Quem nunca teve um relacionamento “peculiar”, para o bem ou para o mal, que atire a primeira pedra. Você já se envolveu com alguém comprometido ou compartilhou uma amizade por um motivo muito específico? Ou pior, já teve um relacionamento tóxico? Espero que esse último tenha ficado no passado, afinal, ninguém merece estar ao lado de quem só bota você para baixo (e o mesmo vale se for o contrário).

Enfim, que tal uma lista com 6 mangás que abordam relacionamentos peculiares por diferentes motivos, cada um a sua maneira? A lista é dominada por mangás do excêntrico Oshimi Shuuzou (que eu adoro), mas os mangás de outros autores não ficam atrás e também provém uma visão interessante sobre relacionamentos que fogem do comum (ou ao menos fogem do que a gente imagina que seja o comum).

Sem mais delongas, indico a você que desenvolva um relacionamento aberto com esses mangás para lá de interessantes.

 

Anata ga Shite Kurenakutemo

Na história acompanhamos Michi, que é casada há sete anos, dois sem sexo. You, o marido, se mostra indiferente as tentativas da esposa de se reconciliar na cama e é em meio a essa relação disfuncional que ela se abre com Niina, colega de trabalho com o qual compartilha o mesmo problema.

Esse não é o tipo de mangá que banaliza a traição, então não espere o desconforto gerado por uma traição sem construção narrativa. É justamente o contrário, se a traição ocorrer (não vou dar spoilers aqui) é apenas como consequência de um relacionamento matrimonial disfuncional.

É muito rico ver o problema sob o ponto de vista de uma das partes do casal, e isso contextualizando bem os erros e acertos de ambas. Indico muito a leitura quer você seja casado ou não.

Leia mais em: Anata ga Shite Kurenakutemo (Mangá) – Casamento não é uma via de mão única

 

Chi no Wadachi

É complicado dar uma sinopse desse mangá, o que posso escrever é que se trata da história de um adolescente e sua mãe superprotetora, mas a trama vai muito além disso, sempre com um ar de mistério e situações absurdas que denunciam haver muito mais do que aparece nas páginas.

A sensação de desconforto provocada pelas ações da mãe em contraste com as tentativas de se rebelar de Sei conduzem a trama por caminhos muito interessantes e perturbadores, fazendo com que o leitor não saiba se o relacionamento entre mãe e filho é “apenas” tóxico ou existe algo sobrenatural ou de ordem psicológica grave envolvido.

Chi no Wadachi é um thriler intenso e peculiar que vai mostrar a maternidade como você nunca viu antes, tanto é que até agora não consegui parar para escrever sobre o mangá, mas quem sabe não rola uma resenha com a obra finalizada?

 

Kusakabe-san

Na história há um homem sem nome, sem contexto; apenas um homem (provavelmente um assalariado), alguém que vive a vida meio “a deriva”, afinal, de que outra forma alguém acolheria uma estranha em sua casa e com ela começaria um caso? Ainda mais sendo ela uma pessoa que gosta de explorar, machucar.

Sim, a Kusakabe-san é a heroína desse mangá e ela é tudo menos uma heroína boazinha, mas, ao mesmo tempo, também não consigo crucificá-la por ser assim e nem o protagonista por suportá-la, até gostar dela. Por aí existe uma infinidade de relacionamentos diferentes do comum e que nem por isso são disfuncionais. Se as partes estão felizes em viver de um jeito, por mais estranho que ele nos pareça, o que há de mal nisso?

Esse one-shot contém cenas e linguagens fortes que muito provavelmente vão desagradar você, fica o aviso.

Leia mais em: Kusakabe-san (Mangá) – Eu quero muito te molestar

 

Misumisou

Haruka Nozaki se muda com sua família para uma pequena cidade por causa do trabalho de seu pai. Infelizmente, ela se torna um alvo de bullying na nova escola – que está para fechar em poucos meses devido à falta de estudantes. Como uma garota forte, que não quer preocupar seus pais, Haruka tenta ignorar aqueles que a incomodam, mas o caso está fora de controle e os professores não parecem dispostos a lidar com o problema. Diante disso, será possível evitar uma tragédia iminente?

Diferente de todos os outros mangás da lista, Misumisou trata de bullying em todo o seu extremismo, mas não sem uma razoável contextualização do que levou as crianças a cometerem tantas barbaridades. AInda que você considere a leitura pesada demais, até forçada em vários momentos, vale a pena se procura um mangá de horror extremo para ler.

Leia mais em: Misumisou (Mangá) – Uma história genuinamente horrenda

 

Okaeri Alice

Na história acompanhamos três estudantes; Yohei, Kei e Yui. Os três se conhecem desde a infância e enquanto Yohei começa a ter consciência do desejo sexual, ele presencia uma cena que muda seu mundo.

Okaeri Alice é um mangá de Oshimi Shuuzou que trata de sexualidade, tema que o autor adora abordar, envolvendo um peculiar triângulo amoroso que distancia essa história de qualquer romance escolar convencional que se lê aos montes por aí. Aliás, que obra desse autor pode ser enquadradas como “convencional”, né?

Chi no Wadachi é outro mangá em andamento do autor, Kusakabe-san é um one-shot dele e Waltz, que vai encerrar a lista, é outro.

Leia mais em: Okaeri Alice (Mangá) – Você já se masturbou hoje? – Primeiras impressões

 

Waltz

Uma jovem garota, Onaga, descobre em uma noite quente de verão que seu vizinho, Kashiwabara, está em sua varanda vestido com roupas de mulher. A partir daí surge uma relação única entre os dois.

Waltz é um mangá muito fofo e simples que aborda o tema da sexualidade na adolescência de forma leve, mas sensível, com um relacionamento de amizade que surge devido a liberdade que seus personagens compartilham, um segredo em uma sociedade machista e imoral que tenta ceifar aquilo que é diferente por tantos motivos que nem cabem aqui.

Relacionamentos que nascem sem preconceitos são os mais saudáveis e, infelizmente, os menos comuns. Ao menos é essa a impressão que tenho, mas espero estar errado, ou que um dia esse trecho fique datado. Torcemos.

Leia mais em: Waltz (Mangá) – Oshimi Shuuzou pôs um feitiço “fofo” em mim

 

Gostou da lista? Se sim (e até se não), sinta-se à vontade para deixar um comentário.

Até a próxima!

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