A cidade acadêmica é uma “grande escola”, pois 80% dos seus habitantes são estudantes. E os outros 20%? Seriam os “funcionários” dessa “cidade-escola”.

Quando o professor titular falta, o que se faz? Chama o professor substituto, não é? Enquanto o “professor” Accelerator estava fora, coube a Anti-Skill fazer esse papel de substitui-lo, todavia, os “alunos” dessa “classe” são, em sua maioria, problemáticos.

A DA pode ser comparada àqueles professores rígidos que dão palmadas e botam o aluno na parede como forma de castigo (cheguei a ter professoras que me botaram de frente para parede como forma de castigo, mas tive sorte de não levar palmadas na mão). Para essa organização “miliciana”, o castigo é uma forma de “correção” e de “justiça”.

Já a Anti-Skill pode ser comparada aos professores que preferem métodos pedagógicos mais modernos e refinados, tendo como base o respeito mútuo. Estabelecer uma hierarquia é fundamental, mas respeito não pode ser confundido com temor.

O inevitável conflito entre os grupos supracitados, reflete dois métodos distintos, sendo um de respeito as leis e o outro que diz que é necessário fazer justiça a qualquer custo, mesmo que se tenha que infligir as leis.

Como o “professor” Accelerator estava ausente, a balbúrdia reinava na classe. As Scavengers eram como se fossem a “turma do fundão” que vivem bagunçando e tirando a paz e o sossego de qualquer professor. Aliás elas mostram um profundo e curioso desprezo por educadores. Pela lógica deturpada dessas garotas (que agem como mercenárias), se a cidade acadêmica tem problemas, a culpa é dos “professores”, pois a cidade é uma “escola” em forma de cidade, o que não está tão errado assim, mas achar que vão destruir os “professores” e chegar no “diretor”, que seria nada mais nada menos que o Aleister (um dos vilões mais poderosos da franquia “To Aru”) é pura insanidade.

A Kato e a Esther podem ser comparadas às estudantes exemplares que são comportadas e inteligentes, que  geralmente costumam sentar na frente. O confronto delas com as Scavengers é a briga comum entre a “turma do fundão” com o pessoal que senta na parte da frente da classe. O pessoal da frente reclama que o pessoal do “fundão” é bagunceiro demais, e a “galera do fundão” fica dizendo que as pessoas que sentam na frente querem apenas chamar a atenção dos professores ao passar a imagem de bons estudantes.

Se o célebre educador e filósofo Paulo Freire (aquele que nos últimos anos tem gerado uma celeuma ideológica em torno de seus trabalhos) escreveu um livro intitulado “Pedagogia do Oprimido”, o Accelerator prefere adotar a “pedagogia do opressor” onde quem pode, manda, e quem tem juízo, obedece. O Ace deu uma aula de vilania para umas certas garotas que se achavam impiedosas o suficiente para “tocar o terror”, mas quando confrontadas com alguém mais forte tremeram na bases. Fiquei até com pena delas terem sido esmagadas como se fossem insetos. Há quem possa dizer que elas mereceram o castigo, e que foram esmagadas com o insetos que são, não discordo dessa opinião.

Por fim, as cenas de ação do sexto episódio estavam caprichadas, embora não seja algo espetacular e chamativo, mas que mesmo assim empolgou, apesar do resultado da luta ser previsível e que as adversárias não tinham chance nenhuma contra o Accelerator, mas vê-lo estraçalhando os oponentes é uma das graças de suas lutas. Vale destacar também a sensibilidade da necromancer (característica essa que a torna uma personagem bastante humanizada) que se importou o tempo todo com a Kato, mesmo ela sendo uma serva, que estaria disposta de sacrificar seu corpo pela sua mestra. A forma como ela se dirige a Esther é curiosa, pois ao invés de chama-la de mestra, ela usa o termo hebraico “Adonai”, que significa “meu senhor”. Aliás esse termo era o nome de Deus no antigo testamento no lugar de Javé (Yahweh) porque tal termo não devia ser pronunciado por respeito.

Obrigado a todos que leram este artigo, e até a próxima!

 

 

 

 

 

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