Overlord, Joukamachi no Dandelion, Bikini Warriors – Primeiras impressões
E chego ao meu sexto artigo de primeiras impressões da temporada! A essa altura passo a achar melhor fazer uma lista dos artigos de primeiras impressões anteriores:
- Gangsta, Game of Laplace e Okusama ga Seito Kaichou!
- Gate, Classroom Crisis e Symphogear GX
- Charlotte, Rokka no Yuusha e Shimoneta das mil palavras nome que não acaba nunca etc
- Ushio to Tora, Jitsu wa Watashi wa e Non Non Biyori Repeat
- Monster Musume e Chaos Dragon
Além dos meus artigos, há outros dois artigos de primeiras impressões escritos por outras editoras do blog:
- Dragon Ball Super, escrito pela Lidy que você já conhece
- Aoharu x Kikanjuu, escrito pela novíssima editora Fernanda
Como já é praxe, digo mais uma vez: leia todos! No artigo da vez descrevo minhas primeiras impressões sobre três animes que não poderiam ser mais diferentes: Overlord, Joukamachi no Dandelion e Bikini Warriors. Como esse texto introdutório acabou ficando grande por causa das listas não vou começar a dizer o que achei aqui, ao contrário do que fiz até então, peço que leia minhas impressões inteiras abaixo:
Overlord, episódio 1 – Preso em um conhecido mundo desconhecido
O ruim das várias versões e das várias pessoas pelas quais as notícias passam antes de chegar do Japão até aqui é que com alguma frequência esse telefone sem fio acaba gerando versões conflitantes ou incompletas. É o caso de Overlord, que até algumas semanas atrás não havia sequer convenção unificada sobre a forma correta de escrita: algumas fontes confiáveis registravam “Over Lord” separado, com a qual o anime21 se alinhou até ontem, e outras fontes igualmente confiáveis tratavam por “Overlord”, com tudo junto. Foi para esse formato que todos convergiram, então o blog também se adaptou. Mas isso não é nada: o principal problema era de sinopse. Todos concordavam que o protagonista Momonga ficaria preso em um MMORPG após ficar conectado nele até seu fechamento, mas sobre o que acontecia a seguir havia uma divergência muito importante: para alguns, seus companheiros de jogo apareceriam, para outros, os NPCs é que adquiriam “vida”. Esse episódio me esclareceu sobre isso de uma vez por todas: a versão correta é a dos NPCs.
E é aí que a coisa fica bem estranha. Se o Momonga estivesse preso junto com outras pessoas, como Sword Art Online já fez antes, ele teria pelo menos o conforto de saber que todos ali são semelhantes a ele, têm uma forma de pensamento e uma base cultural comum, e preocupações parecidas também. Por mais inteligentes, mais “vivos” que os NPCs tenham se tornado, ele não sabe nada sobre eles exceto que são apenas versões muito mais sofisticadas do que eram antes: eles continuam obedecendo o código-fonte original e exibindo a personalidade básica pretendida por seus desenvolvedores. Ele, o humano em forma de vilão do He-Man, é que é o estranho, o intruso ali. Ele tem conhecimentos e preocupações e linhas de raciocínio que os NPCs não conseguem sequer sondar, não por não serem inteligentes o suficiente, mas porque simplesmente não vieram de onde ele veio. Mesmo que ele explicasse tudo para que eles entendessem ainda assim seria só um entendimento enciclopédico, imaginado, uma sombra perto do conhecimento vivido que ele teve. Momonga está em uma situação complicada: se ele não abdicar de quem ele era até então, poderá enlouquecer por ter sua mente constantemente invadida por pensamentos alienígenas; por outro lado não é fácil simplesmente abandonar quem você é para recomeçar do zero desse jeito.
O mundo também é um desafio. Embora ele já tivesse dominado-o quando era apenas um jogador e aquele esqueleto era apenas seu avatar, agora aquilo é tudo real. A própria forma como ele aborda o mundo deve mudar. Mas mudar para o quê? Ele não tem como saber. É como se ele estivesse em um lugar desconhecido, embora ele reconheça cada cenário e paisagem. E eu nem comecei a pensar ainda no tipo de problema externo (causado por outros NPCs? por outros jogadores que possam ter tido o mesmo destino que ele?) que ele pode vir a ter. Será que ele conseguirá sair? Será que é possível sair? Será que depois de algum tempo ali ele ainda irá querer sair?
Joukamachi no Dandelion, episódio 1 – Princesa escopofóbica
Não consegui me identificar com nenhum personagem, todos eles são rasos de todo modo, e o comportamento da maioria deles sequer faz sentido. Esqueça o comportamento: esse mundo não faz sentido. O rei é o pior pai do mundo, um autoritário ridículo que se esconde atrás de um rosto simpático e supostamente bondoso. Eu posso entender que ele se preocupe com a segurança dos filhos, e isso sozinho justificaria as milhares de câmeras espalhadas pela cidade, mas elas não estão lá apenas para vigiá-los e garantir sua segurança: estão lá para expô-los aos olhos e julgamentos de todos do reino. No mundo real, câmeras de vigilâncias existem por toda parte, em lugares públicos e privados, mas sempre obedecem a leis rígidas que proíbem o uso de suas gravações para qualquer coisa que não seja ajudar em investigações criminais oficiais. Isso é sério: todos esses vídeos que você encontra na internet gravados por câmeras de segurança foram divulgados ilegalmente (pelo menos aqueles gravados no Brasil, não conheço a legislação do mundo todo). Mas no reino de faz de conta de Joukamachi no Dandelion não só é legal, como é o uso principal dessas imagens e motivo para o qual as câmeras são constantemente melhoradas.
