Merc Storia – O menino apático e a garota do pote – Primeiras impressões
Com uma premissa que não diz muito e sendo baseado num game de smartphone, Merc Storia vem nessa temporada com o objetivo de se mostrar uma aventura num mundo de fantasia com um diferencial que venha a agradar no meio de milhões que já existem por aí. Se o anime conseguirá ainda não dá pra saber, mas vamos acompanhar os primeiros passos dessa história.
Meftelharne, como a sinopse já conta, é um mundo onde humanos e monstros coabitam pacificamente. Yuu é o nosso protagonista e seu pai é um curandeiro que viaja por todo o continente curando esses monstros (mais especificamente os “Enigmas”), uma vez que suas habilidades permitem que ele transforme o coração deles para que assim continuem em harmonia. A primeira curiosidade aqui é que diferente das histórias comuns, onde guerreiros com armas iniciam uma jornada rumo a glória, a “classe” necessária e valorizada não é a de combate, e o episódio já tratou de mostrar que os curandeiros são vitais, o que pra mim já é um bom começo.
Ainda não foram explicados detalhes sobre a profissão e a extensão dessas habilidades de cura, se são elas hereditárias ou se podem ser adquiridas por algum outro modo, o fato é que Yuu possui os mesmos poderes do pai, e este desde já o prepara para o que virá pela frente. Como já dizia o tio Ben: “Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”. E acredito que será em cima disso que a história deve trabalhar, o crescimento do protagonista frente a isso.
Em uma de suas viagens, o pai de Yuu traz um pequeno pote de vidro com um líquido azul, aparentemente sem valor, como notado pelo menino, mas num dado momento o objeto reage a Yuu e daí “nasce” Merc, uma simpática garotinha que vem ao mundo dentro de um pote, sem memórias prévias de si mesma.
Avançando um pouco no tempo, vemos Yuu juntamente com Merc em busca de iniciar uma nova jornada, a princípio ele não parece ter uma razão específica para tal, mas um pequeno detalhe que não é focado nos sugere uma possibilidade: os anéis que pertenciam aos pais de Yuu estão sob a guarda de Merc (dentro do pote) e eles parecem ter desaparecido. A princípio há de se pensar que estão mortos ou apenas sumiram em alguma de suas aventuras e a isso se deva a movimentação de Yuu, mas ainda não temos clareza sobre isso.
A dinâmica entre Yuu e Merc é interessante e gera momentos divertidos, pois até como o título do anime sugere, ele é um garoto apático e simplório, ela é a garota do pote estranha. Os dois são polos opostos, ela é altamente ativa, destemida e curiosa, talvez uma consequência da sua falta de memória, enquanto ele, que possui o poder que pode trazer paz ao mundo, é “cauteloso” até demais e se desespera com qualquer monstro que se depare, e nisso ela arrasta ele em suas confusões.
No decorrer da história, em sua primeira aventura, os protagonistas demonstraram ter habilidades úteis pra que consigam percorrer Meftelharne minimamente seguros, mas o episódio nos lança mais algumas curiosidades. A primeira tange aos Enigmas que, como o nome sugere, ainda são pra nós um enigma… aparentemente pra chegar no ponto de descontrole, eles não estão curados, logo, doentes, mas a que se deve essa “doença”? O outro ponto é a forma física aquosa de Merc, já que em um certo momento Yuu temeu pela vida da garotinha impedindo que seu pote quebrasse, indicando uma possibilidade de perigo real a ela, mas todas essas perguntas devem ser respondidas ao longo do tempo.
Posso dizer que o saldo inicial de Merc Storia foi positivo mesmo que ainda incipiente e tímido, porque em termos de desenvolvimento de mundo e personagens, a história possui um bom potencial, visto as situações de Yuu e Merc (creio que vão trilhar o caminho do auto descobrimento) e a vastidão do mundo fantasioso. A ending já demonstra que eles percorrerão um caminho longo e cheio de diversidades e por cima o anime parece que trabalhará na exposição do funcionamento desse mundo e seus habitantes, considerando o clima tranquilo (bem calmo mesmo) e focado na exploração das coisas, algo que perpassa o que tentaram trazer o isekai Death March e a vida cotidiana de Hakumei to Mikochi.
Bom, é nesse potencial que estou apostando e espero que dentro do limite dos 12 episódios eles obtenham êxito, porque a faca e o queijo estão na mão, quero crer que o diretor vai saber cortar direitinho.