Um episódio marcado por encontros predestinados e despedidas mais predestinadas ainda, no qual a última ponte que conecta Never Island a Island é erguida – a volta da memória do Setsuna – e o herói da história vai de encontro ao passado para salvar um mundo sem futuro. Ele conseguirá? Será que a máquina do tempo é a reposta para todos os problemas da trama? Vai, Setsuna! ser viajante na vida.

Não assista só Island, mas assista Island e Steins;Gate 0, estou certo?!

Antes de mais nada, preciso comentar que o Setsuna ter estado apenas em sono criogênico em nada me surpreendeu, pois era o mais provável, eu só não me lembrei que se tratava de ficção e na ficção uma personagem ser completamente igual a outra não significa que sejam a mesma pessoa. A Sara é que destoava da Sara do passado, e sobre isso só posso deduzir que na geração ela nasceu mais cedo que as outras ou teve uma mistura de genes protuberantes. Nisso o anime até foi coerente, mas se a câmara criogênica é em si uma máquina do tempo, então ele não ter sido capaz de viajar no tempo de forma propriamente dita foi porque o dispositivo não estava pronto ou viajar no tempo para ele é isso, preservar um corpo humano em seu interior por décadas ou séculos? “Ir para o futuro” assim é aceitável, ir para o passado não, e eu espero que o legado da família da Rinne parece ser ajustar isso.

Os terroristas que na verdade só querem salvar o mundo (ao menos o Setsuna é assim, né)!

Enfim, o episódio se explicou e se conectou a história que estava sendo contada anteriormente, mas ele foi bom? O que se pôde tirar de proveitoso dele? A armadilha que fizeram para os terroristas não foi algo ruim, mas sejamos honestos, aquilo ocorreu só para matar a Sara. E a morte dela não teve o mínimo impacto – não que a da Rinne tenha tido, mas ao menos ela refletiu em algo importante. Já a morte da Karen veio no mesmo rumo. Precisavam fazer as garotas no entorno dele morrerem, e já que havia a “doença dos vampiros”, por que não usar ela para se livrar da Karen, não é mesmo? Uma morte sem impacto quase algum também, só que ao menos a forma como exploraram a personagem antes dela partir foi um pouco melhor do que fizeram com a Sara, afinal, a Karen era uma coitada em comparação a ela, e eu nem falo do tamanho do busto, mas do fato da loira ter sido marginalizada a vida toda e justo quando ela havia encontrado a liberdade, não podia compartilhá-la com sua família.

Essa morte foi tão cara de novela tosca que na hora em que vi só consegui dar risada…

Acredito que as mortes delas tenham sido usadas para reforçar que aquela distopia não comportava esperança alguma – além de que a morte de uma com certeza era um bad end para a rota específica –, que o único jeito era tentar evitar que o mundo acabasse assim. Mas se existir mais que uma linha do tempo isso vai significar que todos aqueles que morreram em outras linhas foram mesmo salvos?

É uma máquina do tempo! Acerto mizeravi!

Na verdade, independentemente disso, nós já sabemos que se trata da mesma linha do tempo, que o Setsuna deve voltar ao passado antes da Rinne de Island morrer para salvar ambos presente e futuro, mas se até agora nesses 10 episódios o que vimos foi uma única linha do tempo, como a máquina do tempo foi criada de fato? Como a Rinne, usando equipamentos e conhecimentos, do passado pôde “construí-la”? Da onde a câmara criogênica veio a princípio, do futuro dessa mesma linha do tempo?

Essa morte me sensibilizou um pouco porque ela morreu “feliz”, apesar de tudo, né…

Isso ficou confuso e se não for melhor explicado, se não houver uma outra linha do tempo na qual o dispositivo de viagem no tempo foi criado e talvez da qual o Setsuna veio, vai ser um pouco “difícil” que faça sentido. Senão outra linha do tempo, então uma outra época na mesma linha do tempo – se isso sequer fizer sentido. Ao menos o episódio acabou com a promessa de que o Setsuna voltará para Island em breve e que, de fato, a máquina fará uma viagem e não só conservará um corpo humano. E aí – nessa volta ao passado do Setsuna com seu mais novo objetivo de salvar o mundo – que algo me incomoda, quando o fim do mundo teve algo a ver com a maldição que aflige as três famílias? Nem é como se isso precisasse ter uma grande ligação, mas por que o que rola em Urashima é mais especial do que nos outros cantos do mundo? Pode até não ser, mas passa essa sensação. O que tem por trás dessa lenda? Não sei, só espero que não metam fantasia do nada – isso seria pior que um sci-fi ruim.

Okay, Urashima é onde se passa a história e vivem os protagonistas. Mas se todos os locais em que existem OOPArts tiverem virado refúgios para a humanidade – utilizados apenas para adiar um fim inevitável –, por Urashima ser um desses locais não vai ser estranho a ilha ter resistido ao apocalipse.

“Estar com você faz eu esquecer de tomar meu remédio da pressão.”

É claro que uma explicação para isso também pode estar ligada aos mistérios da trama, que agora se referem mais apenas a detalhes que conectam acontecimentos e seus significados ocultos. Mas acho que isso seria complicar demais algo que poderia ser mais simples. Às vezes mais é menos, o que não ocorreu nesse episódio, é verdade, mas não é como se ele tivesse sido menos interessante ou menos preocupante por isso, afinal, há algo de estritamente pessoal ligado a toda essa problemática de ir e vir no tempo para fazer isso ou aquilo; que é o que o Setsuna sente de verdade, e por qual Rinne ele sente isso. Não, elas serem a cara uma da outra e terem o mesmo sangue não as torna iguais. Ele não se apaixonou pela Rinne do passado de forma estabelecida – ele realmente nunca disse que a amava com todas as letras, né –, mas se apaixonou pela do futuro. Só que ele tinha a missão de salvar a do passado, e para isso nunca mais poderá se reencontrar com a do futuro. Ele vai voltar no tempo e vai salvar a todas as garotas que morreram, mas a quem o coração dele “pertencerá” no fim da jornada?

Já vi esse filme e adoro ele. Indico que assistam, hein!

Ele vai ser um canalha ao ficar com a Rinne do passado e não abrir o jogo contando que se apaixonou pela do futuro? A Rinne do passado deixou claro o que sentia pelo Setsuna 1, mas que também vinha desenvolvendo sentimentos pelo 2. E se aquilo já foi algo delicado, o que aconteceu nesse futuro de Never Island – eles até se casaram com direito a uma desnecessária e curtíssima cena de sexo – só pode ser definido como sutilmente perigosíssimo. Dependendo de quais atitudes o Setsuna tomar o anime vai passar uma mensagem errada – atrapalhada pela execução questionável –, para o público, o que o faria se perder do objetivo. E qual seria esse objetivo? Ser um mistério com garotas fofas? É só no que consigo pensar agora, mas se há “algo a mais” faltam só três semanas para descobrirmos!

… que é vender a visual novel, e ela inclusive já saiu na steam.

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