Esse episódio manteve os mesmos problemas do anterior e foi mais morno, por assim dizer, já que marcou uma transição entre uma competição e outra, um momento de reavaliação pessoal do Tatara como dançarino. Foi bacana ver os contornos que a história tomou, mesmo que todos um pouco previsíveis, e como ela deve constantemente se mover em direção a novos desafios – afinal, vai ser o segundo torneio em apenas três episódios. Vamos à décima quinta dança de Ballroom e Youkoso!

A cara que eu fiz vendo a animação desse episódio…

Respondendo à pergunta que fiz análise anterior, o episódio já começa dizendo que eles terminaram em segundo lugar, o que foi de certa forma uma vitória – afinal, eles conseguiram o que queriam –, com um gosto bem amargo de derrota e o estabelecimento definitivo de um problema, a fraca liderança do líder da dupla. Isso ficou tão claro na competição que gerou os comentários da mãe do Hyoudou e o “tempo” que o Tatara pediu a Chinatsu, tempo que serviu para ele questionar a Marisa sobre o que significava aquilo, ao mesmo tempo em que questionava a sua própria liderança.

Isso é um líder de verdade Tatara, aprenda!

Tentar liderar logo aquele que o superou no dia anterior e ser liderado por ele foi uma ótima forma de introduzir o novo personagem e futuro rival, mas principalmente de mostrar a diferença de percepção e aplicação de liderança entre o protagonista e seu “antagonista” no presente momento.

A verdade é que a forma como se julga na dança de salão já expressa uma grande diferença entre o líder e a parceira – a parceira é mais vista como uma “sombra” até as finais de uma competição –, e é essa diferença que a liderança do Tatara não consegue alcançar e o que a faz ser suscetível ao domínio da parceira – seja com ela liderando como a Chinatsu fez ou se destacando mais como foi com a Mako. Agora ele precisa mostrar a sua verdadeira dança, precisa tomar as rédeas da situação, se entrosar melhor com sua parceira e conseguir imprimir uma liderança que se impõe.

É só tomarmos como exemplo o Hyoudou e a Shizuku, ele é um ótimo líder para ela, porque não a faz se apagar no salão e ainda assim consegue mostrar sua liderança e se destacar bem. Aliás, já que ambos são rivais tenho para mim que a melhor forma do Tatara encarar sua parceria com a Chi-chan seja mais ou menos da mesma forma, não só como companheiros, mas também como rivais. A diferença é que antes disso eles têm que se entender para dançar direito, com ele liderando de uma forma que a faça reconhecer e confiar nessa liderança. Vamos ver como se dará isso agora no anime.

A segunda parte do episódio tem mais um bom e divertido momento de competição do Sengoku, onde vemos que até a melhor dupla de dança de salão do Japão tem seus dias de derrota, e como existem pessoas excêntricas e talentosas não só ali, mas também em outros países. A dita forma sensual e máscula que o dançarino estrangeiro que ganhou a competição imprime ao dançar me fez pensar um pouco em como a dança de salão tem um ar teatral – digo isso porque ele não parecia assim na cena em que não estava dançando. O Sengoku não vale tanto de exemplo porque ele é mais ou menos sempre o mesmo dentro e fora do salão, mas se tomarmos como outros exemplos o Hyoudou e até o próprio Tatara, é fácil perceber como se pode mudar da água para o vinho quando se está dançando.

Vejam essa cena no mangá aqui e compartilhem do meu sofrimento…

Outra coisa que percebi nesse momento é como até mesmo a vida de um dançarino profissional talentoso e famoso é cheia de desafios e derrotas, o que sutilmente mostra que no esporte nunca há uma zona de conforto onde se pode chegar e dizer que se é unanimemente o melhor, pois sempre haverá alguém que alguma hora puxará o seu tapete. Esse tipo de coisa me faz pensar que o mais importante até o fim do anime será uma “vitória pessoal” do protagonista e não necessariamente um primeiro lugar em uma competição – o que ainda assim seria legal se acontecesse.

Oops! Imagem indicada para maiores, pois contém senas fortes!

E não, não estou falando isso para parecer que não sei o que deve acontecer no final desse arco, a verdade é que não sei mesmo já que a autora do mangá está penando – ela vem tendo constantes problemas de saúde e o mangá já até teve um longo hiato – para terminar ele, o que significa que ela entregará um final original para a produção do anime – provavelmente bem similar ou igual ao desfecho no mangá –, ou que ele será feito por eles mesmos – o que resultaria em um final filler com mais chances de não se assemelhar muito ao do mangá, por aí.

No fim das contas, só o que os fãs mais fervorosos, como eu sou, podem fazer, é torcer para que aos trancos e barrancos ela consiga terminar o arco a tempo no mangá ou ao menos que repasse um bom final para o anime.

Voltando ao episódio em si, ele termina com um momento muito bonito em que o Tatara sai da “asa” do Sengoku para treinar com a Marisa – que vai poder orientá-lo melhor mesmo –, mostrando a sua convicção em seguir em frente para se aprimorar cada vez mais e que o laço que ele tem com seu primeiro mestre e “padrinho” na dança é forte e não irá se romper por conta disso, muito pelo contrário, afinal o Sengoku o apoia e vê que esse é o melhor caminho para o seu aprendiz.

O herói, a bruxa e o estagiário kkk…

Acho ótimo como mesmo em um episódio mais parado coisas importantes aconteceram e a história seguiu em frente de uma forma dinâmica e objetiva – considero esse um ponto forte do anime. Outra coisa boa foi a atitude do Tatara em disputar o Grand Prix mesmo após ser desaconselhado por sua mestra, o que deve servir como uma experiência de aprendizado para ele, já que foi imaturo da sua parte não seguir a indicação de alguém mais experiente que sabia que não era a hora certa para isso.

Tenho que voltar a citar a queda na qualidade da animação que mais uma vez prejudicou o episódio. O pior é que em alguns momentos ela nem estava tão ruim, mas até dois episódios atrás ela era mais detalhada e mais bem acabada praticamente o tempo todo e agora ver uma redução drástica nessa qualidade é bem triste. Só espero que em episódios mais importantes a animação volte a ficar acima da média para um anime de temporada, e quanto aquele que não deve ser nomeado foi o de sempre, momentos curtíssimos e só isso mesmo.

The bad boys are back in town!

No geral, esse episódio não foi tão bom quanto a média do anime, mas para um episódio de transição ele teve um roteiro consistente e uma boa direção, só falhou, e falhou feio, na animação.

Infelizmente, Ballroom é um anime que você pode gostar pelo universo da dança apresentado e por seus personagens dentro desse universo, mas não muito pelo prazer de ver uma boa dança em si. É como se ele fosse um Ctrl+C Ctrl+V de um ótimo mangá, o problema é que mangá é uma mídia sem movimento, já anime não. Contudo, se der o devido desconto, se deixar isso de lado mesmo, vai ver um bom anime com uma ótima história e uma execução que acerta às vezes, mas não é perfeita – aliás, como tudo na vida.

Apesar dos pesares espero que estejam gostando do anime. Fico por aqui e até a próxima dança!

Como é hat-trick ela pode pedir música no Fantástico, produção?!

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