Acho que posso considerar esse o episódio mais informativo de todo o anime em vários sentidos. A história decidiu se concentrar em Robi explorando um pouco mais sobre ele, seu passado que não conhecíamos bem -, e que no geral continuamos sem saber muito -, além de acompanhar a estadia em um planeta cheio de referências bem legais.

Gostei do que foi feito logo nos primeiros minutos, quando a direção limou a abertura original para utilizar outra que contava um pouco da história sobre os terráqueos e os alienígenas. Para quem observou com atenção, essa introdução nos deu umas pistas interessantes sobre a vida de Hachi que eventualmente devem se confirmar mais para o final da série – ou ao menos assim eu quero pensar que farão.

Engraçado que alteraram de modo bem safo a história original do pouso na Lua, fazendo com que um japonês o fizesse meio que clandestinamente, antes dos americanos que estavam a caminho. Falei isso, mas não é essa a parte que interessa no conjunto da obra.

O humano que pôs os pés na Lua antes dos outros não teve seu nome revelado e acho que por motivos bem óbvios, mas sua aparência física é muito similar a de Hachi, me levando a concluir que aquele jovem aloprado que invadiu a Lua e já entrou em contato com os “ETs” fosse exatamente o seu avô. Caso seja verdade, isso valida e explica todas aquelas teorias que lancei antes sobre sua família.

Outro fato bobo mas ao mesmo tempo relevante, é exatamente a característica principal desse astronauta: a imprudência. Viajando um pouco nas ideias, imagino que se aquele era um familiar e algo ao longo do tempo aconteceu, é certo que a família protege o herdeiro de algo, impedindo que ele tenha contato com o mundo – sendo que ele é exatamente como seu ancestral, curioso e aventureiro imprudente.

Voltando ao eixo principal da história, a parada da vez foi Yokkamarché – ou Akihabara intergaláctica como eu chamo -, e esse planeta tem uma concepção bem curiosa porque ele trabalha um mundo super moderno e automatizado, mas que se apoia na estrutura otaku terrestre, principalmente as coisas mais antigas e “primitivas” que foram desprezadas pela Terra.

Ao encontrar Armeni, que é o criador da nave de Robi e do Hizakuriger – que surpreendentemente era um tipo de figure em tamanho real, por isso era oco -, as engrenagens começam a girar em torno do passado de Robi, já que o mecânico conhecia seu pai mercenário, Rouche.

É interessante o pano de fundo que foi dado à família dele, com eles ficando ricos graças as negociações de itens otaku entre Armeni e Rouche, ainda com o adendo de que seu avô era um diretor de animes relativamente conhecido e reverenciado fora da Terra – nela talvez tenha uma imagem negativa pelo anime “ruim”. Confesso que fiquei interessado em saber o que aconteceu com o avô, mas tenho uma teoria que devo deixar nos parágrafos finais.

Quando o trio e a turma stalker de Yang começam a circular pelo planeta, dá pra ver que existem referências a algumas séries, eu não consegui detectar todas, mas vi algumas como Mazinger, Mazinkaiser, Monkey Magic, Sengoku Majin Goushougun e acredito que uma seja paródia de Afro Samurai – penso que isso é uma das partes divertidas desse tipo de anime, caçar essas referências.

Depois desse trecho não acontece nada de relevante durante um bom tempo, com Robi cercado pelos otakus amigos de Armeni, que conversam várias coisas aleatórias sobre animes e a série Hizakuriger original – não fazendo muito sentido no processo. Sinceramente achei uma cena desperdiçada, servindo apenas para mostrar que otakus podem ser viciados perigosos e loucos.

Imaginando que poderiam extrair algo sobre o famoso episódio perdido com o protagonista, eles o sequestram e o levam para ter suas memórias vasculhadas – perdidas como uma consequência -, chegando Yang na hora certa para salvar seu amado dos vilões mais tensos que ele já enfrentou.

Achei engraçado que a força do amor era tamanha que até aos choques elétricos ele resistia e no final ele acabou devolvendo na mesma moeda – fiquei até com pena do otaku maluco -, tudo isso por conta de outra menção proposital e descarada: Binan Shounen Love Love! Nem preciso dizer de onde vem essa não é mesmo, Binan Koukou Chikyuu Boueibu LOVE? Parabéns pela criatividade em inserir novamente sua criação aqui Shinji Takamatsu.

Encerrado o que eu precisava mencionar, vou explicar agora o que imaginei sobre o avô do Robi e guardei para este exato momento. Bem no meio do episódio com a turma de Yang e logo mais no finalzinho com as memórias de Robi, houve duas pequenas pistas que me chamaram bastante atenção.

Quando Yang está vendo o cartaz do Hizakuriger original, dá para ver uma leve semelhança dos personagens principais Rock e Yuma – além dos nomes -, com os avôs da dupla e, para completar, na cena da lembrança esses mesmos garotos comentam sobre a realização de seus sonhos em serem exatamente diretor e astronauta, onde no final os dois sairiam juntos em uma aventura.

Bom, com isso ficou sub-entendido para mim que os avôs se conheceram na infância, mas infelizmente talvez não tenham tido a oportunidade de cumprir sua promessa, cabendo por ironia do destino a seus dois netos se encontrarem aleatoriamente e cumprir esse sonho perdido, ou então numa possibilidade mais positiva, eles apenas estão repetindo inconscientemente a amizade e a aventura que foram feitas no passado.

Depois disso me senti até um gênio da investigação genealógica, tomara que seja verídico porque daria um desenvolvimento legal para o que vem acontecendo desde o começo com os dois e até para o fechamento da história do Hachi, que ainda está pendente. Gostei para caramba do episódio e espero que as amarrações finais solucionem todos os “mistérios” relevantes da trama.

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