Araburu Kisetsu no Otome-domo yo – ep 8 – E que me aperta o peito e me faz confessar
Bom dia!
Que episódio, colega!
Essa é a razão pela qual festivais escolares frequentemente encerram animes, ao invés de ficar no meio deles: durante eles, graças à atmosfera de fuga da normalidade que provocam, tudo pode acontecer!
E daí que seja tão interessante colocar um festival no meio da história. Muita coisa aconteceu, nada será como era antes, e teremos a oportunidade de testemunhar a precipitação das consequências do festival.
Na ponta do lápis, os cálculos resultam em: 2 das garotas do clube estão namorando, 2 foram rejeitadas, e 1 se firmou na posição de neutralidade que parece preferir por enquanto.
Não foi exatamente assim, claro.
A Momoko conseguiu esclarecer as coisas com o Sugimoto. Depois de um único encontro, do qual ela sequer saiu satisfeita, o rapaz já se sentia o special other da menina de tranças e amizades do clube de literatura.
Não era. Mas ela nunca conseguiu falar isso para ele e a coisa meio que foi se acumulando. Ela deixou de ir ao cursinho para evitá-lo, era lacônica ao trocar mensagens de texto, mas ele nunca pescou a dica. Talvez porque nunca tenham formalmente começado nada.
Consigo imaginar que isso tornou o Sugimoto em uma pilha de insegurança. Isso explica o grude (medo dela se afastar), explica porque ele nunca tentou conversar a sério com ela (medo dela rejeitá-lo), explica porque ele foi acompanhado de seus amigos ao festival, a quem alimentou com todas as suas fantasias de um relacionamento que não existia.
Insegurança de forma geral.
Se ele estava inseguro, Momoko estava cada vez mais incomodada com o cerco que ele parecia fazer sobre ela. Finalmente, então, ela conseguiu deixar isso suficientemente claro para ele, ao dizer que não são “nem mesmo amigos” na frente dos amigos dele e de uma Hongou que não estava entendendo nada.
Livre, enfim.
A Hongou, por sua vez, também tinha seus próprios assuntos inacabados.
A garota se encheu de coragem graças aos elogios que recebeu pelo texto que escreveu para a leitura dramática durante o festival, ao sucesso das apresentações e ao ver sua história se tornando realidade diante de seus olhos conforme um número indeterminado de estudantes colocavam a tal “lenda urbana” em prática.
Coragem para quê? Ela já passou do ponto de precisar de coragem para escrever, seu grande sonho. Quero dizer, ela marcou de sair para fazer sexo casual com um desconhecido só para adquirir experiência prática para produzir seu trabalho.
O que aconteceu depois é história, e uma que talvez esteja começando a chegar ao fim, ou talvez já tenha acabado mesmo.
No processo de perseguir o professor Yamagishi a Hongou acabou se afeiçoando de verdade por ele. Amor? Só uma paixão passageira? Ela nem tem idade para saber a diferença ainda. Para ela, aquele é o seu primeiro amor.
Um que já estava fadado ao fracasso desde a concepção. Assim que ela encheu-se de coragem para abordar o professor, percebeu que ele está em outro lugar, mais distante do que ela havia percebido. Yamagishi é um adulto. Ele certamente quer ter relações adultas, e talvez já esteja com uma em formação.
Ainda não é o fim para Hongou, mas apesar do sucesso de sua lenda urbana, ela com certeza terminou esse episódio derrotada.
A presidente do clube de literatura foi a primeira pessoa a colocar a lenda em prática, ao se declarar para Amagi na frente de todo mundo, diante da fogueira.
Ao fazer isso, ela jogou fogo na própria lenda que seu clube ficou encarregado de criar. Mas não foi a história de Hongou a sua inspiração.
Juujou, a gyaru da sua classe, a encontrou por acaso quando procurava um lugar calmo para descansar e acabou aonde Sonezaki havia ido para remoer o seu próprio fracasso.
A presidente finalmente percebeu que Amagi não poderia estar sendo feliz com ela daquele jeito, mas o que ela poderia fazer? Seria mais fácil se ela não tivesse se apaixonado por ele, mas essa linha ela já havia ultrapassado.
