O episódio foi bem interessante, mas, como sempre em YU-NO, ele me incomodou em alguns pontos – os quais quase chegaram a estragar o desenrolar da situação.

Mio ganhou espaço ao mesmo tempo em que perdeu tempo de tela e o Takuya passa longe de ser um grande protagonista, mas é o melhor que tem para hoje. Aliás, o próximo episódio pode trazer boas revelações, mas por ora vamos a esse!

Não acho que a reação do Takuya ao que foi espalhado sobre o pai da Mio no colégio não fez sentido e nem que não foi boa, mas, sejamos honestos, ele não estava com a razão ali. Mas, se a intenção foi fazer o protagonista tomar as dores da amiga, a cena funcionou bem e até entendo a reação dele.

Só me irrita um pouco ele ter intercedido por ela em certas situações quando era algo que ela deveria e acho que poderia ter feito – ao menos no último caso em que isso rolou ela deve ter essa chance, né.

A reação desolada ao contato dele, mais como se estivesse triste pelo distanciamento que nutrindo a raiva que aparentou antes, colocou uma barreira entre ela e o Takuya sim, mas uma fácil de quebrar, afinal, deve bastar que ele mostre a ela o seu apoio e revele a verdade sobre o culpado.

Então no fim das contas ficou parecendo que a relação da Mio e do Takuya não ficou tão abalada quando poderia? Eu acho que é exatamente esse o caso.

Quando a tsundere fica pra baixo assim é porque a coisa tá séria!

Saindo um pouco da Mio, a Mitsuki fez mais um belo trabalho em me confundir nesse episódio, afinal, ela teve ou não um caso com o Takuya? É tom de brincadeira o que permeia suas palavras? Se for, honestamente, acho que eles vão um pouco além nisso.

E o que me incomoda mesmo é que se eles realmente tiveram algo, sendo só carnal ou não, ela projeta o pai, isso é ainda pior porque ela deveria ser uma espécie de tutora do jovem, no filho. Todas as conversas deles até agora indicam isso, então, não sei o que pensar dessa mulher.

Não sei se posso pensar algo de bom dela. Mas também não sei todas as circunstâncias, então, não posso dizer que a personagem é um mal exemplo ou coisa do tipo. Só vou achar estranho que haja sexo envolvido na parada.

Vendo o conteúdo do anime, claro, se for pensar no material original, uma visual novel eroge, é algo normal, mas a adaptação precisa fazer sentido – entregar elementos que não destoem – no que diz respeito a ela em si. Pouca importa se o original é X, se a adaptação é Y a toda hora, sacar X do nada não dá, né!

A ideia de uma relação entre eles não me desagrada, as motivações que podem me desagradar…

Enfim, a reação do Yuki quando o Takuya foi falar com a Mio já era muito suspeita, pois normalmente alguém apaixonado como ele tomaria as dores da garota, mesmo que fosse com quem ele respeitava – o que passou longe de acontecer.

Ao invés disso ele ouve calado e faz aquela cara “soturna” que dá ao telespectador a certeza de que alguma besteira ele fez. Nada imperdoável, verdade, mas foi vacilo sim, principalmente porque atingiu justo quem ele diz amar quando mais lógico seria atingir a chefia!

Ou ele não acha que o Takuya mandou mal ao não falar abertamente sobre o que sentia pela Mio ou sobre o que ela sentia por ele? É uma camaradagem machista que impõe sobre a mulher a obrigação de ser fiel aos sentimentos de um terceiro que sequer os revelou e, caso ela não seja, torna aceitável que sofra alguma represaria por isso?

Espero estar me equivocando, mas por que tenho a impressão de que não estou?

Enfim, também não foi o fim do mundo o que ele fez, né. E algo que até perdoaria se fosse um amigo meu e não foge ao personagem ter agido de forma covarde, a personalidade dócil dele sempre me deu a impressão de que poderia acabar fazendo algo assim.

O problema é que foi de uma maldade difícil de entender para quem diz que ama a pessoa, dá para entender se o sentimento é mais egoísta do que parece e temo ser esse o caso, mas por que o Takuya não sofre nada, e ainda é aquele a pagar de bom moço e dar lição de moral no kouhai otário? Achei que forçaram um pouco aí.

A cara de jovem que faz besteira.

Entendo ele fazer isso ao descobrir já que ela não está lá, mas duvido que ele faria as coisas de outra forma se a garota estivesse, quando esse era uma briga que ela poderia muito bem comprar sozinha.

O que me incomoda nisso tudo é o Takuya tomar as rédeas da situação enquanto a Mio mal aparece em um episódio no qual o problema a ser resolvido gira em torno dela. A Mio é uma personagem de, e eu nem digo isso por ela ser uma tsundere, personalidade forte e interessante.

Ela é bem escrita, o que torna ainda mais uma pena se a atitude dela é fugir. Na verdade, ela não foge exatamente, só dá essa desculpa para o pai enquanto vai atrás de descobrir a verdade que se esconde no Monte.

Mas a escapada dela em si não é tanto uma fuga, então não acho que fugiu a personagem, até porque foi a fuga para fazer algo que ela gosta muito e sabe que, muito em breve, não terá outra chance de fazer.

Yuki que vacilou demais ou foi o Takuya que foi “mocinho” demais?

O chato é que ela fugir a tira de um episódio que gira todo em torno dela, restando a nós a dinâmica do trio meio improvável formado e praticamente só isso.

Não foi tão inusitado e nem tão legal, mas, também não foi ruim, ao menos se considerarmos que se tratam dos envolvidos na situação, o que a Mitsuki fala na enfermaria, que desencadeou tudo.

Apesar de que, como o Yuki descobriu os podres do pai da Mio apenas com o que ela disse ao Takuya? Como isso foi capaz de levá-lo a deixar o cargo?

Okay, alguém deve ter pego o que ele reuniu e investigado, mas tudo não se resolveu rápido demais? Ou será que é assim em um país de primeiro mundo? Como vivo no Brasil duvido que isso derrubasse um prefeito, ou ao menos que derrubasse tão rápido.

Enfim, independentemente do caso, esse não é lá um problema relevante, o importante é que a situação se encaminha para uma resolução que deve revelar mais coisas sobre esse mundo e, de quebra, terminar a rota da melhor tsundere que eu vi nos últimos tempos em um anime.

Já que fizeram a m*rda, que pelo menos vão lá e limpem a bagunça!

Admito que a interação normal dos vilões do arco da Ayumi com ela e o Takuya me incomodaram um pouco, visto que ele poderia muito bem ter pedido a madrasta que se resguardasse na frente do assistente e ele mesmo poderia não dar tanta conversa para a repórter.

Eu sei que aquilo rolou em outro mundo e sob outras circunstâncias, mas foi um atestado de caráter, e o caráter de ambos não é algo que deve mudar só porque mudou o mundo

Conveniente também foi o problema que afligia a Ayumi ter se resolvido praticamente sozinho. Entendo perder o foco por causa do escândalo com o prefeito, mas, ainda assim, foi uma diferença meio grandinha demais, não foi?

É, nem acho que todos esses defeitos estragam o desenrolar da situação, mas por pouco, pode apostar!

Que o décimo episódio de YU-NO seja menos ordinário e mais bonitinho também. Até a próxima vez!

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