Chio-chan no Tsuugakuro – ep 3 – Nem tão abaixo da média assim
Chio-chan tem uma tese, a lei do menor esforço. Se você é uma estudante (ou pessoa) abaixo do mediano, é deixada em paz. Aqueles que se destacam sofrem com a exigência pela manutenção do alto desempenho e estão sempre sob os holofotes, isto é, precisam manter as expectativas que os outros têm sobre eles. Chio-chan quer evitar isso. Se você não aparece, não chama a atenção, não é cobrado para dar conta das esperanças alheias. Porém, desafios e problemas não param de cruzar o caminho dela para a escola. E o resultado disso? Comédia. E também a certeza de que Chio-chan só não alcança reconhecimento em diversas atividades, porque é algo que simplesmente está fora de seus planos.
O terceiro episódio é dividido em dois esquetes. No primeiro, Chio-chan reencontra o arruaceiro de motocicleta, Andou, no parque, informando os membros de sua gangue a sua aposentadoria da vida de delinquência. Chio caminha pelo parque para ir à escola. Quando sai cedo de casa, é um dos trajetos que ela gosta de fazer. Sobre o fato, dois dados a considerar: Chio é capaz de acordar a tempo de evitar o desespero do “eu estou atrasada” e a série cria percursos que costuram uma relação com o bairro, aumentando a possibilidade de cenários e de interação entre as personagens.
Ao escutar o nome de Bloody Butterfly, a garota é atraída para o centro da conversa em que Andou anuncia sua despedida. Os membros da gangue não acreditam que tão respeitado líder foi derrotado por uma mulher que ninguém havia ouvido falar antes. A incredulidade deles leva Chio-chan temer a sua exposição, o que, além de ser uma ameaça à sua segurança, também significa uma reputação no submundo (um curto-circuito em sua escolha de viver abaixo do mediano). Fama boa ou má, é fama. Diante do absurdo da situação, Chio decide mostrar-se à gangue numa aparição hilária, pouco convincente, mas que o misto de admiração e medo de Andou faz funcionar. Em uma conversa particular, ela revela o mal-entendido. O inacreditável acontecimento, enfim, é relatado ao baderneiro. A ele, resta apenas rir do modo como foi enganado e se deixou enganar, porém, reconhece a destreza com que Chio-chan conduziu o ardil. Eles, aproveitando o sangue no rosto de Andou – graças a um momento de empolgação dele –, inventam um novo espancamento que mostra o quanto Bloody Butterfly é violenta, o que leva à fuga dos subordinados do ex-arruaceiro.
A coragem e a honestidade de Chio-chan a livram de uma enrascada. Um dos momentos engraçados dessa primeira parte é a adolescente incomodada com a zombaria a respeito do nome Bloody Butterfly, que é a denominação de usuário que ela escolheu para os jogos de videogame (inclusive, para jogar com Manana). Mas será o fim dessa personagem do submundo, que ganha reputação e dinheiro lutando com estrangeiros?
A segunda parte apresenta uma nova personagem: Madoka Kushitori, a presidente do clube de kabaddi. Logo após Chio-chan expor sua tese sobre se manter abaixo do mediano, para explicar porque não se esforça nos testes de aptidão física, Manana e ela se deparam com Madoka e Yuki Hosokawa quando estão em pleno escárnio dos movimentos que compõem o kabaddi. Para evitar que a verdade seja descoberta, fingem interesse nas regras do kabaddi. Esperta, a presidente propõe um desafio: caso Hosokawa-san e ela vençam a disputa, Chio e Manana terão que entrar para o clube do esporte.
Como elas estão encurraladas – não podem confessar a zombaria e não podem recusar os termos lançados por uma senpai –, a alternativa que sobra é derrotar Madoka em seu jogo. O que resulta da situação: a habilidade de Chio em usar seu tempo com o videogame para solucionar problemas, revertendo a desvantagem diante das suas adversárias e a sua capacidade de observação e leitura do outro, já que percebe que os desejos sexuais de Madoka estão presentes no campo de batalha. A segunda qualidade da garota traz constrangimento a Yuki e mostra o lado pervertido de Madoka, que não resiste à tentação e à sensação de ter acesso à região íntima de Yuki. Porém, não apenas a perversão dela, como da própria Chio, que usa das informações para montar sua estratégia sem vacilar (ou, pelo menos, ter crise de consciência). Ainda há a informação de que o kabaddi, por conter elementos do yoga, faz crescer os seios (já que Madoka é bem proeminente nesse aspecto). Chio e Manana compram a teoria. Se é verdade ou não… fica a dúvida.
O terceiro episódio de Chio-chan no Tsuugakuro é tão hilário quanto os anteriores, compondo situações bastante divertidas, o que confirma que o roteiro é o principal destaque da série, apresentando seus personagens com astúcia, contudo, já em circunstâncias que são limites, exigem algo de excessivo. E as expressões da Chio-chan são impagáveis… e preciosas.