Hinomaru Sumo é adaptação de um mangá esportivo da Weekly Shounen Jump – a maior revista de mangás do mundo, e casa de My Hero Academia, Black Clover, Shokugeki no Souma, etc – ainda em andamento no Japão, e que tem como pano de fundo o sumô, pratica esportiva de luta competitiva originada no Japão e que por lá é profissionalizada. O sumô é uma luta tradicional que vem sofrendo uma queda de popularidade nos últimos anos, mas espero que o mangá e anime que acompanham a vida de Hinomaru no esporte ajudem a mudar um pouco essa situação. É hora de sumô no Anime21!

Gosto de anime assim, que já começa pegando fogo! 😈

Logo de cara se é feita uma introdução básica sobre o esporte e se ilustra bem o ápice para o lutador de sumô, alcançar o título de yokozuna – algo como o Meijin do Shogi, que aparece em Sangatsu no Lion e Ryuuou no Oshigoto!.

Não por acaso, o protagonista da história, Hinomaru Ushio, deseja virar yokozuna, mas, como em quase toda boa e velha história de superação que a Shounen Jump adora, ele tem um empecilho: a sua altura.

É como a falta de magia do Asta ou a falta de dom do Midoriya, um clichê que até podia incomodar se o Ushio não transbordasse carisma e a animação não tivesse entregado o impacto necessário para que as cenas de luta funcionassem da melhor maneira possível.

Os japas são tão loucos por katanas que metem elas até num esporte que se luta de mãos vazias.

A introdução feita nessa estreia foi toda bem simples e clichê, apresentando o personagem principal que tem um sonho dentro do esporte que adora, mas precisa superar obstáculos difíceis para chegar lá, e deve fazer isso movendo o coração de outros ao redor dele – seja de um companheiro de clube, seja de um “inimigo”.

Algo medíocre, talvez? Não, pois a forma como isso foi trabalhado ao longo do primeiro episódio merece uma dose razoável de elogios. Não ficou maçante, souberam dar uma boa amostra da personalidade do garoto por meio de suas atitudes e da sua condição inesperadamente favorável – afinal, ele é bem talentoso mesmo sendo baixinho –, sem fazer sua história de vida soar a mais trágica possível, e nem a mais feliz possível.

Há até um drama envolvendo a sua mãe doente ou falecida, mas o garoto é super alto astral e lida bem com a hostilidade dos delinquentes e com outras adversidades que surgem frente a ele – como a cômica e inesperada cena do mal-entendido no trem –, então creio que as chances de se tornar um dramalhão são ínfimas. O anime tende a ser divertido.

Meu herói captura molestadores usando uma “tanguinha”, e o seu, faz o quê?!

Ele confundir as escolas e acabar se envolvendo com um clube de sumô no qual ele sequer planejava entrar também foi um clichê, mas a forma apaixonada que ele lutou para que respeitassem o sumô, assim como para que seu colega não desanimasse em praticá-lo, me cativaram bastante; pois esse é o tipo de coisa que um esporte em decadência precisa.

A mensagem de que um jovem também pode amar o sumô, que pode ser divertido lutar, que, apesar de ser “só tentar derrubar o adversário”, há um caminho tortuoso de fortalecimento físico, mental e corporal a ser seguido para que coisas como o que o Hinomaru fez no final sejam possíveis; que o esforço é necessário e pode ser recompensante.

Isso me parece ser sumô de verdade, hein! E dos bons!

É claro que tudo é “romantizado” por se tratar da história de um mangá shounen esportivo da Jump, mas se Super Campeões – que é completamente viajado no que se refere a futebol – fez sucesso, por que Hinomaru não merece um lugar ao sol?

O mangá não vende bem para os padrões da revista, mas pelo sumô ser um tesouro nacional – tal qual ao citado na forma de nomear os talentos – o anime foi feito e torço para que faça sucesso, pois sua equipe de produção se esforçou ao menos nessa estreia.

As poucas lutas que houveram tiveram um capricho na animação, passando a sensação de que aquilo tinha não somente força bruta na execução dos movimentos, mas também havia a técnica do lutador e seu esforço para atingir o objetivo de derrubar seu oponente ou empurrá-lo para fora do ringue.

