18if – Primeiras impressões
A temporada só começou e já vou chutar: o título “18if” significa literalmente “18 e ses”, no sentido de “e se não tivesse sido assim”. Como no caso da bruxa desse primeiro episódio (“e se ela não tivesse se pressionado tanto” / “e se o babaca não tivesse molestado-a moralmente”), acredito que o anime será episódico, “salvando” ou “libertando” uma bruxa de cada vez (e talvez perdendo alguma, pra aumentar o drama?) – 18 no total, a maioria, se não todas, no melhor estilo “crítica social foda”.
E daí junta-se dois males: o estilo “crítica social foda”, já raso por natureza, e a baixa profundidade que animes que se propõem a lidar com esse tipo de questão costumam ter no fim das contas. A cereja de chuchu que coroa essa mistura é o provável formato episódico que o anime terá, eliminando qualquer possibilidade de qualquer tipo de questão ou desenvolvimento de tema mais aprofundado por pura falta de tempo.
Por outro lado, visualmente foi um anime muito interessante. Não foi a coisa mais bonita ou bem produzida entre animes de visual maluco que já vi, bem longe disso, mas tem seus méritos, não achei ruim. E é de certa forma corajoso produzir um anime que se passa o tempo inteiro em um espaço surreal, do qual não se sabem as regras, deixando o expectador completamente confuso sem saber o que esperar ou, em alguns casos, sem saber exatamente o que está acontecendo e porquê – felizmente, colocaram um pesquisador-coelho falante que explicou tudo o que foi necessário. Ainda restam muitas dúvidas, então espero rever o coelho.
Mas não consigo me importar com esse anime. Quero dizer, nem o protagonista se importa, não é mesmo? A atitude dele o episódio inteiro foi “isso é só um sonho, tanto faz”. E o pior é que nem posso culpá-lo! Porque tanto faz mesmo. É só um sonho afinal, não há regras ou consequência de fato. “Se você morrer você morre!” – ele teve a cabeça cortada e não morreu. “Se sair pela porta azul você acorda!” – ele não acordou. Por que ele deveria levar a sério? Mas se nem ele levar a sério, por que eu deveria?