Um episódio full sensei, mas com uns retoques de Asumi, que fizeram a coisa valer a pena, apesar das situações apresentadas, ao menos em sua maioria, terem sido apenas comédia boba e fanservice dos bons.

Acho que o próximo episódio pode ser mais interessante se aproveitar as deixas que esse deu e sei que o anime consegue isso sem abrir mão de seu besteirol típico. É hora de Bokuben no Anime21!

Uma professora que prefere usar moletom ao invés de roupas mais condizentes com a imagem que a sua pessoa externa é algo que facilmente associaria a Kirisu-sensei dada a sua personalidade, clichê e fofa, é verdade, mas não exatamente ruim.

É legal esse contraste entre independência e imaturidade para lidar com certas situações da vida, pois tem tudo para aprofundar a personagem se explicado, e justificar o que a levou a ser assim. Por que Kirisu-sensei não é tão sociável e nem tão madura assim?

Essa é uma resposta para a qual certas pistas já foram dadas, mas, antes de comentar a fundo prefiro comentar o que achei desse episódio. Sim, o episódio todo foi uma tentativa descarada de explorar a enorme fofura da sensei. As situações foram bem convenientes e forçadas.

Entretanto, não foi como o famigerado episódio 9, foi um pouco melhor. Nele nem tentaram fazer o público refletir sobre algo direito, nesse isso teve o mínimo de espaço em ambas as partes e se não foi aprofundado, pode ser à frente.

Mas claro, também não posso desconsiderar que ver a sensei vestida de maid e com o antigo uniforme escolar tenha tido o apelo do qual esse anime precisa.

Seria Kirisu-sensei a gata borralheira do século XXI?

Foi divertido, fofo e agradável, mas, por incrível que pareça, a primeira situação teve mais conexão com o tema, estudo, que a segunda, e Bokuben brilha de verdade quando alinha a comédia romântica ao tema – não à toa levou meu 10 na semana passada.

O que pega é que sei que tem horas em que o anime vai parecer, e ser, vazio, no caso do episódio 9; felizmente não desse, não completamente.

Inclusive, é o que a Asumi diz que faz todo o besteirol até aquele ponto valer a pena, pois com poucas palavras entendemos ela um pouco melhor, mas a sensei também e até o próprio Yuiga.

É, eu desgosto do clichê da adulta que bebe um gole de bebida alcoólica e vira outra pessoa, mas, pensando por outro lado, o quanto foi bacana ver Kirisu-sensei, deixando toda a sua descrença de lado, reconhecendo os esforços do Nariyuki?

Foi ao mesmo tempo gratificante para o protagonista e para o público, pois é nessas horas que nós vemos o mínimo de desenvolvimento na trama.

Ainda que não possa conferi-lo exatamente aos personagens, não posso ser leviano e não constatar que algo progrediu desde o começo, que o fato do Nariyuki ser alguém que encoraja e ajuda outros, convenientemente mulheres, é uma das qualidades da obra que – por mais que ela seja leve e pareça descompromissada – vem agregando muita coisa boa ao anime.

A recompensa que nós, que respiramos bem, merecemos ver!

Não achei a segunda metade do episódio melhor que a primeira – e não é porque prefiro uma maid a uma colegial, quanto a cosplay, é claro –, mas não tão abaixo também.

A falta de noção da Kirisu foi a coisa mais ridícula do mundo, mas o Nariyuki apareceu e compensou um pouco. Sua direção perigosa era mesmo necessária?

Não sei, mas o autor adora adicionar características que dão vazão à comédia com a personagem, o que me leva a achar que diferente das outras quatro ela realmente é mais uma personagem que, ou será usada para a comédia ou para o drama, não para o romance com seriedade. Isso é o mais adequado, afinal, ela é a professora do colégio e mesmo ainda não tendo tido algo mais dramático que a envolvesse, mais um indício de que ela é uma personagem que o Yuiga vai ajudar se fez presente.

Nós nunca aprendemos nada com Velozes e Furiosos?

O trecho em que ela conta sobre seu passado no colegial foi tão baixo astral que nos dá a impressão de que ela remói seu passado como patinadora. Na verdade, isso é algo lá do episódio 7 se formos puxar pela memória.

Conectando os dois momentos ficou claro o potencial a ser explorado e eu sei que o anime já está acabando, mas acho que fecharia com isso pelo menos se tiver o mínimo de aprofundamento necessário para que o público possa vislumbrar um pouco melhor o motivo dela ser como é.

Diferente das outras quatro, o passado dela parece bem mais importante, não o futuro, esse tem que ser conquistado por Fumino, Rizu, Uruka e Asumi; a Kirisu-sensei já está em outro estágio da vida, mas ainda há feridas a serem tocadas, tratadas, e acho que vai ser ótimo se a trama fizer isso.

Eu espero até que Bokuben tenha segunda temporada para explorar melhor a sensei como personagem e não uma ferramenta de fanservice e comédia.

A patinação no gelo versus uma vida normal de estudante, as duas a 80 km/h…

Por fim, a situação do beijo de mentirinha foi ridícula e clichê, mas não é como se eu não estivesse preparado para ela, né. Não acrescentou nada de mais e até achei estranho ela não ter reagido de um jeito mais envergonhado logo ao virar a cara.

Ao menos a Asumi apareceu na salvadora cena pós-créditos e acho que só a risadinha safada dela já fez valer os minutinhos gastos em uma situação tão bobinha. Como escrevi lá no início, a Asumi deu o realce que o episódio precisava, e se não foi uma maravilha como o episódio que a apresenta, também não foi a perda de tempo que outros episódios, que careceram de tais minucias, pareceram.

O último adendo, e um bem importante que faço, é sobre a trilha sonora, pois nesse episódio ela se superou, encaixou perfeitamente bem em várias cenas e assim potencializou o que elas objetivavam entregar. Fica mais agradável ver o anime com esses detalhes, o tempo passa mais rápido e a imersão nas situações sem dúvida alguma é facilitada. Foi o que aconteceu.

Não achei esse episódio excelente, mas ele ficou no meio do caminho e só isso já está de bom tamanho para mim.

Faltam só dois episódios.

Até a próxima!

Comentários