Ataque dos Titãs 3 – episódio 15 – Os “vilões” com Síndrome de Lima
Sim, usei aspas porque em Attack on Titan não há bem e mal, não existe um herói ou um vilão, são só pessoas que têm seus próprios conceitos e visão de mundo para assim mudá-lo. Sobre a Síndrome de Lima, talvez seja exagero da minha parte, mas um lado meu me vê crer em um relação.
Síndrome de Lima nada mais é do que a criação de um vínculo emocional entre o sequestrador e sua vítima. É estranho, mas acontece. A relação disso com o Reiner, Annie e Bertholdt é que eles, mesmo com toda a traição, ainda devem sentir algo pelos outros. Na primeira cena com a morte do Marco, dá para perceber a mensagem das faces dos 3 personagens. Toda o suor caindo, os olhos arregalados, as lágrimas quase aparecendo, obras dramáticas sempre buscam fazer o receptor entender através das expressões.
O que quero dizer é que há um vínculo dos 3 com os outros, de alguma forma há, só que há algo maior que os controla, o que ainda não foi revelado. Acho que tanto a humanidade que vive dentro quanto a que está fora já estão cansadas disso tudo, ninguém pega uma espada ou se transforma num Titã para matar milhares de pessoas e diz que está tudo bem. No arco anterior é explícito o impacto que causa nos personagens ao saber que seus inimigos também eram humanos.
Este episódio contou com um pequeno desenvolvimento no Bertholdt, podemos dizer que ele foi o personagem principal dessa vez. Nessa apresentação, o personagem se mostra diferente do que é nas outras temporadas, até porque a situação demanda muito disso, mas a mudança não é só pela ocasião.
Como ele mesmo fala, sempre mostrou passividade com todos. Para não ser pego pelos inimigos por essa condição, Bertholdt necessitaria mudar seu jeito. A passagem da passividade para a assertividade pegou em cheio a tropa de exploração, que agora novamente fica em desvantagem.
Ele percebe que não podia ser o mesmo desde a morte de Marco e o resgate de Eren. Sua missão é o mais importante, mesmo que tenha passado boa parte da sua vida vivendo com seus inimigos, estes que não têm culpa nenhuma pelo destino. Um sequestrador abandonar sua simpatia pela vítima é a mesma coisa de Bertholdt deixar de lado seu vínculo com os adversários. Sem remorso algum, ele aceita sua decisão e seu destino, nada mais importa.
Esta foi a base para o clímax do episódio, a trilha sonora, o Bertholdt concluir seu desenvolvimento neste episódio, a tensão criada no fim, enfim, o plano dos Titãs acaba tendo efeito, já que boa parte da tropa foi aniquilada, exceto o esquadrão Levi, que agora precisa derrotar o Titã Colossal em pouco tempo.
Espero que próximo episódio tenha uma luta de alta qualidade, muito melhor quando o inimigo da vez era o Reiner. Por mais que o titã em CGI não seja algo de se admirar, a luta contra Bertholdt precisa ter um impacto maior, pois o personagem foi bem mais desenvolvido que o Titã Encouraçado.
Mais uma vez será necessário pensar em algo para a luta, e em pouco tempo, até porque a tropa está sendo abarrotada de chamas e escombros, mas qual decisão será imposta? Até porque temos um inimigo em que não se pode chegar perto, e o Eren em sua forma de Titã não tem vantagem.