Bom dia!

O episódio dessa semana de Toji no Miko foi bem ruinzinho. As garotas treinaram duro entre o final do episódio anterior e o começo desse e agora já conseguem lutar em equipe (embora ainda não tenham conseguido acertar uma vez que seja), então já estão bem treinadas e não precisamos ver isso. Normalmente não gosto de ver treinamentos, mas ai!

Em seguida teve um festival, e eu normalmente gosto de festivais, mas ai! Já mentalmente dolorido, ainda precisei assistir mais um enorme monólogo expositivo que trouxe alguns detalhes novos para coisas que em linhas gerais eu já havia entendido. E então, só então, ação! Não durou muito e não envolveu nenhuma das seis garotas principais. Aiai…

Tudo o que o episódio fez de errado? Não tenho tamanha pretensão, mas vou escrever sobre algumas coisas. Festivais e outros momentos sem ação, com os personagens tranquilos (ou pelo menos em ambiente tranquilo) são bons para vê-los se abrir uns com os outros, exporem seus pontos de vista, suas dúvidas, suas fraquezas, conversar honestamente sem um briefing. E mudar depois disso. No mínimo, podem ser divertidos de assistir porque festivais são divertidos mesmo. Mas Toji no Miko não teve nada relevante durante o festival. De fato, boa parte dele foi só montagem, uma sequência de cenas estáticas com uma trilha sonora ao fundo.

Inclusive, Toji no Miko perdeu uma grande oportunidade ao final do festival! Um ataque surpresa durante a queima de fogos teria sido uma jogada de mestre. Mas no final as tropas enviadas por Yukari Origami venceram apenas pela força dos números. Que chato. Bom, e porque as seis principais não ficaram para lutar. Eu sei que a Yume estava lá, mas não é possível que as seis juntas não conseguissem dar conta dela. Eu acredito quando a Maki e a Suzuka dizem que a insana da Yume não sabe se conter quando luta, e entendo o quanto isso seria perigoso para as garotas, mas qual é, elas já conseguiram dar um jeito nas duas e na Yomi. Foi apenas o suficiente para fugirem, também entendo isso muito bem, mas nessa vez isso também era tudo o que elas precisavam: fugir.

Mas elas não lutaram e até prova em contrário todo o esquadrão de tojis da Mokusa foi derrotado. Agora só restam elas, o que é muito conveniente. Ou eu deveria dizer muito inconveniente? Quero dizer, o único quase conflito que se rascunhou nesse episódio foi a dúvida da Mai: deve a garota lutar ou não deve? Eu acho que, diante da verdade sobre o noro, isso nem deveria gerar dúvida em primeiro lugar, mas posso aceitar que ela esteja balançada. Nessas circunstâncias, porém, ela não tem mais escolha nenhuma senão lutar. Quando no próximo episódio ela disser que decidiu lutar, ela não estará de verdade decidindo coisa nenhuma. Como ela poderia dizer o contrário?

Que escolha a Mai tem agora?

De interessante, noto que a Yume é mesmo especial entre as tojis da guarda pessoal da Yukari. Eu já havia escrito que achava ser o caso em artigo anterior, ou não? Que ela lutasse sem o uso de noro – agora está confirmado! Com ou sem noro, porém, ela é uma doida varrida, insana por poder. Ou, mais provavelmente, insana por lutar, de preferência contra pessoas poderosas. Não sei por quais tipos de estresse ela faz o corpo passar para ser tão incrivelmente forte mesmo sem injetar noro, mas isso está cobrando o seu preço. Cuspir sangue nunca é bom sinal. Ela pode vir a ter um desenvolvimento interessante, mas se tratando de Toji no Miko eu não aposto nisso.

A Yume não tá bem

Por fim, o anime finalmente terminou de contar a verdade sobre o noro (eu acho). Não é como se isso fosse mudar muita coisa imediatamente, e também não é o caso de ser algo muito complexo, então me pergunto porque demoraram tanto e porque tantos monólogos entediantes em mais de um episódio para chegarmos a esse ponto. Enfim, no mundo de Toji no Miko o noro ocupa o lugar dos kamis de templos xintoístas. São consagrados em santuários. Existem vários deuses xintoístas bem definidos, mas no xintoísmo a essência divina, o kami, pode estar presente em todas as coisas. Em animais, pessoas, objetos inanimados, acidentes geográficos, e, lógico, até mesmo nos deuses!

Uma cerimônia de adoração/apaziguamento do noro consagrado nesse santuário

Em alguns casos, adora-se certos kamis para apaziguá-los – em um arquipélago periodicamente devastado por desastres naturais, isso é bastante compreensível. E aparentemente é esse o “nicho espiritual” do noro: restos da produção das espadas sagradas, as okatanas, eles possuem sua mesma essência e precisam ser apaziguados. Tudo mudou com o uso nacionalista-militar da religião por conta da guerra (lógico), e piorou com a presença americana (mais lógico ainda), mas até então pelo menos se tratava de uma pesquisa sub-reptícia. Tudo mudou após a Tragédia da Baía de Sagami, quando a própria Yukari Origami foi possuída por um aradama, e o resto é história.

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