É lógico que, caso venham a se tornar governantes, os príncipes e princesas precisam saber que suas vidas não dirão mais respeito apenas a si mesmos, mas a todo o reino, mas não só esse é um método bem estúpido do rei ensinar isso como não ele perguntou sequer se eles têm qualquer pretensão de se tornar governantes. E se não quiserem? Serão forçados mesmo assim? E antes fosse só uma pedagogia distorcida! A verdade é que o rei pretende mesmo realizar uma eleição no reino para escolher um de seus filhos como sucessor, entre todos eles, sem exceções, sem desistências, sem ter perguntado para eles antes. E são todos crianças! A mais velha está para se formar no colegial e a mais nova está no jardim de infância ainda. Mas é tudo muito engraçado porque … porque o autor disse que é, suponho. Também é engraçado ficar mostrando a calcinha da protagonista o tempo todo.
Considerando tudo isso não me espanta que Akane, a princesa protagonista, tenha problemas psicológicos – já chego lá. Na verdade o que me espanta é que nenhum dos outros tenha demonstrado sinais de também possuir traumas, fobias ou transtornos de ansiedade. Mas talvez algum deles tenha. Para o bem de quem for assistir, porque eu acho que vou cair fora dessa, torço para que algum deles tenha. Talvez a mais velha, com cabelo azul e preguiçosamente nomeada Aoi (azul em japonês) tenha algum trauma por causa de sua habilidade de jamais esquecer qualquer coisa. Nunca esquecer nada significa nunca esquecer rancores também, pense nisso. A Kanade, segunda princesa mais velha, pode ter algum problema também pois foi retratada de leve o episódio inteiro como potencialmente gananciosa (enquanto a Aoi, a mais velha e a preferida nas pesquisas de intenção de voto, demonstra interesse quase zero em se tornar a rainha). Porque se todos forem amiguinhos até o fim por favor né, onde essa história pretende chegar, com o quê ela pretende atrair a atenção do público?
Já adiantei e repito, provavelmente não vou mais assistir isso. É muito ruim. No meio de tanta ruindade pelo menos tentemos tirar algum proveito, que tal? Vamos aprender uma nova palavra? A Akane sofre de escopofobia, ou seja, o medo de ser observada. Espero que tenha gostado!
Bikini Warriors, episódio 1 – Redução de danos
Desde a sinopse já era possível saber que isso seria uma bomba. Mas eu assisti pensando “ah, vai que apesar do fanservice eles não fazem uma história pelo menos interessante?”. Adivinhe só? É só fanservice mesmo. E uma sequência de piadas sobre o fato delas usarem apenas biquinis como armadura. Mas eu achava que seria uma série de episódios de 25 minutos, e descobri que na verdade é uma série de episódios curtos de apenas 5 minutos. Então é bem ruim, mas dura bem pouco, o que me permite argumentar que já é menos pior do que Joukamachi no Dandelion por exemplo.
Felipe
Ótimas resenhas, parabéns pelo trabalho. Sou um grande fã dos seus textos, Fábio!
Gostaria de te perguntar se vc também irá fazer resenhas sobre “Kurayami Santa” e “Kaijuu Sakaba Kanpai!”, duas novas séries que irão começar em Julho mas pelo que eu vi não estavam listadas no seu Guia da Temporada. Já adianto que não parecem ser lá grandes coisas, mas ambas tem propostas curiosas.
PS: Particularmente, eu achei Bikini Warriors melhor do que eu achei que seria, pelo fato do próprio anime se assumir como sendo ridículo, e eu sempre gosto de despretensão em obras ruins. Muitos animes do gênero ecchi, como “Seikon no Qwaser” e “Queen’s Blade” por exemplo, além de não terem conteúdo nenhum ainda te obrigam a engolir um pseudoenredo sem pé nem cabeça para fingirem que são histórias sérias; o que é irritante. Pelo menos Bikini Warriors assume que não tem lógica nenhuma e não zomba da nossa inteligência. Esse anime pode ser uma porcaria, mas temos que admitir que, no quesito Sinceridade, ele é o melhor da temporada…
Fábio "Mexicano" Godoy
Sobre Bikini Warriors: estou de total acordo. Acho que disse algo parecido no guia inclusive.
Sobre os outros animes: eu não sei, provavelmente não. Admito que tenho preconceito contra animes de 5 minutos, todos que chegaram até o guia, sem exceção, foi porque quando eu adicionei eu achei que seriam episódios de 25 minutos. Descobri depois que não, mas já estavam lá então não me dei ao trabalho de remover. Pretendo em guias futuros pelo menos incluir todos eles, mas assistir é difícil. Nem sempre fansub pega, com frequência é só piada sem graça, e eu gasto muito mais tempo opinando do que assistindo (lol).
E muito obrigado pela sua opinião e elogio, continue nos acompanhando! =)