Ontem eu estava tentado a escrever esse artigo de KimiUso espalhando alguns trocadilhos e piadas referenciando Chaves, e essa foi uma das razões que me levaram a escrever um artigo só sobre a morte de Bolaños. Agora me sinto aliviado dessa compulsão e posso me concentrar honestamente no anime de Kousei. Veja bem, esse episódio é legal (episódios com música sempre são legais, como eu disse no artigo sobre o episódio 7), mas ele é bem direto, pouco surpreendente, e avança muito pouco o enredo, servindo apenas para caracterizar os dois pianistas que apareceram no episódio passado e que vão antagonizar Kousei, pelo menos nessa competição. É sempre mais difícil escrever quando não há muito sobre o que escrever. Prometo me esforçar.
Pensei muito se deveria escrever sobre isso, afinal não é o tema do blog. Ainda não tenho certeza, para ser sincero, mas me sinto compelido à escrever. Sou teimoso. Mas também sou preguiçoso. Queria escrever com um décimo da compulsão que Roberto Gómez Bolaños tinha por fazer rir. Segundo a Wikipedia Bolaños, mais conhecido como Chespirito, “foi um ator, escritor, comediante, dramaturgo, compositor e diretor de televisão mexicano. Ficou conhecido mundialmente pela criação das séries televisivas El Chavo del Ocho e El Chapulín Colorado, e com o Programa Chespirito que ganhou o título de o programa número 1 da televisão humorística, as quais lhe trouxeram grande prestígio e garantiram-lhe o reconhecimento como um dos escritores comediantes mais respeitados do mundo.”. Já segundo eu mesmo, ele era apenas o Chaves e o Chapolim, e eu gostava mais do primeiro que do segundo.
A ausência do episódio de Bahamut na semana passada me complicou todo. Porque não teve Bahamut, eu adiantei toda a minha programação, mas os animes continuam saindo nos mesmos dias que antes, o que significa que na prática estou tendo um dia a menos para escrever cada artigo. Aí para adicionar infâmia à injúria Kiseijuu lança dois episódios essa semana. Cheguei a considerar escrever um artigo só sobre ambos, mas depois de assisti-los considerei inadequado. Hoje publico esse artigo sobre o episódio 8, e em algum momento antes que o episódio 10 saia eu escreverei o artigo sobre o episódio 9 – o que significa que em algum desses dias escreverei dois artigos, ao invés de um só. Só não vai ser hoje, mas pode contar que publicarei logo.
Depois do excelente episódio da semana passada esse daqui passou a sensação de ser apenas enrolação. Claro, há uma ou duas coisas importantes acontecendo, mas elas não precisam de um episódio inteiro para serem transmitidas. Talvez seja mesmo enrolação porque segundo o MyAnimeList esse anime terá 26 episódios, se extendendo na próxima temporada. Será que ainda escreverei sobre Ronja a partir de janeiro? Cedo para dizer, muito cedo para dizer. Da mesma forma que na semana passada esse episódio foi claramente dividido em dois temas, a diferença é que nessa semana os temas se desenvolveram ao mesmo tempo, intercalando cenas, ao invés de um ocorrer inteiramente após o outro. E é assim porque ao contrário da semana passada apenas um dos temas envolvia pessoalmente a Ronja.
Li em um blog em inglês que quando fazem um episódio de recapitulação normalmente não é por problemas financeiros, mas sim para ter mais tempo para a produção do próximo episódio. Não sei se é verdade, mas parece que foi o caso. Esse semana Shingeki no Bahamut provavelmente me mostrou a mais impressionante batalha em grande escala que já assisti em um anime. Coisa melhor só vi em filme, sério mesmo. Houve ainda o combate entre Favaro e Kaisar contra Azazel. Ele não foi o melhor combate entre personagens que eu já assisti, mas foi bastante competente. Como dois humanos podem lutar contra um demônio tão poderoso? Assim, Azazel era o braço direito de Lúcifer, o próprio rei do inferno até poucos episódios atrás! Mas eles foram muito bem, sem parecer forçado. E não, eles não venceram, não poderiam vencer de forma alguma, mas foram fundamentais para que Azazel fosse derrotado. Só senti falta de ver o combate entre Joana D’Arc e Pazuzu, mas ela provavelmente foi derrubada rapidamente, não deve ter havido muito combate ali.
Apesar do título engraçadão, até que o episódio dessa semana foi bom. Digo, bom para o padrão Cross Ange, não vá me entender errado. E como é de Cross Ange que estamos falando, lógico que tinham que enfiar de qualquer jeito um episódio com as garotas na praia vestindo biquini, mesmo que esse seja um anime que se passa basicamente em uma prisão de trabalhos forçados. Mas é a Festa! O único dia do ano que as normas podem relaxar. Tem até um torneio esportivo, com esportes crossangeanos como corrida equilibrando ovos nos peitos. É, pensando bem não teve nada de bom nesse episódio. O cão de guarda foi comprado por uma tigela de hambúrgueres. A princesa está com muito mal humor por causa da sua irmãzinha (isso é até compreensível, admito). Na verdade Ange está com o humor tão perturbado que ela termina o episódio tendo Hilda como sua melhor amiga, e falo sério. Quem não fala sério são os produtores desse desastre em forma de anime.
