Venho tendo contato com shoujos recentemente, e cada vez mais tenho apreciado cada momento. Desculpem, caros shounens, mas vejo que precisam fazer muita coisa para ultrapassar.

Este mangá é da autoria de Nawo Inoue. É interessante perceber a valorização do branco na obra, dando para as linhas um grande trabalho na parte do detalhismo e o espaço em si. O mangá tem 7 capítulos, estes recheados de bastante devaneios em … sonhos? Que louco! Vamos para mais uma análise!

Por que trago este mangá? Bom, a resposta me veio quando eu ganhei interesse pelos pensamentos de Shuhei, o protagonista. Ele é um jovem, ou seja, está na fase em que é cercado por muitas dúvidas, estas seguidas por questões que a vida adulta nos dá a resposta, creio eu. Seja amor, amizade, sonhos ou desafios, nosso personagem mórbido busca pelos valores que cercam a vida.

 

 

Shuhei Kurata nos faz, como jovens, querer conhecê-lo. Assim como ele, estamos querendo respostas. Nossa falta de conhecimento de certa forma afeta nossa autoestima. Isso está ligado ao quanto estamos preparados para cada situação. A falta de preparo ou o nosso achismo de que não temos preparação nos leva à fuga da realidade.

Há um transtorno que me lembra desta fuga para fora da realidade, falo do Transtorno dos Devaneios Excessivos. Tal problema é representado, assim como o próprio nome diz, pelo excesso de sonhos, isso lembra a famosa expressão em que tal pessoa está no “mundo da lua”.

Essa fuga para a imaginação geralmente acontece em pessoas que tiveram algum trauma, então para tentar esquecer este ocorrido do mundo real, o indivíduo se cerca com seus devaneios.

E não, Shuhei não tem isso, ele só está mórbido e pensativo em relação aos últimos acontecimentos em sua vida. Eu vejo um protagonista carente, carência vinda da falta de interação entre os velhos amigos e da falta de coragem para se declarar, mesmo tarde, para Natsu, uma amiga que se casará com seu irmão.

O que fará o coitado? Talvez sempre viva na mesma vida distópica, a não ser que queira uma outra opção, e uma possível é viver em seu mundo: o mundo da imaginação.

 

 

Em suas mãos está um grande mundo, que pelo acaso e coisas da vida, nosso protagonista se adentrou lá. Shuhei nem sabia disso, ele só pensava que nada mudava no lugar que vivia, e que tudo parecia estar num eterno ciclo. Será mesmo que este mundo é tão sem graça assim? Na verdade os olhos do nosso personagem também eram assim, não havia brilho neles.

Em seu mundo havia uma intrusa: Inoru, a devoradora de sonhos. Foi ela que explicou a situação para Shuhei. O protagonista está num sonho que sempre está se repetindo, ele então deve aceitar o que realmente precisa, e se ele deverá voltar para o mundo real, então irá. É a partir daí que Kurata começa a entender as coisas, mas para sair desse seu mundo é necessário alguém daquele sonho para isso, uma pessoa de forte ligação.

 

 

Chegamos agora na grande dúvida de Shuhei, será que é melhor voltar para a realidade ou ficar em seu sonho? É difícil para um jovem que ainda está aprendendo as coisas e ao mesmo tempo lidar com a realidade, realidade esta que não há controle, é assim que o mundo real segue. Um sonho em que não há sofrimento é tentador, mas será que nada mudará? Mudança é algo inevitável, mesmo num mundo imaginativo.

Mudar é algo relativo. Nestes ciclos metamórficos, as coisas são deixadas para trás, dando tristeza, mas há coisas na frente que nos fazem encher de alegria. Shuhei é alguém que precisa fazer escolhas, e sabendo da relatividade do mundo ele entende que haverá dor no mundo real, mas esta dor poderá logo morrer e dar lugar para algo novo. Há pessoas que buscam deter a dor, pois buscamos mudanças, não em sonhos, mas em algo de efeito real.

 

 

Este é mais um dos meus simples artigos de mangás. Leiam o mangá, é pequeno, então basta uma leitura rápida para apreciar este passatempo. Espero vocês no próximo artigo!

 

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