Tsuujou Kougeki ga Zentai Kougeki de 2-kai Kougeki no Okaasan wa Suki desu ka? – a tradução você confere no artigo que escrevi sobre o primeiro volume da light novel – é, sem dúvidas, o isekai mais inusitado e divertido da temporada de Verão de 2019.

Por que eu digo isso? Quantos animes em que a mãe vai parar com o filho no outro mundo e lá eles vivem uma aventura você já viu? Esse vai ser o primeiro, aposto! Vai ser o primeiro para mim também! Okaa-san Online é o título que usaremos no artigo e, sem mais delongas, vamos à “peculiar” história de Mamako e seu Maa-kun! #motherpower

Lembro quando a light novel foi lançada e iniciou com boas vendas. Fiquei pensando se os japoneses teriam mesmo coragem de animar algo assim e, após ler o livro me senti tranquilizado, afinal, há sim a intenção de brincar com o fetiche do incesto, tão explorado na pornografia japonesa.

Mas isso não, ao menos eu acho que não, toma conta da obra e nem prejudica a execução do que é mais relevante: o aprofundamento dos laços entre uma mãe amorosa, bela e jovial, e o filho adolescente tipicamente rebelde.

Mamako e Maa-kun: uma família que pode ser ainda mais feliz.

Acho essa a fase perfeita para abordar a relação entre pais e filhos, pois não costuma haver mais conflito de um filho com os pais, principalmente com a mãe, que nessa fase da vida; e o herói da obra tem uma personalidade que casa perfeitamente com a proposta, o mesmo valendo para a mãe.

Claro que a série literária pode perder as estribeiras nos volumes que ainda não li, mas acredito que não será o caso, ainda mais porque o anime tem uma abordagem bem leve e voltada, acima de tudo, para a comédia.

Há um caminho propício para isso, pois a trama remete ao absurdo toda hora. Não é uma história para ser levada a sério, ao menos não o tempo todo. Isso é ótimo, pois faz com que as conveniências não incomodem tanto e de quebra dá margem para surpreender caso consiga explorar bem a relação de mãe e filho.

As brigas e pazes, o estreitamento do vínculo familiar, o fortalecimento da confiança. Se há algo para ser levado minimamente a sério, pelo o quê podemos ter expectativas no anime, é justamente isso. Ademais, é toda a conveniência do isekai com muita, mas muita zoação.

Isso pôde ser visto ao longo de todo o episódio com a Shirase; que não é a Shirarase, não se engane; e seus trocadilhos que me fazem rir porque sou bobo, com o tutorial – que parece mais um prêmio de loteria -, zoado e a batalha teste que evidenciou algo inusitado e importante na trama. Não à toa é isso que dá nome à obra: o ataque em área de dois golpes.

Se pensarmos que o garoto inicia sua aventura já frustrado por ser acompanhado da mãe, ainda ser superado em poder por ela é demais para ele! E pode ser fácil de entender sua frustração, sua raiva, só que, mesmo assim, não justifica o que é dito por ele à mãe.

Mas, não sejamos hipócritas, que filho nunca passou do ponto ao falar com os pais? Eu, juro que é no calor do momento, perco a cabeça e faço isso com uma frequência que me envergonha e tenho dificuldade em pedir desculpas, mesmo hoje, que não posso mais me chamar de adolescente.

Então entendo bem o Masato, mas, repito, isso não justifica o tom e nem o que ele disse, sabendo do erro o garoto pede desculpas e, claro, a mãe perdoa. Não há ser mais compreensivo do que uma mãe, lembre-se disso, viu?

Shirase é uma figuraça. Vou informando logo que adoro ela.

O bacana desse trecho em que ela chora é que foi uma situação que fez sentido ocorrer devido a todos os acontecimentos anteriores, e que expõe bem as personalidades do Masato e da Mamako.

Ele sentiu inveja da mãe e achou que ela estava roubando o seu espaço, já ela queria a felicidade do filho, mas a falta de tato dela não ajudou. Há margem para que a relação deles melhore e esse jogo na fase beta – aliás, a melhor justificativa para eventuais bugs -, vai ajudar justamente nisso.

Masato pedir desculpas e sua mãe ter entendido um pouco melhor os motivos de descontentamento do filho, são pequenos, mas importantes, passos rumo ao entendimento mútuo.

Não basta só carinho e perdão de mãe, Masato também precisa valorizar mais a mãe que tem, e enxergar essa experiência de uma outra forma, como algo construtivo para a relação dos dois. Mas não se engane ao achar que Mamako é a mãe perfeita, ela é incrível, mas também pode melhorar quanto a respeitar o espaço do filho e dosar sua superproteção.

Se isso vai mesmo acontecer só saberemos ao longo da jornada. Não espere nada de muito complexo e nem de um foco demasiado nesse desenvolvimento, mas, pouco a pouco, episódio a episódio, acredito que o anime tem potencial para sensibilizar tanto filhos quanto mães.

Espero que não haja situações constrangedoras o suficiente para horrorizar nenhum dos dois; não há no primeiro livro, ao menos não tanto. Ademais, gostei bastante desse episódio, acho que se fosse só pelo divertimento daria nota maior. A produção está okay, a abertura e o encerramento me divertiram bastante e gostei do timming cômico na maioria das situações.

Mas, sejamos honestos, é tudo muito absurdo, o que me leva a crer que poderia ser ainda mais engraçado, além disso, acabou de maneira abrupta, não conseguiram adaptar de um modo que chamasse o público para o próximo episódio.

O maior e melhor chamariz é claro a própria proposta, só isso já ajuda muito, mas podiam ter dado uma palhinha das outras heroínas também, né? Podiam ter pego o gancho de onde termina.

Homem que é homem não suporta ver mulher chorando.

Enfim, já deu para sacar que a doce mãe será a mais apelona da party cheia de mulheres por pura, e também agradável, coincidência do “destino”, e o Masato vai sofrer um pouco na mão dessas moças e da própria mãe.

A vida que todo protagonista de isekai pediu a Deus, ou não exatamente, mas sim, uma vida que será marcada por uma aventura bem original – no máximo que se pode ser dentro dos moldes do isekai contemporâneo – e menos problemática do que pode parecer.

E aí, curtiu a doçura da Mamako? Gostei de não terem destacado que ela parece jovem demais – só faz sentido fazer isso em texto –, e também da dubladora. Acho que encaixou perfeitamente bem, mas, sinto que ela pode ser ainda mais fofa, além disso, mais madura e forte como toda grande mãe é!

Até o próximo artigo e saiba que ele não será escrito por mim, mas pelo Muragami. Confio Mamako e o filho nas mãos dele!

Homem que é homem fica feliz ao ver mulher, principalmente se for sua mãe, sorrindo.

Quem pegou a referência tem meu respeito

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