Primeira semana da temporada que Shingeki no Bahamut não lidera, mas bem, essa semana não teve episódio novo de Bahamut, que tristeza. Em compensação tirei o pó de Akame ga Kill!, que eu estava deixando acumular episódios desde a virada da temporada. Mas que compensação o quê, todos esses episódios de Akame ga Kill! não valem um episódio de Bahamut. Diabos, todos esses episódios de Akame ga Kill! não valem um de Garo. Os episódios excepcionais de Akame ga Kill! devem se equiparar aos de Chaika, no máximo. YowaPeda atinge seu ponto mais baixo de tédio, mas conheço o anime e tenho fé que ele vai conseguir piorar. Alguns que tiveram uma queda de nível na semana passada melhoraram nessa, outros tantos pioraram, essa foi uma semana com mais extremos, acima e abaixo. E uma surpresa no topo! Kiseijuu vai ter que continuar tentando.
Em um conflito, é possível salvar todo mundo? Esse é o dilema moral lançado no episódio dessa semana. Parece que era um dilema moral enorme para o pai adotivo de Shirou também, como flashbacks noutros episódios deram a entender e um flashback nesse episódio reforçou definitivamente. E a resposta é… depende. O que você chama de “todo mundo”? Mas os personagens não percebem que é aí que está a raiz do problema. Ou ignoram propositalmente seja para justificar seus meios seja porque o roteirista achou que ficaria mais fácil tratar do tema assim. Esse episódio teve bastante ação, e muito bem animada. Fate/Stay Night realmente se destaca no quesito cenas de luta nessa temporada. Se tiver um concorrente, é Shingeki no Bahamut, mas creio que mesmo a estrela da temporada fique atrás de Fate.
Quase todos os mistérios do anime foram resolvidos nesse episódio. Bom, mais ou menos isso, quero dizer, algumas coisas bem importantes são descobertas e a Tsunemori e seus colegas têm agora uma boa ideia de com quem estão lidando e uma boa pista para avançar na solução do caso. Como não poderia deixar de ser, isso também estava nos planos de Kamui. Há também uma revelação importante sobre Togane, e francamente, acho que a Shimotsuki está ferrada. Quero dizer, desde os primeiros episódios eu achava que ela iria se ferrar de algum jeito, o personagem dela foi construído para isso, mas agora meio que acho que é o Togane quem vai ferrar ela. Ainda não está claro se existe relação e qual seria entre Kamui, Togane e Sybil, mas por tudo o que foi apresentado até agora é quase seguro afirmar que não há nenhuma relação e todos agem por conta própria. Enfim, foi um episódio expositivo, mas pelo menos Psycho-Pass sabe fazer episódios expositivos que não são entediantes. E já estamos entrando na reta final, deve ter mais um caso antes do último arco no máximo.
KimiUso realmente só me agrada quando o episódio tem música. Nos demais, no máximo ele não me incomoda, mas um bom punhado de episódios já me incomodaram um bocado. E eu simplesmente gosto de boa música em animes, então o que quero dizer é que não posso garantir, do fundo do meu coração, que mesmo os episódios com música, que eu gostei, são bons de verdade. É uma coisa que eu gosto e ponto, nunca falha e nunca falhou em me agradar. Influencia muito as séries que eu escolho para assistir – se o trailer tem uma música que me encante, é quase garantia que eu vou assistir mesmo se o tema for, sei lá, dominó metafísico no parque com um cachorro e uma penteadeira. Ou pior, Muv-Luv Alternative: Total Eclipse. É, eu assisti aquilo. Mas não me olhe assim, pelo menos eu não terminei! Devem ter sobrado uns três ou quatro episódios quando eu simplesmente não aguentei mais continuar assistindo. Também digno de menção é que a teoria do mundo de KimiUso ser só uma grande metáfora encontra eco no que outros blogs e comentaristas (todos em inglês que eu tenha visto) vêm dizendo. Quero dizer, não exatamente da maneira como eu formulei, mas são comuns teorias que recusam o realismo do anime e ao invés o interpretam de alguma forma simbólica. Um exemplo notável é o Mage in a Barrel, que como eu escreve semanalmente sobre Shigatsu wa Kimi no Uso, que escreveu um artigo enorme apenas sobre isso chamado “Is it Okay to Like Your Lie in April?“, e a interrogação é porque ele, assim como eu e assim como todos que vi fazerem isso, criou uma hipótese anti-realista para diminuir o peso negativo da forma como KimiUso vem tratando o abuso e o maltrato infantil. É razoável, é justo e é bom que procuremos fazer isso, porque mostra que, no mínimo, entendemos que a abordagem do anime para esse tema é errada, mas como eu disse no artigo sobre o episódio anterior, isso é um mecanismo de auto-defesa, e mesmo que o autor original tenha se entregado a ele também, no fim das contas como cada leitor absorve uma história depende de si próprio, e não são poucos que vão enxergar a mensagem ruim, que está ali, gritando. Um erro é um erro, mesmo quando não é intencional e mesmo que se possa racionalmente enxergá-lo de outra forma na qual ele pareça menos errado. E ufa! Esse deve ter sido meu maior primeiro parágrafo da história do anime21 até agora! Permita-me então começar a falar sobre a história desse episódio de uma vez.