Esse episódio teria sido bem meia boca se não tivesse focado na Ayumi e feito ao menos o básico do que se poderia esperar da situação da personagem.

Desde o primeiro episódio a trama deixava clara a pressão que ela sentia, então não seria estranho ela acabar explodindo. Isso se liga a trama central, na verdade, diria até que a ajudou a avançar um pouco, mesmo que ainda não tanto quanto poderia.

Então foi tudo uma farsa feita para exaltar o Figurante A do qual nem faço pena de lembrar o nome? Foi o que pareceu.

Acho que ele queria é ganhar a confiança da Ayumi com isso para que quando ela tivesse que pensar nele de maneira negativa se sentisse culpada e não o acusasse de coisa alguma, o que ela poderia fazer após suspeitar que ele surrupiou o envelope que, convenientemente, deixaram jogado em cima da mesa.

A implicância do Takuya era só isso e não desconfiança de fato, né? Porque se fosse ele teria se preocupado em guardar esse envelope direito.

Vou dar um desconto, porque o Takuya e a Ayumi são pessoas boas, sem malícia.

Enfim, essa primeira situação teve a intenção de mostrar os laços familiares entre o protagonista e a madrasta. Pode ter parecido clichê, e foi, mas não deixa de ter seu viés realista.

Parentes sempre perguntam sobre o futuro para um filho ou sobrinho, ainda mais se eles não são parentes de sangue e nem parecem ter toda essa intimidade, o que pôde ser visto pela cena do quarto. Foi um bom trecho, mas achei as próximas cenas melhores.

Ayumi está claramente rindo de quem levou a situação a sério.

Primeiro tivemos a cena da enfermaria. Até curti que foi ele quem propôs o “código de vestimenta” a professora, combina com a personalidade do jovem, e até engulo ela ter ido na onda, mas o diretor e os outros professores fazerem vista grossa acho muito idiota.

Só que isso nem foi o que de relevante ocorreu nesse trecho e sim o Takuya ter prestado atenção no colar da diferentona, e de ter uma bola nele. Deve ser o mesmo da mãe biológica do garoto e a bola deve dar para encaixar no dispositivo, o que implica que ela conheceu os pais do garoto ou pessoas que os conheceram?

Provavelmente, mas por ora isso não é tão relevante, ao menos não com a mudança de foco; saindo do evento “peculiar” e partindo para os seus desdobramentos e como eles afetaram aqueles ao redor – inclusive a Ayumi.

Acho que eu sei onde essa bolinha encaixa…

Antes de comentar isso mais a fundo, o segundo trecho digno de nota foi o do Takuya com a Mitsuki. Nele ficou claro que ela amava o pai e não duvido nada que projete um pouco desse amor no Takuya, o que justificaria a insinuação feita para ele lá no primeiro episódio.

Não, o pai dele não tinha um, ao menos não um de verdade, harém e duvido que mesmo o Takuya venha a ter algo que pareça um de fato. Eu me pergunto se ele sabia dos sentimentos da Mitsuki, mas me interessa mais o mal-estar da moça e o que levou o Ryuzoji a mudar drasticamente.

Sei que teve a ver com o dispositivo, mas qual é a intenção dele ao querer a posse do aparelho? Será que ele se sentia diminuído pelas descobertas do Arima? As atitudes recentes dele parecem todas muito estranhas, quero ver como explicarão isso.

Parece que o pai podia ter tido um harém, mas deixou essa missão pro filho?

Por fim, mesmo a contragosto a Ayumi age como se espera de uma adulta e encara a sociedade a fim de vender a imagem de que, apesar dos pesares, continuar com a construção é preciso.

Mas não será nada fácil fazer isso. As ovadas que ela levou e a pressão que sofreu na entrevista mostraram como a tarefa será árdua e, como vimos ela ralando desde a estreia, eu não acho estranho ela chegar bêbada em casa depois de um dia tão difícil entre vários dias assim.

Mesmo as pessoas mais fortes fraquejam em certos momentos, precisam extravasar para aliviar a pressão, o desconforto, que sentem. Fazer o que ela fez foi até um sinal do quanto ela é durona, pois deixou para extravasar em privado, evitando causar problemas para a empresa para a qual trabalha e o projeto cuja continuidade ela é contra.

Vai uma Ayumi mexida aí gente?

Até por ela parecer tão madura é que não vejo como desenvolver nada em um sentido romântico entre a madrasta e o filho. A “casquinha” que o anime tira das situações envolvendo eles dois é característica de estrutura da visual novel eroge e não acho que atrapalhe em nada o prosseguir da história.

O final desse episódio foi bom, foi coerente, e até mostrou que a trama não deve se apoiar apenas nos pulos do Takuya para resolver os seus problemas, que alguns deles não podem ou devem ser revertidos. Só acho que ocorreu pouca coisa, ou que pouca coisa pareceu relevante para o plot.

Mesmo as lagrimas da Ayumi não ajudaram muito nesse sentido, mas, se encararmos esse episódio como o momento de transição que me pareceu ser, os detalhes que foram jogados devem ter importância no futuro. É por isso que eu espero, é o que mais faria sentido. YU-NO ainda não me deu nenhuma razão para esperar algo assim tão diferente.

Ayumi chorou e foi consolada pelo filho que a vida lhe proporcionou, o laço familiar que os une se fortaleceu, e deve ser protegido dos revezes que aguardam por eles. Até mais!

Só eu já estava esperando ela “explodir”, mas esqueci de externar isso?

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