Sabe o que me deixa mais triste em Dendro? Leia o texto abaixo e você saberá!

Li a light novel e posso afirmar que os cortes comuns feitos para adaptar a história a uma nova mídia não são o problema do anime, mas seu ritmo, sua produção medíocre e sua direção nada criativa sim.

Esse episódio foi arrastado, não teve qualquer atrativo e acabou sendo permeado pelos mais diversos privilégios de protagonista que podem muito bem irritar um telespectador já descontente com todo o resto.

É para isso que uma animação e direção de primeira servem, para divertir, para encontrar um ritmo dinâmico ao anime no qual os pontos fracos do roteiro não incomodem, pois a mim eles incomodaram nesse episódio.

Nada contra a nova personagem, a informante, apesar de mesmo ela não ter acrescentado muito, seja com simpatia ou informações realmente relevantes. Meu problema foi com a “conveniência” que ela suscitou.

Aliás, ela não, mas a informação que ela proveu, afinal, o Ray já conhece um dos quatro maiores jogadores do Reino, aposta quanto como logo mais ele conhece os outros três?

Tudo bem, isso não é lá um problema, mas do nada falar com uma das IAs administradoras do jogo e ela dar uma clara dica que deve ser usada no futuro não ajudou, foi privilégio de protagonista demais em um episódio só.

É só o terceiro episódio e você já percebe como esse personagem pode ter seu caminho facilitado… Talvez não fosse melhor ter cortado os longos assassinatos dos assassinos e assim ter adiantado o clímax vindouro?

Porque está na cara o que vai acontecer, a direção escancarou. o Ray e a Nemesis vão encontrar aquele boss do finalzinho do episódio em sua viagem, irão derrotá-lo e o protagonista upará um pouco mais.

Se o clímax do anime não for realmente bom vou ficar ainda mais chateado com a adaptação que vai gastar quatro episódios só no volume inicial, sendo que esse terceiro foi bem ruinzinho.

As lutas não empolgaram em nenhum momento, aliás, só evidenciaram a baixa qualidade da produção, a nova personagem não fez diferença alguma e a paradinha para o chá foi a cereja do bolo.

Ao menos deu para “conhecer” novos personagens, mas o moleque entrou no jogo outro dia, não está cedo demais para ele almejar os mais fortes? Ele quer matar quem o matou, mas isso sequer faz sentido?

Se o assassino for assassinado antes, então o Ray assassiná-lo não saciará seu desejo de vingança? Desculpe o trava-línguas idiota, mas mais idiota foi ele ter ficado aliviado por o cara não ter morrido.

Ou ele espera derrotá-lo em um curto período de tempo, curto o suficiente para que ele não morra até lá? Vê como o pensamento dele é tosco? Na novel isso não parece tão idiota.

Na verdade, na novel há pontos interessantes que encobrem ou diminuem a importância de coisas que se escritas e lidas parecem bem idiotas. O protagonista já não é mais criança, poxa!

A animação desanimadora me faz voltar toda a atenção ao roteiro e a direção em busca de salvação, mas, honestamente, nada ou muito pouco se salva.

A própria atuação dos seiyuus e a falta de profundidade nas interações dos personagens, junto ao desleixo em suscitar um plot maior a espreita, são as últimas pás de areia na cova.

Como está Dendro não passa de um anime de VRMMORPG medíocre de triste, que não abraça a comédia, como Bofuri faz satisfatóriamente, e nem se apoia em um drama norteador, como Shichisei no Subaru faz bem.

É simplesmente um moleque em um jogo no qual tudo parece convenente demais para ele e ele mesmo não tem lá um grande objetivo. De quebra o mundo é moribundo, é muito mal-aproveitado.

Nem vou mais comparar com SAO, é covardia, pois SAO pode ser ruim até o âmago (e eu nem acho que é tão ruim assim, não o tempo todo ao menos), mas tem valores de produção bem mais elevados.

A equipe de produção de Dendro é ruim e além de não ter recursos de produção, parece carecer também de criatividade para trabalhar uma trama simples e clichê, verdade, mas que não é assim tão ruim.

Ou melhor, não era para ser tão ruim. O anime escancara, e até maximiza, os defeitos da obra, e olha que só chegamos em um quarto da produção. Se você pular fora agora eu vou entender. Sem ressentimentos.

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