Se perguntar a um fã de animes musicais por uma lista de melhores, 10 entre 10 pessoas que saibam do que estão falando irão se lembrar de Beck.
Eu com certeza me lembraria. A música é o elemento central do anime, e tanto o autor do mangá original quanto os produtores do anime fizeram bem seu trabalho, entre estética, referências diretas e homenagens, é um deleite para fãs de rock.
Evil or Live é um caso não tão incomum de anime que se paga na execução, não na proposta; apesar de interessante. Na sociedade contemporânea na qual vivemos o vício em internet, em estar sempre conectado, pode muito bem ser caracterizado como uma enfermidade e é exatamente o tratamento dela que a obra aborda.
Não de um modo saudável, mas em uma escola que mais parece uma prisão da qual os internos, adolescentes levados a reabilitação pelos pais, buscam fugir a todo custo, tendo em vista seus próprios interesses. Na obra acompanhamos Hibiki, um jovem que chegou a vislumbrar o fundo do poço com seu vício, mas nessa “prisão” se vê envolvido em mais do que poderia imaginar.
De todos os episódios, esse conseguiu ser o pior com sobras. Foi divertido, assim como os outros, mas tem utilidade zero para ser franco. Fuutarou, com uma certa resistência tsundere, não conseguiu escapar da viagem escolar e as garotas vêm considerando ele cada vez mais de maneiras diferentes. Claro que ainda falta muito para que exista uma cooperação decente e o clima no geral vem sendo tranquilo até demais depois das últimas provas. Aliás, até teve um momento interessante, mas no fim das contas, não vai dar em nada.
Mas por que será que este anime está na minha coluna experimental de “mais de 10 anos sem ver tal anime, rever e comentar sobre ele”? A resposta para esta pergunta é bem simples. O motivo é que foi o primeiro anime Boys Love que assisti, e eu tinha 16 anos na época.
Claro que eu tinha uma visão bem diferente naquele tempo, principalmente por não ter tido algum amigo que se abriu de todo coração e se assumiu gay, ou bi, ou de outra orientação sexual que quer que fosse.
Eu não era preconceituosa, mas por ter pouco conhecimento e vivência, acredito que eu já tinha feito algum comentário meio pesado que possa pertencer ao tema. Se alguém que me conhece já me ouviu ou leu falando sobre algo parecido, me desculpe. Hoje eu não tenho problemas com isso pois convivo com bastante gente do grupo LGBTQ+, e acredito que consigo ver com mais naturalidade que naquela época.
E não é simples falar sobre algo que não tenha muita experiência, só com animes mesmo, porque naquela época não entrava nem na minha cabeça, e nem na do personagem, que ele estava se relacionando com um homem pela primeira vez, e o que o choca de verdade é ser atraído por alguém do mesmo sexo.
Hoje eu entendo que seja natural na maioria das obras de demografia Yaoi/Shounen-ai que tenha a pergunta: “Mas nós dois somos homens!”, e ver as pessoas respondendo que não importa quem se ame, o importante é sentir amor pelo próximo, independente do sexo, é sensacional, embora essa mesma pergunta sendo feita várias vezes tenha me dado raiva atualmente, pois se libertar das amarras que a sociedade impõe é super importante para viver a vida ao máximo.