Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai – As superdotadas e o super professor – Primeiras impressões
Bokutachi wa Benkyou da Dekinai – Bokuben para os íntimos – é originalmente um mangá romcom – de comédia romântica – publicado na Weekly Shounen Jump de autoria de Taishi Tsutsui, que fez um mangá spin-off de Nisekoi. A obra foi escalando até o sucesso desde seu lançamento, e recebe anime na temporada de abril de 2019. Fique comigo e saiba quais minhas impressões desse episódio inicial!
Logo de cara o público é apresentado a um problema que só pode ser resolvido por um professor – e um que tenha fibra, não desista fácil –, que é de ensinar Fumino e Rizu a aprenderem as matérias em que não são boas. Até aí tudo bem, mas em um romcom sempre costuma ter aquele “exagerozinho”, né?
Nesse caso as duas são experts em certas matérias, mas, querem prestar vestibular por [X] razão, felizmente ambas muito boas, justo em suas matérias ruins. Seja bem-vindo a Bokuben, a história de Nariyuki Yuiga, estudante aplicado para [x] que terá a missão de expandir os horizontes dessas duas!
Sim, é uma baita sacanagem condicionar a bolsa do protagonista em função de uma missão que nem professores formados foram capazes de completar, mas se nós pensarmos diferente, será que não é mais bacana aprender com alguém da sua idade que possa entender melhor você e seus problemas?
Afinal, o Nariyuki também tem o sonho dele e sabe como é difícil o esforço que ele faz para ser aluno modelo, ainda que não tenha talento específico como as colegas que vai ensinar. Bokuben se sai bem ao aproximar seus protagonistas por um motivo bastante razoável: os estudos.
Diria que é o principal objetivo da série fazer eles alcançarem seus sonhos, mais que se envolverem em um relacionamento. E isso não tira o apelo romcom, apenas faz com que a aproximação e o convívio não dependam disso.
Como é comum em histórias desse tipo, a montanha parece alta demais para ser escalada e no início da jornada Nariyuki já se desilude com as possibilidades de sucesso, mas o roteiro não foi tolo ao dar uma boa desculpa para a saída apressada das duas do local de estudos, o que permitiu ao garoto dar uma espiadinha em seus cadernos e reconhecer seus esforços, lembrando até do que seu pai o dizia.
Eu sei, é uma situação bem clichê, e é conveniente demais que o pai dele um dia o tenha dito aquilo, mas como fazer ele se sensibilizar com a dor delas senão o lembrando de suas próprias experiências?
A empatia ocorre mais fácil quando você entende pelo que o outro passou. Aliás, ele ser apresentado como um colegial mediano que rala para ir bem em tudo, mas sem se destacar em nada, diz bastante sobre a pessoa que ele é. Alguém centrado e esforçado que faz de tudo por seu objetivo, mesmo que pareça impossível.
É a partir daí que ele decide fazer o que for por suas alunas e os três se acertam! E tudo com direito a uma ceninha típica de comédia romântica. Mas, o mal-entendido logo é desfeito e o que resta é o tutor com suas alunas criando um vínculo de amizade devido a aceitação e o respeito!
Vai dizer que isso não foi bem legal? Existem coisas mais importantes o que romance na obra, apesar das situações clichês voltarem a se repetir. Mas, caso seja homem, se coloque no lugar do Nariyuki, é normal para um cdf que vive enfurnado nos livros se sobressaltar com a aproximação de duas belas e simpáticas garotas – mesmo a Rizu sendo emburradinha.
Falta a ele tato para lidar com a mulherada, o que ele vai ter que ganhar rapidinho, pois mais garotas se juntarão ao seu “harém”. Não se assuste pela certeza de que existirá um. Isso não é incômodo se não for forçado, né? Vamos ver como vai ser no anime.
Por fim, mas não menos importante, a adaptação acelera o passo – digo isso porque leio o mangá – e corta uma cena ecchi totalmente desnecessária que tem no primeiro capítulo, indo direto para o que realmente importa. Os motivos que levaram as meninas a seguirem “caminhos cruzados”.
Aliás, algo que devo observar antes é como as especialidades das garotas refletem as personalidades delas, ou seria o contrário? De todo modo, Rizu sempre fica emburrada quando tem algo que ela nã0 é capaz de compreender de forma exata, como se fosse a resposta de uma equação.
Já Fumino acaba sempre se diminuindo quando acha que faz burrada, ainda que ninguém lhe aponte o dedo, porque é de forma subjetiva que ela encara seus problemas, sempre levando para o lado pessoal. É o que acho e isso parece bobo, mas são esses os trejeitos que devem tornar a dinâmica do convívio interessante.
Enfim, Fumino Furuhashi tem o sonho de estudar astronomia para se aproximar da mãe que perdera. Para isso ela precisa melhorar suas notas em ciências exatas e é por isso que está nessa com a Rizu.
E sua razão pode até parecer boba, mas não é, só a pessoa sabe a importância e influência de uma mãe ou de um pai na sua vida. Encarar como infantil o desejo de se conectar, valorizar o laço, com alguém que se ama é leviano e não farei isso.
Respeito sinceramente o desejo da Furuhashi, ficarei na torcida por ela e acho muito bacana a sua justificativa, tem a ver com quem lida bem com o subjetivo, não é?
No caso da Rizu Ogata a coisa é mais simples, menos dramática, mas nem por isso pode ser encarada sem seriedade. E, novamente, encaixa bem com alguém como ela, que deseja estudar para se tornar uma psicóloga, porque quer entender mais os sentimentos, a subjetividade, algo que a intriga e deve ser uma pedra em seu sapato até maior em comparação ao caso da Furuhashi.
Porque a gente vive e se relaciona com o próximo em meio a sociedade, então “tato” para conviver bem é essencial, sem o básico e um pouco mais disso suas relações de amizade, até de romance, tendem a ser prejudicadas!
É nesse contexto que Nariyuki conhece um pouco mais de suas alunas, passando por várias situações típicas de comédia romântica que não devem ser novas para um telespectador assíduo desse tipo de anime, mas da forma como são feitas em Bokuben não parecem assim tão forçadas. Engraçadinhas e fofas seriam as palavras.
Então, não será tão estranho quando cada uma delas forem se apaixonando por ele – ao menos não se ele continuar se mostrando um cara tão bacana. Mas é claro que não para por aí, pois a minha personagem favorita vai aparecer já no episódio seguinte e agitará a dinâmica do anime. Não comentarei mais nada para não dar spoilers, mas espero que gostem da alegre nadadora.
Foi um prazer comentar a estreia de um anime tão simpático que foi agradável quando deveria ser, e soube lidar bem com seus clichês – não os deixando soterrarem o desenvolvimento dos personagens.
Bokuben talvez não seja a comédia romântica que marcará uma década como foi Nisekoi – nem boto o questionamento da qualidade da obra em discussão, só a popularidade –, mas com certeza tem sim o que mostrar e talvez até ensinar sobre coisas simples da vida que podem nos ajudar caso tenhamos boa vontade para percebê-las.
Além de que, como é gostoso ver personagens que buscam não ser só bons no que se destacam, mas querem conhecimento daquilo que não dominam. Um viva ao estudo e as comédias românticas que não giram em torno de paixões sem muito sentido! Até a próxima vez!