Sonezaki quer ter uma relação romântica com o Amagi, só não se sente pronta ainda para evoluir para uma relação mais física. Ela é jovem, ela tem esse direito. O problema é que ela confunde romance com sexo, acha que se estiver namorando com alguém todos vão achar que ela está fazendo sexo com essa pessoa, e detesta que falem dela, ou mais especificamente, tem medo do que pensem dela.
É por isso que a franqueza inocente de Juujou a liberta. A garota está feliz só porque gosta de seu namorado e pode ficar ao lado dele. Ela está feliz porque pode dizer para o mundo inteiro que aquele cara é o namorado dela e ela o ama. Não importa o tipo de relação que eles têm ou como começou.
Sempre tive altas expectativas pela Juujou e fiquei feliz de vê-la ser ainda mais importante do que eu esperava.
Mas faz sentido, não faz? A Sonezaki é uma veterana. A única outra veterana do clube é a Hongou, que tem tanto ou menos experiência do que ela. Era preciso mesmo uma personagem de fora para fazer esse papel pela presidente.
Sem dúvida a Juujou é um apoio muito melhor do que um certo diretor de teatro.
A declaração da Sonezaki para o Amagi foi o ponto alto da fogueira de encerramento do festival, mas o ponto alto do episódio veio antes, quando a Sugawara capturou a leitura dramática, que a Onodera pretendia transformar em uma declaração para o Izumi, e ao invés ela se declarou.
Aquilo só não terminou em escândalo porque essas meninas são todas boazinhas. Imagine se uma delas fosse barraqueira, só uma, nem precisa mais.
E o Izumi é bonzinho também. Tanto, na verdade, que nem entendeu que aquilo foi uma declaração para ele. O garoto achou que a Sugawara só estava tentando deixar o Saegusa com ciúme.
É um paradoxo, de certa forma. A Sugawara só teve aquela coragem e tomou aquela decisão porque provocada a tanto pelo Saegusa, e porque ele foi até aquela apresentação.
O Saegusa, por sua vez, fez isso só para atender seus próprios desejos, para aplacar seu fetiche voyeurista. Mas precisamente por causa de tudo isso, e muito em particular porque ele estava lá, que o Izumi entendeu tudo errado.
O que era para ter sido uma declaração de amor dramática passou direto por cima da cabeça de todo mundo.
Quase todo mundo. A Onodera entendeu muito bem, e a Momoko também, embora tenha tentado aliviar um pouco para ser sensível com a amiga.
Onodera já estava determinada a se declarar, de todo modo, e aquilo só a convenceu de que tinha a obrigação de fazê-lo o quanto antes, apesar de todas as suas inseguranças e medos.
Afinal, a Sugawara, a mesma que a ajudou a entender como a Onodera se sente e que a incentivou e apoiou esse tempo todo está apaixonada pelo mesmo garoto e guardou isso para si tanto quanto pôde.
Ela deve essa declaração para a Sugawara.
O Izumi, por sua vez, pode ter interpretado errado, mas ele sentiu o que a declaração da Sugawara significou. Pensou na Onodera e no que ela deve ter sentido. Sua amiga de infância, a irmã que nunca teve, e que ele sabia que gostava dele, como deve ter sido para ela ver a Sugawara se declarando?
Pensar nisso o fez perceber que ele próprio também gosta da Onodera. Então, ao final do festival, quando a Onodera ia se declarar, ele tomou a dianteira e se declarou antes.
Mas o festival não é o fim de Araburu e todas essas declarações e suas respostas não são ainda definitivas.
Até o próximo episódio!
James Mays
E aqui de novo Senhoras e Senhores para mais uma vez deitar e rolar nessa comedia de erros e desencontros….Não me delongarei muito….Estive por fora devido a uma viagem de negocios, mas sempre ansioso por passar e ver como os amigos reagem (alguns exageraram um pouco….Mas tudo bem…). Bem serei sucinto, foi um episodio lirico, sublime e gostosamente maravilhoso. Apesar de desavenças (com algumas pessoas) é uma obra com amarras bem feitas. E vai, aqui, um reconhecimento de minha precipitação em julgar os personagens logo no 1º ep deveria deixar a trama ir mais adiante e refletir melhor e agora sim vejo resultados mais agradaveis ao tato e a visão. Os personagens masculinos em todas as suas atabolhoadices se superaram….Mais por vir senhores e senhoras, mais por vir…