É cedo para apostar que vai se manter assim, mas se capricharem nas cenas de ação, mesmo deixando a desejar um pouco no resto, pode sair um anime divertido e que empolgue com esse esporte único.

Eu voto por mais momentos assim nas lutas importantes!

É claro que também depende da trama, não apenas dos quesitos técnicos, então ainda não há muito a se comentar sobre como o anime vai ser, mas acredito que ele deve manter a simplicidade e tende a ser mais “positivo”, apesar de ter o potencial para debater os problemas com os quais o sumô vem sofrendo recentemente: baixa audiência, escândalos de profissionais, falta de novos praticantes, etc.

Eu gostei do que vi, pois, apesar dessa estreia ter sido bem simples, foi bem-feitinha e demonstrou o potencial que a história tem. Hinomaru Sumo tem chance de ser uma boa pedida entre os animes de esportes e ação – afinal, o sumô é um tipo de luta – da temporada de outono de 2018. Até mais ver!

Essa cena foi de arrepiar, como espero que seja o anime todo!

  1. Este primeiro episódio de Hinomaru teve momentos bem clichês, mas eu adorei o episódio.
    Para quem é incauto na história japonesa, os lutadores de sumô desde do Shogunato Tokugawa até aos dias de hoje são tesouros do Japão. No Shogunato Tokugawa os lutadores de sumô (principalmente os Yokozuna e posições abaixo) eram muito respeitados pelo Imperador e pelos samurais e acima de tudo, amados e respeitados pelo povo.
    Eu fiquei meio confuso com a questão da altura dos lutadores, no Período Tokugawa a altura mínima era de 145 centímetros, mas no anime é de mais de 150 centímetros. A questão do peso dos lutadores é bem complicada, na actualidade tem lutadores de sumo com mais de duzentos quilos, uma luta entre um lutador de cem quilos e um de duzentos e vinte quilos não parece muito justa (é um dos problemas da falta de limite de peso).
    Passando ao anime, respeitei logo o Ushio, a forma como ele pegou o molestador do trem e saiu trajando o seu Mawashi (a tanga) foi uma cena de respeito.
    As motivações do Ushio podem ser bem clichés e tal, mas o que importa para mim é a personalidade dele e a sua honra para com o sumô.
    Gostei bastante do Ozeki, ele parece bobo mas é um amante de sumo (como o Ushio), e se treinar mais será um campeão (deu dó dele quando os delinquentes lhe destruíram a arena que ele teve tanto trabalho a fazer).
    As cenas de acção foram bastante boas, deu para notar o esforço da staff em fazer algo de qualidade. Gostei bastante da luta entre o Ushio e o delinquente que sabia karaté,sendo que o mesmo nunca teve chance. Os treinos necessários para o sumô deixam nem se comparam com os treinos necessários no karaté, dai o Ushio não ter mexido um músculo quando levava socos do Gojou. Aquele empurrão que o Ushio deu no Gojou serve para calcular a força necessária para derrubar o oponente, mas como o Gojou era leve ele saiu a voar.
    Gostei bastante da parte em que o Ushio devolve o dojo para o Ozeki, o dojo é o lugar sagrado de todo o lutador de sumo que se preze. A cena final foi muito bonita com o Ushio se juntado ao Ozeki, agora é só esperar o desenvolvimento da história.
    Sinto um pouco de drama no passado do Ushio,pelos vistos a mãe dele é doente e ela se culpava por não ter dado um corpo forte para o Ushio, quero ver onde esses flashbacks vão dar.
    Por fim, quero ver se aquela garota que o Ushio salvou será um membro do dojo da Escola Daichi.
    Excelente artigo de primeiras impressões Hinomaruzumou Kakeru17.

  2. Que bom que você gostou, Kondou-san. Apesar de ser bem clichê, o importante nesse tipo de anime é que os personagens sejam gostáveis e que as cenas de impacto sejam boas. Essa estreia foi bastante satisfatória em ambos os quesitos e até me deixou animado para uma bom anime esportivo, apesar de terem que adaptar cerca de 17 volumes em apenas 24 episódios.

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