Shoukoku no Altair – ep 3 – Fim do prólogo
Se você fosse uma pessoa importante, mais especificamente, uma figura que represente sua nação — desde rei a ministro — você agiria com base em seus próprios sentimentos para o bem de algo que não necessariamente envolve a sua nação? Você seria capaz de “sacrificar” sua nação para manter a sua moral em alta? Maquiavelismo, conhece? Esse episódio teve um toque de Maquiavel, e é exatamente sobre isso que iremos conversar neste artigo.
Antes de mais nada, só para deixar claro, esse episódio concluiu a trama iniciada no último episódio. Sendo sincero, da mesma forma porca que começou, se encerrou. Apesar dos pesares, esse episódio 3 teve uma cena de ação, que foi minimamente legal, mas como eu já estava de saco cheio com aquele cara querendo fazer terror psicológico — com absolutamente nada — só dei “graças a deus” quando ele foi morto.
Enfim, após “tudo” ser resolvido em Hisar, foi iniciado um Divan, que no caso, é um conselho onde os Pashas se reúnem para discutirem sobre assuntos em específico. Tendo como foco o probleminha que rolou lá em Hisar, os julgados pelo conselho obviamento foram: o cara do bigodinho, o protagonista e Zaganos. No fim, não deu nada para ninguém, exceto para o protagonista, que perdeu seu título de Pasha.
Maquiavelismo. O que exatamente é essa teoria política nascida do livro “O Príncipe”, de Maquiavel? “Os fins justificam o meio”? E então, o que você acha? Em “O Príncipe”, Maquiavel cria seu modelo ideal de um príncipe, onde o mesmo deve fazer de tudo — até mesmo ignorar sua moral ética e religiosa — para proteger a hegemonia do Estado. Entretanto, apesar de agir em prol da hegemonia de seu Estado, os fins não justificam os meios, na verdade, Maquiavel nunca escreveu tal frase, sabia? “Os certos fins justificam os certos meios”, foi exatamente isso que o italiano Nicolau Maquiavel escreveu. A hegemonia do Estado é algo certo para você? Para um príncipe é!
Enchimento de linguiça à parte, onde eu quero chegar com isso tudo? O protagonista, como um Pasha, não agiu de acordo com a importância do seu título. Além de agir por impulso — baseado em suas emoções — também soltou o povo Araba assim que a cidade foi recapturada por Zaganos. O que tem demais nisso? Para Mahmut, o povo Araba iria espalhar por aí que o Império é malvadão, e com toda certeza — para Mahmut — isso iria resolver o problema. Porém, esse simples ato de piedade e ingenuidade apenas demonstrou para as nações vizinhas que a Estratocracia Turca é fraca, pois deixaram um povo “menor” dar um tapa em sua cara e ainda por cima permitiu que saíssem pela porta da frente.
Sendo assim, no fim, Mahmut deixou seus interesses pessoais acima dos interesses de sua nação, permitindo que isso viesse a ferir a hegemonia do Estado turco. Para Nicolas Maquiavel, Mahmut de longe seria um príncipe ideal, e para a Estratocracia Turca, Mahmut de longe seria um Pasha ideal. Ao perder seu título de Pasha, o protagonista se tornou um Binbashi, que no antigo Império Otomano se equivaleria a um tenente-coronel hoje em dia. Dado quão alta é a posição de um Pasha, ser rebaixado para um simples “tenente-coronel” é um grande problema, não acha?
Com relação à trama em si, diria que esses três episódios serviram apenas para introduzir a história que se desenrolará a partir de agora — um verdadeiro prólogo. Agora como um Binbashi, Mahmut tem espaço para descobrir o que exatamente está acontecendo ao redor do mundo, bem como a melhor forma de cumprir os seus objetivos, mantendo uma patente confortavelmente alta para isso. Então, com a tarefa de descobrir informações sobre os outros países, Mahmut partiu com a sua águia em uma espécie de “jornada pessoal”, onde além de cumprir os objetivos que recebeu de sua nação, também pretende evoluir como pessoa para novamente alcançar o título de Pasha.
Sendo sincero, esse episódio até que foi bom. Não diria que foi um p*ta episódio, mas também não foi ruim como o primeiro ou o segundo. Apesar de não ter gostando desta trama envolvendo a cidade de Hisar, admito que a cena de ação que teve no início deste episódio foi legal. Outra coisa interessante foi o design dos personagens que foram mostrados — principalmente os do Império. Apesar de não fazer sentido algum para um local em meio ao deserto, o design dos personagens apresentados são visualmente legais e bonitos, não acha? Até agora, o design de todos os personagens em Altair me agradaram, pelo menos isso! Além do design dos personagens, no geral, esse anime também é visualmente agradável, como já disse anteriormente, essa temática e ambientação me agradam muito. Aliás, uma coisa que me deixou incomodado, apesar de ser insignificante, foi ver aquele cara do Império usando uma colher junto de uma faca para comer, daí fui pesquisar sobre isso e acabei descobrindo que não se usavam garfos até meados do século 18. Conhecimento inútil *yay*
Juro que com os dois primeiros episódios, minha vontade de droppar este anime estava gritando mais alto, mas essa não é uma atitude que eu simplesmente posso tomar. Contudo, com este terceiro episódio, talvez exista uma chance mínima de Altair ser legal, apesar do que já vimos antes. Talvez essa jornada pessoal do protagonista, percorrendo outros países e encontrando novos personagens, seja o grande ponto positivo para a ascensão de qualidade que Altair possa ter em um futuro próximo.