Se tem alguém que consegue transformar um limão azedo em uma bela limonada – ou até num suco de laranja -, esse alguém é a Catarina. Quem mais seria “intuitiva” e tola para se meter em absurdos, como um sequestro, e ainda assim transformar tudo isso numa colônia de férias, com direito a uma nova amizade? Sim, ela mesma, não tem outra.

Flávio: Enquanto todo mundo estava preocupado, Catarina agia como tudo estivesse normal. É bem verdade que o cativeiro não era um porão imundo, e a refém não sofria qualquer tipo de tortura.

A Catarina estava tão a vontade que tentou demonstrar que tinha consciência da situação que se encontrava, causando mal entendido.

JG: O que é engraçado é que realmente ela se desligou completamente da noção de perigo, apenas por ter aquilo que precisava a mão. Tem momentos em que ela me lembra bastante a Emilico (Shadows House) – porém um pouquinho mais over -, justamente por ambas partilharem desse mesmo otimismo em relação a tudo e a todos.

Assim como a boneca, ela também parece viver dentro daquele lema de a ignorância ser uma benção, porque em todas as roubadas em que se envolveu, ela se saiu bem graças a esse fator. Percebi inclusive que o Raphael meio que menciona isso quando a Mary entra em desespero, falando que ela vai estar bem porque tem a maior proteção de todas, que nós sabemos que é a sua intuição feminina.

Flávio: Intuição essa que a inspirou a dar conselhos a Selena, conselhos que a própria Catarina não segue, o que torna a situação muito engraçada.

JG: Acho todo o diálogo das duas bem doido, porque no começo você tem as duas tentando chegar em comum acordo através de equívocos, pois para além das questões pessoais, as duas são muito parecidas quando se trata de ler as pessoas e situações.

A Selena mal interpretava os gestos da protagonista como uma bondade quase santa – e na verdade era apenas idiotice -, enquanto ela confundia os atos da moça com desconforto por tê-la sequestrado, o que acabou acontecendo depois dessa conversa toda.

Por outro lado, curiosamente o drama da Selena é algo real e num certo grau a Catarina se identifica com a garota, porque ela também se vê como alguém que não presta pra quase nada. A diferença aqui é que ninguém acha isso se não a própria, no amor então, prefiro nem comentar.

Flávio: Elas têm muitas coisas em comum. A pobre Selena é um peão de um plano maquiavélico, que visa tirar o Geordo da sucessão real. Aliás, o príncipe está agindo com cautela necessária para esse tipo de situação.

JG: Eu ainda tenho as minhas dúvidas quanto ao mandante desse crime, mas considerando que a intenção é só impedir o Geordo de ser coroado, para mim não é difícil deduzir que muito provavelmente quem está por trás disso é um dos irmãos.

O que acontece é que se não foi o Alan e nem o Ian, só sobra o Jeffrey, que embora use a fachada do irmão super amoroso, pode ter seus problemas com a sucessão. Ademais, a cara dele ao ver a carta era muito suspeita, como se soubesse a origem, então penso que se não for ele, pode ter sido a Susanna e talvez até por uma motivação semelhante a da Selena – de apoiar seu grande amor.

Flávio: Acho que o Ian nem sabe que a noiva, influenciada por alguém, raptou a Catarina.

JG: Compartilho dessa mesma impressão, especialmente pela forma meticulosa como o mordomo agiu, explicando que precisaria se livrar dos dois casais, toda a aproximação dele me leva a pensar que isso foi pensado por alguém de dentro.

Sei que a intenção do anime é levar uma boa comédia, mas digo que estou curioso pelo que pode surgir dessa trama pela sucessão, pois na abertura deixam pistas de que o mordomo será um potencial amigo colorido da Catarina e ele parece que faz parte da Academia Real junto com a empregada Lana.

Não sei o que esperar e estou duvidando até do papel de “vilão que ele exerce nesse primeiro momento, mas se pegarmos o histórico do Raphael na temporada passada, temos aí um caminho que pode sugerir o que acontecerá.

Flávio: Uma coisa que me chamou a atenção, é que há magia das trevas no meio dessa história. Como vimos no arco do Raphael, trata-se de um tipo de poder perigoso e raro de obter. Fora que guardam a existência desse tipo de poder a sete chaves.

JG: Exato, daí eu achar que é coisa de gente alta. E como vimos na temporada passada, só dá para se obter por meios bem macabros, então tem mais coisa aí do que parece.

Eu sei que invertemos a ordem das coisas, mas antes de concluir a conversa, queria mencionar a peça antes do sequestro, que foi simplesmente hilária. Eu já imaginava que aquela turma fosse sair do papel quando a Catarina entrasse, agora não imaginava que levassem tão a sério essa rivalidade.

Flávio: Antes de comentar sobre a peça, quero destacar a conversa do Alan e da Mary. Eles admitiram estar apaixonados por outra pessoa. Seria um drama se não fosse um detalhe, eles estão apaixonados pela mesma pessoa. Fiquei com uma leve impressão que os dois podem ficar juntos quando a história terminar, afinal, a Catarina jamais irá corresponder os sentimentos de ambos.

Com relação a peça, os personagens aproveitaram a encenação para mostrarem suas verdadeiras intenções para com a protagonista. O mais engraçado é que a Bakarina usou a personalidade original da Catarina (a do jogo) para contornar a situação. A atuação ficou tão boa que fica a impressão que a versão original da Catarina vive dentro da versão atual. Até a Maria sentiu medo da interpretação magistral da nossa querida idiota.

JG: O Conselho usou a cabeça e explorou o lado B da personagem, só me pergunto se isso realmente é um resquício da vilã original, ou se foi improviso. De resto só acho que o Nicol tomou as rédeas da situação e se antes ele estava contido, agora o negócio desandou para os outros, que ganharam um inimigo mais feroz.

Aproveitando que já mencionou a outra dupla, achei bem interessante o diálogo franco dos dois, porque ajuda a construir a amizade que ambos não tinham antes, mesmo com o compromisso estabelecido. É como você já disse, isso abre portas para que o relacionamento deles ande no futuro, caso nenhum dos dois seja escolhido – e assim deve ser, embora eu torça para o Alan.

Flávio: Foi um improviso tão convincente, que fez parecer que ela tem uma “vocação” para a vilania.

JG: Seria esse um indício de que sem querer a Catarina pode levantar novas flags de destruição (risos)? Bom, eu duvido muito, porque o carisma e a idiotice dela anulam qualquer chance de fracasso.

No mais, só quero ver de que modo a Catarina pretende se safar da roubada em que se meteu e como irá capturar o coração de seus sequestradores, porque tenho certeza que assim como ela sempre faz, resolverá isso sozinha e plena.

Agradecemos a quem leu e até a próxima!

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