belo mesmo, não pudesse surgir dali.

O choque foi grande e só posso dizer que não gostei da reação que o Giorno teve, a adorei, apesar de no momento também ter derramado minhas próprias lágrimas, pois, foi o corpo dele que havia sido “morto”, mas não só isso, o choque de buscar vida no corpo quente, e não encontrar nenhuma, deve ter sido demais até mesmo para o Giorno.

E mais um Jojo morre em sua parte…

Foi tão rápido. Tão gratuito. Tão violento. Foi tudo tão cruel que não haveria outra reação possível ali para qualquer um deles e se o Bucciarati não derramou lágrimas no corpo do chefe foi porque ele não deveria chorar, pelo menos não ainda.

Foi esse o caminho que ele escolheu e pelo qual alguns lhe acompanharam e ele deveria ir em frente com ele apesar das perdas, suportando o pesar e se mantendo como a rocha que sustenta, que alicerça, esse grupo.

Sim, o Giorno vai salvar o dia, a gente sabe que ele irá, mas foi o Bucciarati a pessoa que trouxe todos até ali e que tem que presenciar tudo e suportar toda a dor a fim de realizar o objetivo.

O sonho do Giorno que não é só mais do Giorno. O sonho do Giorno que agora também é, ao menos um pouco, o sonho do Narancia, um menino que cresceu nas ruas, deu tudo para o mundo e morreu nas ruas, recebeu tudo de seus companheiros. A amizade, um laço formado entre eles.

 

A amizade, um laço formado entre eles. E eu tenho a certeza de que o personagem morreu fiel à sua caracterização, aos seus princípios, a verdade que guiava a sua vida. Em paz, para ser mais exato. Posso até dizer que feliz. Um pouco como nós, fãs da obra? Não. Mas, mesmo triste, me sinto contentado.

A cena do Fugo olhando para o céu foi algo exclusivo do anime, um toque de sensibilidade caprichado promovido para comover ainda mais a nós enquanto público. Funcionou? Acho que foi uma despedida de partir o coração, mas, como não achar bela a saída desse personagem que tinha algo a se gostar?

Porque por mais molecote, e até chatinho, que o personagem fosse no início, com o tempo ele foi se agigantando, principalmente nas lutas, e se mostrou muito mais que um moleque. Mas um homem, um homem ainda em formação, mas que foi capaz de separar a emoção da razão e seguir o caminho que contentava seu coração, e pensando em outra pessoa que não apenas ele. Narancia foi cabra da peste, como dizem na minha terra, até o fim!

Não se preocupe Fugo, pois nunca é um adeus, nunca…

Enxugando as lágrimas, digo, virando a página, prossigo com a análise e não tenho muito mais a comentar sobre o episódio. Eu acharia legal ver um Sex Pistols Réquiem, mas sabemos que isso não vai ocorrer, né? Giorno é quem deve ser acertado pela flecha, mas ainda faltam alguns episódios, então há muita coisa a rolar.

Reviravoltas e mais reviravoltas e outra despedida fatídica que eu tenho certeza que vai ser a mais dolorosa dessa parte 5. Mas até lá vamos erguer a cabeça e ver de onde o chefe vai surgir, e como. Admito que nem sei o que palpitar sobre isso. Vou deixar o Araki me surpreender.

Até mais!

Continua…

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