Re: Zero Kara Hajimeru: Director’s Cut – Vamos ver Re: Zero de novo? – Primeiras impressões
Re: Zero Kara Hajimeru foi o anime mais popular de 2016. Tão popular que sua sequência estreia na temporada de primavera de 2020 e afim de deixar os fãs no pique anunciaram uma reexibição com direito a dois episódios compilados em um e cenas extras que ao menos nessa estreia não acrescentaram nada demais, só detalharam um pouco mais o universo dessa obra de tamanho sucesso. É hora de Re: Zero (de novo) no Anime21!
É costume que rever qualquer coisa leve você a refletir sobre pontos que ignorou ou não tinha maturidade suficiente para notar antes e pelo menos o primeiro caso certamente ocorreu comigo. Por exemplo, a heroína não age toda boazinha com o Subaru por nada. Ignorar a situação dele ou a criança perdida iria de encontro aos princípios que ela alega ter em um ponto futuro da história.
Outro ponto interessante é o estranhamento que causa ver um hikikomori não sedentário e demasiadamente sociável. A gente sabe que não é o comum pessoas se tornarem reclusas e serem tão “normais” como o Subaru, o que me leva imediatamente a ver que desde o começo o herói já dava indícios de que teria as “camadas” que vão sendo aprofundadas ao longo do anime. Nesse caso, camadas que o distanciam da figura do herói poderoso e plano do isekai.
Aliás, um dos charmes de Re: Zero é justamente seu protagonista enérgico e extremamente falho. As garotas são legais, acho muito legais até, mas sem um personagem principal complexo e por vezes até irritante não ficaria tão fácil se interessar pela história, principalmente nesse começo.
Outro ponto que elogio é que o anime não recorre a exposição barata através de diálogos, seja de um narrador ou de um personagem. É na ação e emoção que contam a história em ritmo cadenciado; por vezes acelerado e tenso, por vezes lento e cômico; e vão aos poucos revelando os detalhes do mundo e de seus personagens.
É claro que consigo vislumbrar tudo isso um pouco melhor por estar revendo, mas não desanime, pois essa versão é indicada tanto para quem não conhece a série, quanto para quem já a assistiu. Sim, ao que tudo indica as cenas extras vão apenas compor melhor os cenários e as situações, mas vai que no último episódio adicionam ainda mais cenas afim de fazer uma transição instigante entre temporadas.
Não acho que necessariamente um anime fique melhor se você o revê anos depois, muitas vezes é o contrário, mas prestar mais atenção em detalhes que passaram despercebidos devido a atenção direcionada à trama é um dos baratos de ver de novo, talvez o melhor, e para quem nunca viu fica a oportunidade de poder participar das conversas acaloradas que com certeza vão rolar internet a fora quando a continuação estrear.
Enfim, acho a produção técnica do anime toda muito boa. Elogio as cenas de ação, mas destaco a trilha sonora que induz, e nesse caso considero isso positivo, o telespectador a entrar no clima da cena. O que é bem-vindo em um episódio que alterna muito entre momentos cômicos e tensos, apesar de ser mais cômico na maior parte do tempo.
O roteiro se explica sem precisar fazer muito esforço. Apenas o trabalho de explorar as repetições, seus acontecimentos comuns e mudanças geradas pelo protagonista, inconscientemente ou não, já é o suficiente para levar o telespectador a entender que quem invocou o Subaru para esse outro mundo é a mesma entidade que o deu o poder de voltar a um save point.
Conectar o nome falso dado pela heroína e seu claro temor de preconceito de raça, de ser mal vista porque por um lado é mestiça de elfo, a situação do protagonista é o link mais fácil de se fazer porque é um anime, e um com elementos mágicos ainda por cima. Na verdade, não é nem por ser anime, a ficção em geral adora brincar com encontros que parecem casuais, mas são mais que predestinados e é bem o que acontece aqui.
Só que a diferença entre Re: Zero e muitas outras obras, principalmente os isekais enlatados que dão as caras toda temporada, é que aqui desenvolvem tudo de forma orgânica, explorando a capacidade que os personagens têm de serem apenas personagens. Quer atraiam em um primeiro momento por causa do moe e um ou outro clichê, dá para sentir que há algo a extrair deles e das relações que têm entre si.
Isso é o que mais distancia Re: Zero de muitos outros isekais contemporâneos a ele e, de certa forma, justifica seu sucesso. Há um universo a ser explorado, a história de um herói muito mais próximo do público alvo (apesar da personalidade despojada dele não ser bem o comum para um otaku, né) e de uma heroína que é mais que um rostinho bonito com uma mascote fofo.
Se você, marinheiro de primeira viagem, achou a estreia interessante dê uma chance a essa exibição do anime com duração de série americana e espere por ainda mais mortes, momentos de muita tensão, personagens femininas fofas aos montes e o que qualquer pessoa pode esperar de histórias com o tema viagem no tempo.
Que o Subaru vai tentar consertar muito vacilo isso dá para supor só por esse início, mas ele vai conseguir fazer tudo certinho mesmo? E até que ponto a mente dele vai suportar a pressão e as adversidades que devem se apresentar? (Re)Veremos! Assista Re: Zero Kara Hajimeru: Director’s Cut. É um “novo” anime da temporada de inverno de 2020 que promete! Se você sabe se cumpriu ou não evite dar spoiler para o coleguinha, por favor.