5 mangás cancelados da Shounen Jump – Parte 1
Todos os anos a Shounen Jump lança vários one-shots em sua revista semanal. O objetivo disso é bem simples: achar uma obra que caia nas graças de seu público. Dentre essas várias tentativas nós temos algumas obras recebem um apoio maior após um one-shot empolgante ou por conta de outros fatores. E é nessa parte que entram os mangás dessa lista, pois eles receberam sua serialização e infelizmente foram cancelados prematuramente. Ah, se for de seu interesse temos a parte 2 bem aqui.
Vale lembrar que o sistema de ranking que a revista possui é bem complicado e cruel, afinal, muitas obras não conseguem chegar num ponto bom o suficiente para apresentar a história de verdade. É quase como se a obra tivesse que ganhar o público logo de cara para depois tentar trazer aquilo que o autor realmente deseja. A parte curiosa disso é que ninguém escapa, pois até mesmo autores famosos já tiveram obras canceladas.
Tite Kubo, autor de Bleach, é um dos vários exemplos de mangakás que fracassaram antes de finalmente conseguirem emplacar de vez com uma obra de sucesso. Enfim, daria para fazer um artigo sobre esse tema, mas chega de enrolação e vamos a lista!
Olé Golazo
Olé Golazo é uma obra que pelo nome já entrega seu tema: futebol. Além disso a premissa é bem simples, pois fala sobre um garoto que luta taekwondo que começa a jogar futebol. Como é de se imaginar ele é um completo novato, não sabendo nem mesmo as regras, porém ele tem algo ao seu favor: suas habilidades no taekwondo. Veja bem, ele era campeão nacional e representante japonês antes de se envolver em alguns problemas.
Eu realmente torci para que esse mangá desse certo. Temos vários mangás em que o protagonista é um completo novato que possui alguma característica em destaque, mas nesse tínhamos um atleta de verdade que iria aprender sobre o esporte e tudo o que vem no pacote. No fim, infelizmente a obra só durou por 14 capítulos e foi cancelada depois de 4 meses de serialização (de novembro de 2016 a fevereiro de 2017).
Red Sprite
De todos os mangás nessa lista o meu preferido é Red Sprite. Ele veio na mesma leva que Promised Neverland (sim, aquele que ganhou anime) e infelizmente parou nos 15 capítulos. Eu lia os dois na época e sempre preferi Red Sprite, achando que a obra tinha mais potencial e era mais interessante. Inclusive ela veio para ocupar o lugar de Bleach na revista, uma missão que acabou falhando.
Outro detalhe interessante é a semelhança com Neverland. Na história, Tatsu e seus amigos desejam viajar pelo mundo em seus dirigíveis. Enquanto isso não acontece eles vivem num orfanato, sem saber que, no fim, eles podem acabar morrendo antes disso. A principal fonte de energia nesse mundo são os núcleos trovão, algo que Tatsu e seus amigos têm. Com isso, temos crianças num orfanato que possuem algo a ser consumido, assim como Neverland.
Demon’s Plan
Já Demon’s Plan foi um mangá lançado entre o final de 2016 e o começo de 2017, tendo sido cancelado com 14 capítulos. E outro caso de uma obra que não conseguiu mostrar tudo o que tinha ao seu dispor, ainda que a história fosse interessante. Nela, temos o famigerado poder da amizade entrando em ação, com o protagonista tentando ajudar seu melhor amigo que fez um pacto com o capiroto.
Love Rush!
O penúltimo mangá da nossa lista é o único que possui romance e harém. Eu nem gostava tanto assim de Love Rush. Ele veio junto de Neverland e Red Sprite com uma proposta bem comum, sem inovar tanto assim, pois tínhamos o protagonista que atrai todas as garotas do universo, independente da raça ou tipo. Talvez o único ponto que me prendia lendo a obra era porque o protagonista tinha uma garota por quem nutria sentimentos e a mesma não gostava dele (amorosamente falando).
Lock On!
Por fim temos Lock On!, uma obra que gerou uma grande expectativa em seu one-shot e decepcionou em sua serialização. Eu não lembro de ter visto grandes diferenças em ambos, mas ok, o one-shot é realmente melhor que os 18 capítulos lançados. Na história, temos um fotógrafo profissional que faz de tudo para conseguir uma foto de uma garota. Para isso ele terá que mudar a visão que ela possui dele, afinal, é difícil ter uma boa impressão de um cara que descobre as três medidas de uma moça apenas olhando.
Por fim eu poderia citar vários outros mangás como Shaman King e Hatsukoi Limited, que mesmo com adaptações em anime não escaparam do cancelamento. Além deles, tem também Double Arts, do mesmo autor de Nisekoi.
Mais mangás cancelados semana que vem!
Escritora
E é injusto da parte da Jump fazer cancelamentos por falta de popularidade, das três revistas shounens de lá, é uma carrasca até dizer chega e isto prejudica em certas temáticas, famosas ou não deles emplacar. Neste aspecto, Magazine e Sunday são “mais pacientes” com seus mangás. Ou fica popular desde o começo ou torça que a revista não cancele de primeira. Olha que não fica restrito a obras fracassadas, até mesmo obras de longa data sofrem e muito com o cancelamento repentino. Quem fica tem de pensar muito, muito bem em como conduzir algum mangá na Jump. Por isso que tenho certa aversão aos mangás deles nestes últimos anos, por este jogo de querer ser popular à qualquer preço. “Bakuman” bem que mostrou isso com certa maestria, mostrando que o ramo de mangaká não é um mar de rosas.
Apesar da diversidade atual, a impressão que tenho da Jump é que falta algo pra conquistar mais os editores e público, mesclando bem o clichê da revista com pontos não clichê. Gostei da matéria e aguardando a parte dois.
Kiraht
Sim, eu também acho que é bem cruel e desnecessária essa pressão que há contra os autores. Não há espaço para aplicar suas ideias e no fim, você sempre ficará a mercê de um sistema horrível.
Eu também acho que falta uma diversidade maior e até por isso costumo ler mais as obras que fogem um pouco desses clichês que estamos acostumados. Um exemplo disso é Act Age.