E aí pessoal, nesse episódio o título que escolhi é igual ao do filme com o DiCaprio, mas o enredo da história e a mensagem que eu pretendia passar são diferentes do mesmo. É engraçado ver que o continente de Magmel em si e suas criaturas bizarras oferecem menos riscos do que aqueles que vão até ele.

Na teoria o anime devia expor o quão tenso esse novo local pode ser – e ele até faz isso, porque as mortes estão aí para provar -, mas nesses primeiros episódios o que vejo bem exposto é o fato de Inyou ter um segredo bem dark em relação a seu passado, bem como a estupidez e egoísmo do ser humano que grita a cada vez que alguém novo exceto os protagonistas aparece e uma situação se apresenta.

No começo tivemos um rápido sonho de Inyou – que mais parecia um flashback – mostrando ele quando mais novo, se comunicando com alguém. Essa pessoa lhe falou sobre desespero e lhe estendeu a mão, desaparecendo em seguida.

A julgar pelas falas, aparência da sombra e afins, esse personagem é o tal de Shuuin que mexe tanto com seu psicológico e provavelmente quem o ensinou tudo o que ele sabe sobre a vida e Magmel. A cena em que ele e Zero olham para o mapa, também me leva a crer que essa pessoa esteja perdida em alguma parte do exótico continente.

O fato é que mais uma vez eles recebem um pedido de salvamento, mas dessa vez ele parte de Emilia, a filha de um dos pesquisadores que estavam estudando a área pela empresa Estrela Polar – e potencial novo membro do grupo, vide a abertura.

Achei interessante a forma como as coisas convergiram, porque o pai dela tinha noção dos riscos que corria pelo tipo de trabalho que executava e delegou sua proteção a Shuuin – cujo contato com o doutor não sei qual é -, não sabendo que ele não se encontrava mais no escritório de Inyou, sendo também esse o gatilho que o move a ir novamente a Magmel.

Minha teoria inicial é que Inyou tem algum problema relacionado a abandono ou perda e isso está ligado a esse Shuuin. Existe um sentimento diferente entre os dois, coisa de mestre e pupilo mal resolvida, dada a forma como o protagonista reagiu a fala de Emilia – só não dá pra adivinhar ainda se é algo positivo ou negativo.

Os cientistas estavam sendo atacados por uma horda de Kare Bears – isso foi alguma referência aos Care Bears, ursinhos carinhosos? -, e esses, além da aparência esquisita que todo bicho de Magmel tem, possuem uma resistência física horrorosa, resistindo até aos projéteis comuns.

A equipe de resgate da empresa vai até a instalação de pesquisa e particularmente gostei do que aconteceu, porque ver personagens soberbos e estúpidos pagando a boca grande é sempre ótimo.

Durante toda a batallha vemos um Inyou imóvel, que apenas assiste ao massacre sem sentido dos ursos, primeiro porque ele sabe a razão para tal – dita no comecinho e explicada nas cenas seguintes -, e também porque como bons conhecedores da área em questão, o Angler e Zero já sabiam as consequências do ato impensado do grupo de imbecis.

O time da Estrela Polar leva a melhor no primeiro round, mas depois de vencerem a horda, Zero alerta sobre a aproximação do verdadeiro terror e é aí que muita coisa se esclarece.

O sangue dos animais mortos chama o gigante Scalegargon e esse faz a festa com os soldadinhos eliminando todos. Na hora em que percebe sua impotência e iminente morte, o chefe do grupo decide recuar covardemente largando todos para trás – uma atitude sacana, embora realista e previsível.

No meio dessa bagunça um evento que me chama bastante atenção é a ponderação que Inyou faz sobre o que está sendo feito pelas pessoas em Magmel e o real motivo por trás do seu surgimento.

E se o continente surgiu para movimentar a vida, como fala o protagonista? Pelo visto tem gente que não está entendendo direito. Não sei ao certo o que ele quis dizer com isso, mas penso que seja algo tipo: ali tem um lugar novo, legal de explorar, mas o que está em Magmel, fica em Magmel apreciem com moderação?, talvez.

Assim como os exploradores sanguinariamente caçam riquezas, os cientistas brincam com essas novas vidas apenas pela sua satisfação e curiosidade pessoal. Ainda que suas descobertas possam ter algum valor e utilidade, até que ponto tudo isso é realmente válido? Até que ponto essas curiosidades já não são mais saudáveis se tornando apenas prejudiciais?

Os ursos estavam ali atrás de seus filhotes aprisionados que estavam sendo usados como experimentos – fora os atos desumanos, a concepção do uso do sangue como material para elaboração de uma nova liga metálica é boa -, mas a consequência disso veio com a invasão, as mortes e os perigos desnecessários.

Nessa hora entendi a vontade que Inyou teve de mandar todos pelos ares ao invés do “godzilla magmeliano” que agia somente por instinto – até se desculpando com ele no final do embate.

Emilia usou suas capacidades, Inyou as dele e a batalha foi vencida, mas será que a Estrela Polar e os humanos que vivenciaram o terror vão aprender algo com isso? O pai de Emilia entendeu seu recado, sua culpa e decidiu se corrigir.

Lamentei o fato de que os pobres ursinhos agora vão ter que sobreviver por conta própria, nessa selva infernal que é Magmel, vendo nesse instante mais uma vez que o protagonista se sensibiliza com esse tipo de situação desesperada.

Bom, o episódio termina e o que me fica na mente é: quem é Shuin e o que aconteceu entre ele e Inyou? A Zero faz parte desse passado? Ela me parece saber algo. Outra coisa, o que é afinal esse poder de materializar objetos que eles tem? Quero alguma explicação.

Enfim, são muitos mistérios, mas ainda não temos muitas pistas e nem um plot central condutor desses acontecimentos – ainda que eu ache que talvez o plot seja chegar no Shuin, ao menos no começo da história, depois não faço ideia.

Gunjou no Magmel continua me mantendo intrigado e ansioso para entender o que cerca nosso simpático e misterioso protagonista, além da curiosidade para saber o que mais o continente tem de novo a oferecer.

Obrigado a quem leu e até o próximo artigo!

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